Mestre

O ano é 1992. Estava então com 21 anos e olhava para o futuro com medo. Afinal já tinha passado de mais da metade do curso de Análise de Sistemas e via que o que me esperava era uma carreira trabalhando em algo muito, mas muito chato. As opções que se desenhavam eram sistemas comerciais, gerenciamento de banco de dados, esse tipo de coisa que não tinha nada a ver com o que eu achava interessante na área de informática. Mas enfim, na época eu estava trabalhando como monitor de laboratório de informática na Unisinos, ajudando as pessoas a resolverem problemas envolvendo Carta Certa (um editor de textos baseado em tags que era bem legalzinho), Samba (uma planilha eletrônica que era uma cópia descarrada do Lotus 123), Basic, Pascal e Cobol. Era uma vida tranquila, já que pouca gente aparecia para resolver dúvidas, de forma que eu ficava a maior parte do tempo pegando códigos da revista Micro Sistemas e ficava brincando de portar para o Basic do PC ou para o Pascal. E na mesma época começaram na Unisinos a aparecer uma série de projetos de pesquisa na área de informática, incluindo entre elas o ADAM (Ambiente de Desenvolvimento de Aplicativos Multimedia). Como eu estava sempre ali nos laboratórios eu fui me metendo no projeto, primeiro como voluntário e depois como bolsista, ajudando (e atrapalhando) no que dava e aprendendo muito. Foi nesse projeto que aprendi o que era multimidia, como funcionavam arquivos de áudio, imagem e vídeo, fiquei fuçando em rotinas asssembly e demos para ver como as coisas funcionavam (e confesso: sem entender muito do que tava acontecendo nas entranhas do computador), tive meus primeiros acessos à Internet e por aí vai. Foi ali que eu vi meu futuro e vi que informática realmente não era a coisa burocrática que o curso que eu fazia pintava, vi que eu podia trabalhar e me divertir horrores ao mesmo tempo, e isso era muito bom. E tudo isso com o apoio do professor Franz Figueroa.

Pois é, foi graças à paciência dele que hoje eu trabalho com Web, que gosto de ler sobre mídias (foi ele que me chamou a atenção pela primeira vez que o computador é um meio de comunicação, não um mero debulhador de dados), que me interesso por dados não-estruturados, que procuro sempre usar a tecnologia para dar às pessoas acesso à informações de uma forma agradável. Afinal se o resultado do processamento de dados é importante, igualmente importante é como as pessoas tem acesso a esse resultado.

E por que toda essa puxação de saco em cima do Franz? Bem, é que finalmente ele resolveu fazer um blog, o Imagemaster Blog. O blog é voltado para os alunos dele de Computação Gráfica, de forma que há análises de sistemas Web (como a recente fusão do Google Writely + Google Spreadsheets), de ferramentas e de tendências na área de tecnologia para tratamento de imagens e vídeo. Para quem gosta de ler sobre tecnologias e mídia recomendo a assinatura do feed. 😉

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