Finalmente parei para ouvir com calma o CD Morrem os Verões, da Deus e o Diabo. Todas as audições que eu tinha feito antes tinham sido no meu aparelho CCE com caixinhas de som mixurucas, o que dá uma idéia da quantidade de ruídos aleatórios que são inseridos na música. Então trouxe meus fones de ouvido lá do trabalho, peguei meu CD player e mandei bala. E o que posso dizer é que ouvir o CD é uma sensação estranha. É com certeza um trabalho claustrofóbico, com um instrumental muito bem elaborado, ruídos nem sempre discretos ao fundo e vocal estranho (já disseram uma vez que o Rafael cantava como que num disco tocado de trás para frente, o que no caso de Simples é uma imagem que se encaixa perfeitamente). As preferidas da casa foram: Liga prá mãe e Observática, pós-punk anos 00 para fazer o povo dançar; Simples, com sua constante massa de microfonias; Farrapos, com seu clima de trilha sonora para filmes em câmera lenta; o pesadelo épico de ONU & EUA; e a belíssima 26. Disco muito bom, com poucas falhas (por exemplo acho que se em São a Thiane tivesse mantido o mesmo tom de Infância, onde ela está perfeita, a música ficaria melhor; além disso a produção meio que \”chapou\” o som em algumas músicas, principalmente no que diz respeito aos agudos. São pequenos defeitos que não chegam a comprometer o resultado final), que fazem com que os doze reais que a banda está pedindo por ele sejam uma pechincha.
Detalhe interessante: enquanto estava ouvindo o CD eu estava achando ele super estranho. Ouvia e pensava: \”putz, o demo tava melhor, o que houve?\” Foi aí que eu peguei o demo para ver e vi que ele também estava estranho. Foi aí que me toquei que o CD player portátil (marca Powerpack) estava em modo mono. Opção mono num CD player? Esses chineses são malucos…