Do grego: meta: mudança + en: em + psiquê: alma

Dias atrás eu tive a idéia para um game. O que eu confesso que é muito estranho, pois se tem coisa que eu não gosto são jogos de computador. Não sei bem explicar porque, mas me sinto extremamente desconfortável com a idéia de que, com o tempo que eu usaria num jogo, eu poderia fazer algo muito mais interessante, como reler pela 14ª vez minha coleção de Love Hina… Mas, enfim, o caso é que tive uma idéia de um game e, como eu não tenho saco para desenvolver esse jogo, resolvi repassar a idéia para quem quiser, já que eu achei a idéia boa, tão boa que eu gostaria de jogar isso. Sim, aí vai a idéia do jogo. Quem quiser implementar se sinta à vontade, desde que…

Sim, tem que ter alguma condição. Afinal, já que a idéia é minha, eu posso fazer isso, não? 😉

E a condição é simples: que o jogo seja multi-plataforma (Windows, Mac e Linux) E que seja liberado por uma licença open source. Reparem que eu não disse uma licença GPL, pode ser BSD, a pessoa que criar o jogo pode fazer uma versão light aberta e uma versão multi-player fechada, se ela quiser… Ela está livre para fazer isso. O importante é que tenha uma versão que possa rodar em qualquer plataforma e que permita que o usuário possa colocar a mão no jogo se ele assim desejar.

Mas, enfim, vamos ao jogo: ele trata sobre Metempsicose, que, segundo a wikipedia é a doutrina da transmigração da alma. É usualmente denominada de metacomorfose. Sustenta a transmigração da alma humana para corpos animais ou espécies vegetais. Deste modo, um Espírito, que hoje anima um corpo humano, poderia retornar ao mundo sob formas vegetais ou animais. O cenário seria uma floresta, uma cadeia de corais, um ecossistema qualquer longe de uma aglomeração humana, porém com uma biodiversidade grande. Nesse cenário, num belo dia, aparece uma nave alienígena. Na historinha de introdução (tipo uma sequência de notícias, por exemplo) aparece uma explicação que os militares da Força de Paz da ONU tentaram de tudo para descobrir quem está dentro da ave e o que pretendem, mas todos os sistemas robóticos não deram conta do recado e observaram que apenas um tipo de animal minúsculo (algo como formigas) consegue penetrar na nave, já que os alienígenas, por um motivo desconhecido, permitiram que aquela espécie ali assim poderia agir.

Assim, o desafio é entrar na nave, descobrir o que os alieníginas querem, quais são os planos deles e, se possível, se comunicar com eles, para trocar informações.

E como fazer isso? Pois bem, para a alegria geral da humanidade os militares tem em suas fileiras… mutantes! ÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓbvio, não? E um deles é VOCÊ, poderoso mutante com a capacidade de transportar sua alma para o corpo de um animal, de forma que VOCÊ pode entrar na nave, usando o corpo de uma das formigas para entrar na nave. O detalhe é que você não pode chegar perto da tal formiguinha, passar sua alma para lá e deu pra história. O negócio é que você tem que passar por uma espécie de “câmara de descompressão”, migrando sua alma de um animal um pouco menor para outro pouco menor até outro menor até chegar no bicho certo. O detalhe é que o seu controle sobre o animal pode ser total, parcial ou simplesmente nulo, e esse animal faz parte de uma cadeia alimentar. Como o processo de passar a sua alma de um animal para outro se dá pelo contato visual simultâneo entre os dois corpos pode acontecer de que você passe para o corpo de um alimento do animal que você está no momento, de forma que, quando você passar pro corpo seguinte, você tem que sair correndo feito louco. Se você tiver controle total do corpo do hospedeiro pode se dar mal, já que você precisa se adaptar ao meio. Se tiver controle nulo tu se salva, mas pode ser que o teu hospedeiro se afaste da nave, em vez de chegar perto. O bom é se você tiver controle parcial, mas aí temos o problema é que tais níveis de controle são totalmente aleatórios. Mas o melhor mesmo é se você se transportar para um animal que não é alimento do animal que você está agora. Para saber isso vai ter que observar os outros animais da tua espécie, porém aí há o problema que tu não pode ficar muito tempo num hospedeiro… Bem, o caso é que se o seu hospedeiro morrer ou o tempo de permanência expirar sua alma volta automaticamente para o seu corpo e tem que recomeçar tudo de novo.

Ok, e o que acontece quando você entrar na nave? Bem, para começar a nave não é do tamanho de um FIAT 147, mas sim uma SENHORA NAVE, algo do tipo tamanho de São Paulo, com todo um ecossistema ali dentro. E aí se dá o fenômeno inverso: você tem que passar do animal menor para o maior, para aí chegar até um hospedeiro que te dê condições de saber o que está acontecendo e o que querem no nosso querido planeta azul, e, uma vez tendo essa informação, poder repassar para as forças da ONU, que vai decidir o que fazer.

Agora me perguntem se eu tenho a capacidade técnica de fazer esse jogo… Sim, a resposta é nula. Estudando talvez em 10 anos eu conseguiria desenvolver ele, mas o caso é que, hoje, 0% de chances. Afinal o que temos aqui? Temos a construção de um cenário complexo, com vários animais agindo de forma diferenciada, com padrões diferentes de comportamento, com formas diferentes de ver o mundo (tu já imaginou como seria implementar uma visão de mosca?), com… enfim, tem um bocado de esforço intelectual aí. E eu não estou com tempo para me dedicar à esse esforço, por isso taí a idéia para quem guiser, só com aquelas duas condições lá. O quê? Precisa distribuir o jogo de graça? Não, pode vender, desde que o código-fonte de uma versão (light ou integral, sei lá) esteja disponível para os maníacos meterem a mão e poderem implementar novas features. Já imaginou alguém botando chuva no cenário?

Então tá, aí vai um resuminho da ladainha toda para quem quiser botar a mão na massa:

Cenário:
* um ecossistema terrestre, longe de aglomerações humanas, onde pousa uma gigantesca nave espacial que também tem seu próprio ecossistema.

Personagem:
* um espião dotado de uma mutação que o faz capaz de deslocar sua consciência para diversos corpos de animais. No que o animal portador da consciência morre, a “alma” volta automaticamente para o mutante.

Detalhes:
* Espião muda sua consciência de um corpo para outro ao olhar para os olhos deste.
* Há um limite de tamanho, de forma que de um cachorro não pode passar para uma aranha. Tem que se fazer transferências graduais.
* Há um limite de tempo que a consciência pode ficar dentro de um corpo.
* Dependendo do animal o controle é total, parcial ou nulo. No controle parcial é o melhor, já que o jogador não precisa se preocupar com a forma como o animal se move e pode determinar a direção para onde esse pode ir.
* Sendo um ecossistema há uma cadeia alimentar. O animal tem que se proteger de predadores. A consciência tem que cuidar para não se transportar para um animal que vai servir de comida para o portador atual.
* Dentro da nave há um ecossistema próprio

Atrativos do jogo
Graus de dificuldade:
* modo amador: limite dentro dos corpos é maior, controle dos corpos é geralmente parcial, há indicadores de tempo e distância
* modo normal: limite e controle é mesmo do modo avançado, há indicadores de tempo e distância
* modo avançado: não há indicadores de tempo e distância. Jogador vai ter que se guiar pela sua experiência.

Tecnologias:
* Realidade virtual
* Numa versão mais avançada se poderia colocar rede, onde em vez de um espião seriam vários.

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