Paizão

Noite um pouco estranha a de ontem.

Primeiro, no começo da noite cruzo com o irmão de um vizinho, lá com seus 19 anos, que veio querendo saber se um determinado curso de informática era bom. Pergunto que cursos ele queria fazer e dá-lhe linux, configuração de servidores Samba, configuração de firewall, etc, etc… Faço a pergunta básica: “Você costuma mexer com Linux em casa?” e fico sabendo que ele não tinha computador em casa, que ele usava os computadores da universidade, que ele era estudante de administração, que trabalhava principalmente com marketing. Perguntei para ele porque ele queria fazer tais cursos, daí a resposta mágica: “Me falaram que está dando bastante grana”. Olhei pro cara, respirei fundo e mandei bala: que de fato quem sabia mexer nessas coisas ganhava um bom dinheiro, mas que não eram cursos que iam fazer o cara saber o que era necessário, que eles só eram mapas que mostravam o caminho e alguns atalhos, mas que um bom administrador de redes pesquisa as coisas por conta própria, fica fuçando, e que nenhuma empresa pega alguém verde, devido justamente a importância que a administração de rede. Como ele já trabalhava com marketing e gostava de ficar olhando páginas de empresas na Internet sugeri que ele fizesse curso de DreamWeaver e Flash, e aplicar o que ele já sabia de marketing na confecção de páginas. Sim, avisei ele que o mercado já estava meio saturado, que ele não ia ganhar tanto dinheiro com administração de redes, mas que ia fazer algo mais próximo do que ele gostava, que o importante aqui não era tanto o dinheiro, mas fazer algo que se gostava, e quem faz com gosto algo faz bem feito, e se faz bem feito é valorizado. Sim, é o óbvio, mas o cara ficou todo contente, dizendo “Bah velho, era o que eu estava precisando ouvir”.

E depois de chegar em casa e ficar programando até as duas da madruga decidi ir no BR 3 ver o movimento, tomar alguma coisa, me divertir um pouco. Chego lá e fico sabendo que duas amigas minhas resolveram tomar O porre e que agora estavam lá no quartinho no fundo do bar, dormindo. Vou ver e uma estava só com um casaco cobrindo ela e tremendo de frio. “Hmmmm, isso não é bom….” pensei, e fui buscar um cobertor em casa para ela (para quem não sabe eu moro num edificio a uns 10 metros do bar), a cobri e deixei dormindo. Só um bom tempo depois as duas acordaram. Estavam simplesmente horríveis elas 🙂 Daí que fiquei sabendo que elas estavam indignadas com os namorados e resolveram que naquela noite iam encher a cara e assim o fizeram. Isso tinha sido lá pelas 10 da noite, de forma que elas já chegaram no bar bêbadas até não poder mais. Como não tinha mais banda tocando e o BR 3 já estava fechando e ainda eram 4h30 da madrugada, e como elas irem no estado que estavam para casa a pé, que fica perto da estação Unisinos, era algo que nem devia ser cogitado, levei as duas até em casa e ficamos esperando um outro amigo que morava para os mesmos lados e que tinha ido levar a namorada em casa voltar e acompanhar as duas. E assim ficamos até as 6 horas, bebendo água mineral, comendo maçã (muito melhor que café nessas horas) e falando coisas bobas para ajudar a enfrentar a tonteira que estavam, quando elas foram embora para pegar o metrô. E o amigo? Bateu aqui em casa depois das 7 da manhã, e ainda ficamos conversando durante uma meia hora sobre os problemas dele, e eu lá, morto de sono, ouvindo.

E no meio dessa história só fico com o sentimento que tô ficando um paizão…

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