Acabo de ler Showstopper – A vertiginosa corrida para criar o Windows NT e a próxima geração na Microsoft, de G. Paschal Zachary, escrito em 1994. Apesar de ter uma visão meio “Ô! Como a Microsoft é linda e maravilhosa” que enche um pouco o saco vale realmente a pena ler o livro. Nem tanto para ficar fazendo loas ao Windows NT, um sistema que só ficou bom na versão 4 (e mesmo assim com um número enorme de bugs de segurança), mas sim para acompanhar o processo de criação desse sistema e para ver como pressões comerciais podem prejudicar um projeto que tinha tudo para dar um belíssimo de um software. Isso sem contar o problema que representa uma equipe grande, com integrantes sem experiência, na realização de um projeto, além de como a vida de pessoas que participam deste pode ser despedaçada (casamentos vão por água abaixo, círculo de amizades desaparece, etc). Quem editou o livro foi a Siciliano, não sei se se encontra fácil por aí. Eu, no caso, achei num balaio na Feira do Livro, em Porto Alegre.
Mas o principal do livro diz respeito à pressão do trabalho, à concorrência interna. De um lado quebra aquele mito de que programadores mais velhos não prestam (havia um número enorme de veteranos no desenvolvimento do NT, e analisando bem foram eles de fato que fizeram o sistema), de outro mostra que por melhor e mais interessante que seja um projeto, não vale a pena sacrificar a vida pessoal. Mais uma justificativa aqui para que no ano que vem eu chegue no trabalho na hora certa, e saia na hora certa. Nada mais de horas extras, a não ser em caso de real urgência.
E parece absurdo, mas hoje finalmente eu vi Quem vai ficar com Mary?. Sinceramente eu tinha medo que fosse um baita de um abacaxi, de tanto que me falaram desse filme, mas gostei, gostei mesmo. E o filme valeu também porque me lembrei da minha antiga paixão de adolescência, a Mônica Raymundo. Era uma ruiva linda, colega de aula, e que para a minha tristeza era a vizinha de frente da minha casa: tristeza porque assim não tinha como não ver ela. Fiquei anos pensando nela depois de sair do segundo grau e ir para a universidade, mesmo tendo levado um sonoro de um NÃO (assim mesmo, em letras maiúsculas e bold) na cara quando eu me aventurei e perguntei se ela queria namorar comigo. Tudo bem que ela podia ter dito não, mas até hoje eu não entendo porque ela ficou uma fera comigo: parecia que eu tinha ofendido de morte ela e toda a família… Menos mal que eu posso dizer que tentei (Grande consolo!). Mas o tempo passa, o tempo voa, e a gente deixa de ser besta. Hoje ainda me pego pensando nela, mas naquelas de “como seria se ela…”. É, primeiro amor tem dessas coisas.
Aliás, me surpreendi quando ouvi a regravação feita pelo Pato Fu de Tolices, do Ira!. Não sei como eu não nunca tinha me tocado, mas a letra era bem o que eu sentia na época:
São tolices
Que penso sobre você
Você não pensa em mim
Por que andamos na mesma rua
Vivo sonhando
Imaginando você
Imagino pegadas
E as vou seguindo
É tolice, eu sei
Você não sente os meus passos
Mas eu imagino
Um olá talvez
Mas pra mim de nada vale
Isso estragaria
O meu faz-de-conta
A única discordância em relação a letra é que um olá fazia uma diferença enorme, e aumentava mais ainda o meu faz-de-conta, ô se aumentava… Fazer o quê se eu tenho uma certa tendência ao drama?