Sem sentido

Esses dias estava conversando com uns amigos sobre que sentido cada um escolheria caso tivesse que perder um. Sim, perder um sentido, por um motivo qualquer, do tipo um alienígina pousou na sua frente e disse que você teria que entregar um dos sentidos para ele, senão ele te desintegraria sob o calor de mil sóis. Sim, a gente fica discutindo essas coisas… Mas, enfim, uns disseram que preferiam ficar cegos, outros disseram que preferiam ficar surdos. Teve a turma que preferiu perder o tato. E eu, justo eu, o gordo da turma, fui o único que escolhi o paladar. Fiquei pensando no que seria a minha vida se não pudesse ler ou se não pudesse ouvir música. No que seria se não pudesse sentir o calor de alguém me abraçando… E levando tudo isso em conta achei que a minha vida ficaria terrivelmente vazia. E fiquei pensando no olfato, no sentir o cheiro de algo e como é o cheiro que nos faz ficar com água na boca. Lembrei do meu pai, que devido ao fato de ser alérgico a pó praticamente não sente o cheiro de nada e não consegue desfrutar plenamente da comida (o estranho é que ele é ótimo cozinheiro… ), de forma que eu optei pelo paladar e a ser condenado a uma vida insossa, porém vida.

E agora a pouco, relembrando toda essa bobagem, percebi que se minha capacidade de falar fosse junto isso não faria muita diferença… Fiquei pensando em como seria fácil a vida de ser mudo, sem a obrigação de falar, de ser social, de ter que atender o telefone, de ter que dizer alguma coisa quando tudo que precisa ser dito pode ser dito com um sorriso ou um olhar. Acho que para mim ficar mudo não seria algo terrível, só desconfortável.

Óbvio que com isso não quero dizer que um alienígena pode aparecer na minha frente e sair por aí me desmontando…

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