Não sei dizer qual foi o melhor filme brasileiro de 2004, mas sei dizer qual foi o pior: Meu tio matou um cara, do Jorge Furtado. Sim, ele conseguiu ser pior que aquela bomba chamada Nina. Ok, o que temos no filme do Furtado? Temos uma história até razoável, quase engraçada. Poderia dizer que o Furtado queria fazer um filme simpático, para adolescentes, tal qual o Houve uma vez 2 verões. Só que ele morre nos detalhes (qual adolescente na fossa se enfurna no quarto para ouvir Caetano Veloso??? Outra coisa: adolescente de classe média baixa CD da internet, já que comprar CD pirata é coisa de chinelo), no fraco desempenho dos atores (o gurizão aquele da Cidade dos Homens parecia que estava no filme cumprindo um castigo de escola, de tão sem tesão o desempenho dele), na narrativa em off que já saturou (tanto que o próprio Furtado já anunciou que não vai fazer uso desse recurso no seu próximo filme), no merchandising descarrado que permeia todo o filme (o que é francamente nojento), e por aí vai. Sim, o filme é uma comédia, mas de erros. É um filme policial tmbém? Sim, mas o crime na verdade é contra o bolso do cara que pagou o ingresso.
Mas o que é mais nojento é ver a babação de ovo da crítica de cinema para cima do filme, falando dele como se fosse um filme excepcional. Sim, claro, afinal quem é louco de pisar nos calos do Furtado e por extensão no calo da Central Globo de Produções e (localmente falando) da Casa de Cinema de Porto Alegre? Corporativismo pouco é bobagem. E dá-lhe doutor de cinema falando que o público gaúcho não ia gostar do filme por que o filme é de vários sotaques. Bobagem! O público gaúcho não vai gostar desse filme por saber que o Furtado é capaz de coisa mil vezes melhor, e vai se sentir enganado por dar o seu suado dinheiro para um embuste de filme desses.