Teve gente que me escreveu reclamando do que eu falei sobre o Milton Nascimento e o arranjo dele de Travessia. Ok, ok, desculpe, mas o fato é que eu simplesmente enjoei do negócio. Milton é um grande cantor? É. Tem uma voz tão bonita que dá vontade de jogar as cordas vocais no lixo, mas o fato é que Travessia simplesmente chora. Simplesmente enjoei do negócio de um jeito tal que entendo perfeitamente porque o pessoal do Pato Fu renega o Clube da Esquina.
E a vida segue besta. Ando lendo bastante, mas naquele esquema: uma página de um livro, um capítulo de outro, assim, simultaneamente. Brincando brincando devo estar lendo uns 10 livros. Nenhum ruim, mas nenhum que me prenda realmente a atenção. Com “A Sociedade do Anel” foi diferente: embarquei no livro, e mesmo assim levei mais de um mês para ler ele. O caso mais gritante de paixonite literária foi quando li os 4 volumes d”As Brumas de Avalon” em apenas uma semana e meia. Trabalhava de dia e de noite ficava lendo. Os dois primeiros dias nem dormi, no terceiro capotei e no quarto em diante adotei uma rotina de 2 horas de sono. E até hoje lembro perfeitamente da história. Foi realmente algo, assim como foi algo ler O Perfume. Mas esses livros são catarses. Prazer mesmo encontro em dois autores: Asimov e Borges. São autores que eu mergulho nas idéias deles e vou lendo com calma, sem pressa. E ainda tem o Bukowski, o Mempo Guiardinelli, o Alexandros Evrimidis, o… bem, tem muitos muitos. Mas deve haver muitos outros que eu não conheço e não acho. Sinto falta de bons livros, de coisas que absorvam. E tenho medo dos clássicos, aqueles que todo mundo diz que leu.