Sobre software fechado e continuidade

Pois é, estou devendo ainda pro Marcos o artigo onde vou defender que software fechado é imoral. Estou lendo umas coisinhas sobre moral e ética para servir de embasamento e isso tá demandando um tempinho… Mas enfim, de qualquer maneira, vale a pena retornar o assunto para comentar essa notícia:

Êltimo Segundo: Com nova rede, BB parte para a adoção do Linux

O Banco do Brasil (BB) decidiu adotar software de código aberto em seus sistemas. Até o fim de maio, os servidores de 500 das quatro mil agências do banco estarão operando com o sistema operacional Linux, informa José Luiz Cerqueira César, vice-presidente de tecnologia da instituição. A meta é chegar a maio de 2006 com toda a rede de atendimento do BB operando com software livre.
(…)
“Fomos vítimas de descontinuidade tecnológica. O programa que usávamos não teve mais atualizações desde então”, reclama Cerqueira César. Esta foi uma das razões que, segundo ele, levaram o banco a optar por um software livre na implantação da nova rede. “Quem me garante que daqui a três, quatro ou mesmo dez anos não haverá nova descontinuidade tecnológica no software proprietário que eu escolher agora? Não podemos ficar dependentes dessa situação.”

Pois é… Esses dias o Marcos resolveu retomar o assunto comigo (mais especificamente falando num sábado à noite enquanto eu estava discotecando… depois o nerd sou eu…) e eu coloquei que um dos problemas do software fechado é justamente esse: depende-se do desenvolvedor do software no que se refere à continuidade do mesmo. Ok, uma Microsoft (só para ficar no exemplo mais famoso de empresa de software fechado, já que poderia ser qualquer empresa) não vai quebrar de uma hora para outra, mas quem garante que ela vai continuar o Windows? Ok, não é todo mundo que tem a infraestrutura operacional do Banco do Brasil para ficar mexendo num código complexo como o de um sistema operacional, mas para que servem grupos de usuários e firmas de consultoria?

E lembrando mais uma vez: quando eu falo em software proprietário não estou relacionando ele diretamente com software livre. Você pode muito bem vender o teu software com o código fonte junto e um acordo jurídico garantindo que esse código não vai ser redistribuído. O software livre é uma categoria de software não proprietário, não seu antônimo.

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