É interessante ver como as coisas meio que se entrelaçam… No último dia de aula da trilha de desenvolvimento Java para servidores lá na TargetTrust foi mostrado um vídeo para a turma, como uma despedida e uma mensagem de Natal. Vídeo bonito, com belas imagens, música agradável e um texto que eu tinha a impressão de que já tinha ouvido em algum lugar.
O pessoal lá da Target ficou de me mandar por email o nome do arquivo para que eu procurasse lá no Kazaa (ou outro p2p da vida) mas no fim das contas não precisei: ontem eu acessei o blog da Deus e o Diabo e lá eu vejo um post justamente sobre esse vídeo. Baixei ele e fui assistir de novo, e daí que caiu a ficha: Putz, esse é o \”discurso do Kurt Vonnegut\”!
Para quem não conhece a história é a seguinte: em 1997 a colunista do Chicago Tribune Mary Schmich escreveu um discurso de formatura imaginário, que começava com \”Ladies and gentlemen of the class of \’97, wear sunscreen.\”. Não demorou muito tempo e alguém, sabe-se lá porque, resolveu dizer que esse texto era um discurso de formatura proferida pelo Kurt Vonnegut no MIT. Talvez como uma forma de dar maior valor ao texto… Mas, enfim, o caso é que o email circulou até não poder mais lá por 1997/1998. Era comum se receber uma cópia dessa mensagem nas listas de discussão da época, além de comentários de pessoas dizendo que aquela mensagem não era do Kurt, perguntando quem era o verdadeiro autor.
No fim das contas o pobre do texto virou uma praga na época. A coisa chegou ao absurdo de que a autora, que por conta desse email circulando por aí, foi acusada de plágio… Surrealismo pouco é bobagem.
Mas o tempo passa, o tempo voa, outras lendas urbanas vão aparecendo e essa aí do Kurt caiu no (meu) esquecimento. Nesse meio tempo o diretor autraliano Baz Luhrmann (de Romeu e Julieta) musicou o texto, chamando-a de Everybody\’s Free (to wear sunscreen), música essa que o pessoal da agência de publicidade DM9DDB pegou e usou para fazer um vídeo, utilizando uma série de imagens de arquivo, além de trechos de outras propagandas (pelo menos me pareceu isso ao ver o cabeludo aos 3:13 do vídeo). E não é que o resultado ficou bonito? Assim sendo fica a dica: assista o vídeo. Vale o download de 75 megas. E para quem quiser saber mais sobre a produção do vídeo e quiser a letra vale a pena ler esse post da Brainstorm #9.
E vamos esperar para ver quando é que alguém vai se animar a fazer uma versão dessa música aqui no Brasil com o Paulo Cesar Pereio ou o Paulo José na locução. Eu bem que gostaria de ouvir um deles falando que eu não sou tão gordo quanto eu imagino que sou. 😉