Vi essa no Rastro Digital: Nerds mandam bem. Muito bem.
Nerds lêem. Nerds pesquisam. Nerds gastam 70% do salário em música. Nerds adquirem conhecimento. Não importa em que área, o que importa é que o vocabulário deles é ilimitado. Um “Você é a estrela mais brilhante do céu” certamente virá acompanhado de uma aula sobre o Sistema Solar onde você descobrirá que, na classificação de tamanho das estrelas, a Alfa é a estrela mais brilhante de uma constelação, e se o Centauro é a constelação mais perto do nosso sistema solar, você é a Alfa-Centauro brilhando no coração dele. Um bilhetinho com uma letra de música nunca, graças a deus, nunca vai ser uma letra cafona do Bryan Adams: ele sempre vai achar uma banda obscura, um cantor performático, ou vai te convencer de que aquela guitarra FALA, e é sobre amor. Ele pode inclusive escrever um conto em sua homenagem, fazer cartões feitos de disquetes obsoletos, realizar instalações artísticas em vídeo digital, criar uma conta no servidor dele pra você baixar o que quiser do HD dele, mas NUNCA, NUNCA, NUNCA vai demonstrar seu amor chamando aqueles carros com alto-falante e fogos de artifício. Nunca. Pense nisso.
Pior é que realmente eu gasto 70% do meu salário (isso é: o que sobra do aluguel e comida) em música e quadrinhos, e eu jamais, em hipótese nenhuma, contrataria um daqueles carros de som para fazer uma declaração de amor. Se é para fazer algo do gênero eu faria algo mais singelo, tipo contratar um tocador de gaita (gaiteiro não, tocador de gaita) para ficar tocando músicas do Chet Baker. Mas carro de som não.