Tá bonita a coisa: a Globo vai processar o SBT por plágio de um programa não exibido e em cima disso o SBT dá um belo de um esculacho na TV do Bob Marine. O texto, extremamente irônico, acaba com uma lição de moral que dá gosto:
Tem razão a Globo, ao afirmar em sua nota, que “a indústria brasileira de entretenimento só pode crescer se for baseada (sic) no respeito à lei e em princípios morais” e “que a sociedade anseia por ética”. É verdade.
Como sabemos, é altamente moral e ético pagar as multas e assumir os processos judiciais de autores sob contrato, para que o SBT não possa contar com um único escritor; é extremamente ético comprar eventos para não exibi-los; aliciar contratados apenas para desorganizar os concorrentes; como sabemos, é extremamente ético vender jornais à custa da desgraça de pais desesperados e de filhas sequestradas. Tudo isto é altamente elogiável, é exemplar.
O SBT, enquanto a Globo não for o único veículo, o único empregador, não for o único Poder, o Big Brother que anseia ser, dona da televisão que nos vigiará, até este dia, o SBT continuará trabalhando e derrotando, sem luxo e com modéstia, derrotando o Poder, a Riqueza e a Prepotência, hoje disfarçados em moralistas.
Ok, sabemos que o SBT não é santo: está aí o Gugu e sua conversão ao catolicismo pelas mãos do Padre Marcelo para provar. Mas que é bom ver a Globo, do alto de sua prepotência e do seu poder, ouvir uma coisa dessas lá isso é.
A única coisa chata, contudo, é saber que, independente de quem ganhe essa briga toda, a qualidade da televisão vai continuar essa podreira que conhecemos. 😛