Ontem uma amiga me mandou um email avisando que ela ia no 356, onde haveria um show do Cachorro Grande e do Pata de Elefante, e me perguntou se eu gostava. Já tinha ouvido a Cachorro em mp3, e não tinha me entusiasmado muito. Assim, fui mais para ver essa minha amiga, que eu vejo pouco, do que para ver a banda. E é bom? É, tem algumas músicas muito legais (principalmente Sintonizado) e os caras no palco fazem um show muito bom.
Só que não é do Cachorro Grande que eu quero falar, mas sim da banda que abriu, a Pata de Elefante. Confesso que a primeira coisa que veio na minha cabeça quando ouvi o nome foram as velhas calças boca de sino, e fiquei meio assim. Afinal neo-hippie não tem muito a ver com o som da Cachorro… E o que eu vi? Um trio (Gabriel Guedes e Daniel Mosmann se revesando na guitara e baixo e Prego na bateria) mandando muito bem músicas instrumentais tocadas com precisão e peso, mas muito peso mesmo! A bateria de Prego entrava com força na gente, e olhar para ele era ver um ser ensandecido que seria capaz de tocar com os próprios ossos para tirar o som que queria. E a dupla guitarra/baixo? Perfeita, entrosada até não poder mais. É incrível que a banda só exista desde o começo do ano, pois até parece que os três estão tocando juntos a anos. E outra coisa: quem ouve falar de música instrumental já fica assustado, pensando em masturbação musical, algo feito por músicos para músicos, longos solos de guitarra que ficam e ficam e ficam, mas não foi o caso. O que eu vi foi uma banda que trouxe psicodelia para São Leopoldo, trouxe um clima de \”swinging London\”, Yarbirds, The Who. Magia, pura magia. Falando depois com o Gabriel do porque do nome fiquei sabendo que a idéia é passar uma idéia de coisa forte, com muito peso. E foi isso que eu vi: uma música forte, vigorosa, extremamente competente e que mesmo dispensando o vocal não fica chata. Agora o jeito é esperar o single que segundo o pessoal da banda logo deve estar sendo lançado. E para vocês não pensarem que estou exagerando, vale a pena ler esse outro comentário aqui.
E depois de um show desses, coitado do Cachorro Grande. Eles bem que tentaram levantar o povo de novo, mas não era mais a mesmo coisa…