Na real na real é uma banda que tenha uma garota no vocal, mas o caso é que um pai de santo ia bem mesmo…

É que é o seguinte: a uns 2 meses atrás eu e a Taila inventamos de fazer uma festa rock que tivesse como atração o fato de ser “de meninas para meninas”. Aliás, o nome da festa creio que vai dar o que falar… Mas enfim, uma festa que tivesse DJs mulheres, bandas com mulheres no vocal, exposição de artistas mulheres, feirinha de produtos rock para garotas (bolsas e camisetas) , tudo isso no Dia Internacional do Rock, dia 13 de julho. Idéia lançada, vamos atrás dos ingredientes. Primeiro, o local. Sim, optamos pelo Casarão. Um espaço já tradicional aqui em São Leopoldo, que pode ter suas fases ruins mas é o melhor lugar rock da cidade. Segundo: as DJs. A Taila e a Kika para abrirem a noite, e, como atração principal, a Cris Grings e a Amanda Reche, da Dance Rock, Amélie!, na nossa opinião a melhor festa dance-rock de Porto Alegre. Shows? Acertamos com a On, banda rock mais voltada para o indie e que é muito legal. Já tinhamos achado a artista para expor (a Chiquinha, que faz uns quadrinhos super massa para a FolhaTeen), já tínhamos acertados com a Marcia Orsi para ela expor as bolsas da Menina Vinil, já tínhamos abandonado a idéia de expor roupas da Mono porque o Patrick disse que as vendas não compensam o fato de que as camisetas ficam com cheiro de cigarro e estávamos procurando a segunda banda quando veio a primeira pedrada.

O Casarão fechou. Na real ficamos sabendo que ia fechar, isso à três semanas atrás, depois de ir no bar e perguntar pro Ricardo se estava tudo certo na agenda para a festa no dia. Foi quando ele abriu o jogo e disse que estava vendendo o bar, já que tinha conseguido uma representação para a Grande Porto Alegre das Ervas Barão. Sim, podemos dizer que o nativismo matou um bar rock em São Leopoldo… Como o cara é pai fresco, com petiço novo, e tem que se preocupar em criar o guri, ok, dei apoio e fiquei pensando “Tá? E agora?”. Assim lá fomos nós correr atrás de um lugar para substituir. Procura aqui, fuça dali e acabamos no Seventy Pub, um bar simpático na Independência que está querendo se firmar como um lugar para festas rock, isso depois de tentar ser um bar de pagode e não ter dado muito certo (cá entre nós ALELUIA!). Detalhe: no Casarão cabia mais de 300 pessoas, enquanto no Seventy se a gente botar mais de 200 periga ter gente morrendo de asfixia. Bem, o BR-3 era assim e as festas lá eram massa, então vamos que vamos. Bem, antes um detalhe: como a bilheteria é rachada em 50% entre a produção e a casa, sendo que a casa entra com o local e a segurança, e a produção com a divulgação e equipamentos para o palco, temos que se botarmos duas bandas o cachê para cada banda, além do cachê para cada DJ, ia acabar ficando baixo para todo mundo. Pô, eu não tenho cara de pau de trazer uma banda de onde quer que seja para deixar os caras sem nada. Assim sendo, então, em vez de duas bandas, uma, o que é uma idéia que me agradou, pois na real esse é um formato de festa que tô a muito tempo a fim de testar.

E assim, começamos a negociar e hoje finalmente assinei o contrato com o bar (sim, rolou contrato: o esquema ali é mais profissional, graças a Deus!), acertando a data como nossa no local. Chego em casa, vou todo contente mandar o email pras gurias do Dance Rock Amelie, pro pessoal da On, pra Chiquinha, pra Márcia, dando a notícia e dizendo que finalmente ia poder começar a trabalhar na divulgação quando veio a segunda pedrada:

From: patrick
Subject: Re: E aí??? It’s On or not?

Eae Charles
cara, infelizmente vamos ter que cancelar a participação da On nesse show. Nosso batera, o Victor, entrou na UTI hoje, teve uma parada cardio-respiratória e ficará os próximos 4 dias em coma induzido. O caso dele é grave e não sabemos ainda se ele vai sair dessa com alguma sequela ou não…
Espero que vcs já não tenham começado a divulgação…
abraço!
Patrick

CA-RA-CA!!!!!!!

Primeiro coisa que eu fiz foi repassar a notícia pra Taila, a segunda foi procurar o telefone do Patrick no meu velho celular (não achei, logo não liguei) e a terceira foi mandar um email para ele desejando que o Victor saia dessa, que ele não é para se preocupar com a festa, agradecendo pela preocupação, e que tanto eu como a Taila estamos torcendo pro Victor sair dessa numa boa, sem sequela nenhuma. Eu que já perdi um grande amigo que teve um ataque cardíaco antes dos 40s sei que quanto mais novo o cara maior é a cacetada da coisa, então só posso torcer e muito pelo cara.

Bem, enfim, como a vida continua agora tenho esse pepino: estou com uma festa marcada, um local reservado, 4 DJs prontas para botar o povo para dançar e nenhuma banda. Fui no Orkut e deixei em várias comunidades uma mensagem dizendo que eu e a Taila estamos procurando bandas com gurias no vocal, de preferência bandas que vão mais pro lado do indie rock ou do new rave ou do eletroclash. Se a banda fizer um som diferente disso mas tiver a manha de fazer a galera pular feito louca na pista de dança já tá valendo. Seria ótimo, sobretudo, se a banda já tivesse algum MP3 para audição disponível. Como se pode ver não é nada tão difícil assim..

Bem, e aí? Contrato um pai de santo ou não? De qualquer maneira só sei de uma coisa: com tantos percalços pelo caminho eu vou fazer de tudo para essa festa ser A FESTA. Se é para ter stress que seja por um bom motivo!

Ah sim, esqueci de comentar: para melhorar tudo eu e a Taila pegamos uma gripe feia no meio do caminho, com direito a febre alta, corpo dolorido, etc, etc… É ou não é questão de se chamar um pai de santo? De qualquer maneira vou deixar um galho de arruda na porta do bar no dia, só para garantir…

Update (06/06/2007): boas novas! O Patrick na comunidade da On disse que o Victor tá melhor. Segundo os médicos ele não corre risco de ter sequelas, mas vai ficar ainda alguns dias hospitalizado. O bizarro é que o que ele teve foi um ataque de asma muito forte seguido de parada cardio-respiratória. 😯 Nunca imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer… Mas enfim, ele já tá oxigenando legal e tá melhorando.

Update (11/06/2007): infelizmente o Victor não aguentou 🙁 Aos parentes e amigos nossos sinceros pêsames.

Update (18/06/2007): conseguimos a banda. Se chama Morgan Le Femme, e é composta por 4 garotas muito simpáticas e que tocam pra burro. Eu e a Taila conferimos elas esse fim de semana num show no Garagem Hermética.