E coloquei lá no fotolog uma foto minha com dois anos de idade. É estranho me ver assim, pequeno, cabelos loiros… Tento imaginar o que eu pensava nessa época, o que eu queria, mas é impossível. Era uma época em que não havia muitas palavras, e são as palavras que marcam os nossos momentos. O pecado de Adão não foi ir atrás de Eva e comer do fruto proibido, mas sim entender o que havia por trás dos nomes dados, dos seus símbolos. E eu nessa época nem imaginava que existia coisas como semiótica, metalinguagem, paradigmas… Não imaginava nada disso: era simplesmente uma época de se ir vivendo e aprendendo. E hoje de certa forma lamento tudo que eu aprendi, desejando de novo ser aquele garoto que se alegrava com um caminhãozinho, que tinha as roupas sujas de pó vermelho lá do interior do Paraná. Desejando ser de novo um garoto embalado pelas canções da inocência.
E fica o registro: quando mostrei essa foto pro João ele olhou e disse \”Sou eu!\”. Meu sobrinho de 5 anos se reconheceu em mim aos 2. Eu fui uma criança bonita, o João é bonito, e espero que ele permaneça bonito, pois o mundo não é amigo de quem não é perfeito.
E por favor onde tem uma piscina natural na penumbra para se mergulhar e ficar submerso durante horas? Seria bom esquecer por uns instantes os sentidos e os pensamentos…