Em nome do pai

Hoje meu pai está de aniversário. 60 anos! Liguei para a casa dele, mas ele ainda não voltou da praia. Aliás, ele e a minha mãe não devem voltar até o dia 12. Pena, bem que eu gostaria de dar parabéns para ele, melhor ainda: um abraço apertado, de urso, como a gente costuma brincar. Um berrando pro outro e se abraçando às gargalhadas. 60 anos, e com uma saúde melhor que a minha. É até fácil de entender: depois que ele se aposentou no Banco do Brasil, em vez de se largar num sofá como faz muita gente, comprou uma chácara e fica lá, capinando, criando abelha, plantando erva-mate… Fica lá, no meio do mato, inventando coisas para fazer, e fazendo bem feito. Só para ter uma idéia, até prêmio de melhor mel ele já ganhou em exposição agropecuária.

Mas eu me preocupo com ele, já que volta e meia focos de câncer de pele aparecem por pegar sol demais. Mas é aquilo: ele vai no médico, cauteriza-os e dá risada. Ainda bem que ele pode fazer isso, mas tenho medo de que um dia o negócio fique realmente sério… Só que se ele parar fica mais um daqueles velhos que acabam morrendo por causa do tédio. Problemático isso.

Mas, enfim, o importante é que hoje ele está fazendo 60 anos e está de bem com a vida. E isso é o que importa. Assim sendo, já que não posso dar os parabéns ao vivo, dou aqui: Senhor Harry Pilger, muitas felicidades e muitos anos de vida! Te amo paizão!

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