O Diego no Blog do Apanhador propôs o desafio: listar os 10 discos que \”salvaram a minha vida\”. Depois de muito pensar essa foi a lista que eu formulei, em ordem mais ou menos cronológica:
Legião Urbana – Legião Urbana: me mostrou o que era rock, numa época em que só havia Blitz e Kid Abelha tocando no rádio;
Talking Heads – Fear of Music: disco que comprei uns três, quatro meses depois de comprar o do Legião… foi o grande divisor de águas, o disco que realmente fez a minha cabeça, que me mostrou que a música ia além do \”ouvir no volume máximo\” e que mostrou que uma boa idéia pode ser mil vezes mais interessante que virtuosismos. foi ele que me abriu as portas para coisas como Joy Division, Bauhaus, Wolfgang Press, Durutti Column, Velvet Underground, Beatles, entre outras coisas;
Mutantes – Algo Mais: ótima coletânea que me fazia eu me perguntar como é que havia gente no Brasil que podia fazer aquilo em plena década de 60, e porque não tinha mais gente fazendo loucuras daquelas. A resposta fui achar depois em Defalla e Pato Fu;
João Bosco e Aldir Blanc – Nova história da MPB: outra coletânea, coletânea editada pela Abril, que me mostrou que samba é bom, muito bom, quando feito de forma séria;
Cocteau Twins – Treasure: vozes e guitarras se fundindo perfeitamente, me mostrando que havia muita beleza na tristeza e na melancolia, e que tal beleza podia muito bem ser desfrutada. foi o que me abriu portas para que eu pudesse depois desfrutar Portishead, Sigur Ros, Mum, etc;
Doly Carlos da Costa e seu sexteto típico – Recital de Tangos: tango, e milonga, e valsas. sim, você leu direito. e não, o tal do Doly não era argentino, mas sim um colega do meu pai, que trabalhava no Banco do Brasil e que um dia o meu pai comprou o disco para dar uma força. ele quase se arrependeu de ter comprado ele de tanto que eu ouvia. se hoje tenho CDs que nada tem a ver com rock e música pop esse disco tem grande parte da responsabilidade;
Jean-Michel Jarre – Zoolook: música eletrônica que eu ouvia na TV Guaíba. só anos mais tarde fui conseguir o disco, mas o estrago já estava feito. foi o disco que me preparou para ouvir coisas como Laurie Anderson e Kraftwerk;
Sugarcubes – Life\’s too good: rock estranho, diferente, com uma mulher de beleza estranha, uma deusa nórtica inesperada, no vocal. para mim era o suficiente para me apaixonar perdidamente;
Bomb the Bass – Into the Dragon: dance music? não… colagens eletrônicas, mixagens malucas, tudo que eu precisava para ser feliz e não sabia. fico até hoje triste ao ver que o começo do acid foi o seu melhor momento e que depois a coisa ficaria numa mesmisse enorme, mesmisse que marcou boa parte dos anos 90;
aliás os anos 90 teriam passado por mim sem maiores marcas, já que o grunge para mim não queria dizer muita coisa, o brit-pop era insipiente, a mistura de rock com rap soava interessante mas nada além disso e músicas calmas e lentas cairam na vala comum da new age music. teriam, se não tivesse aparecido o décimo disco da lista:
Radiohead – Ok Computer
precisa explicar este?