Não acompanhei as Olimpíadas. Não que eu não goste delas, pelo contrário, acho muito bonito de ver a ginástica e o atletismo, fico realmente admirado com o que as pessoas são capazes de fazer, mas me irrita ver o quadro de medalhas por paises, a competição a qualquer custo, a dramatização que se faz em cima de tudo. E onde fica o \”O importante não é vencer, é competir\”, do Barão Pierre de Coubertin? Sim, eu sei que é ingenuidade crer que alguém realmente leva a sério tal lema, mas não posso deixar de me irritar quando se vê que a mídia não valoriza tal lema, com seu enfoque \”Vencer! Vencer! Vencer!\”.

É por isso que eu vejo o que aconteceu com o Vanderlei de Lima e me emociono. Pombas, o cara estava em primeiro e mesmo chegando em terceiro, depois de um maluco atrapalhar ele, comemorou \”voando\” na pista e mandando beijos pra galera. Ele poderia ter ficado se lamentando por ter perdido o primeiro lugar, mas não: ele comemorou. O quê? Foi o melhor resultado de toda a vida dele até o momento? Não importa, oras! Num país em que temos a cultura que o segundo colocado é o primeiro dos perdedores o fato dele receber o bronze com alegria é de realmente tirar o chapéu.

E quanto ao irlandês maluco? Bem, não convidando ele para o próximo Fórum Mundial Social para mim já está bom. Não duvido que algum outro maluco veja nele um herói também… E o barbudo sósia do Hemingway que ajudou o Vanderlei tinha que receber uma carta de agredecimento do governo brasileiro pela força dada, oras pois.

Update: estava jantando quando comecei a rir sozinho. É que do nada lembrei dessa música do Ultraje a Rigor. Ok, sei que é sacanear o Vanderlei associar a letra com ele, mas não tive como não rir.