Coisa de gênio

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E eis que nesse fim de semana revi Festim Diabólico, clássico incontestável do Hitchcock. Se você ainda não viu o filme pare por aqui, já que vou comentar sobre o fim do filme.

O que sempre me chama a atenção no final do filme são duas coisinhas: a primeira é que o professor Cadell parece jogar totalmente o corpo fora quando descobre o corpo, livrando-se de toda e qualquer responsabilidade sobre o ato praticado por seus alunos. Contudo, vendo a expressão no rosto dele se vê que ele tem plena consciência de sua responsabilidade no ato, e de como é difícil aceitar isso. Ali estão dois alunos deles, que aplicaram as idéias dele, e ele tem que jogar o corpo fora, se eximindo de toda a culpa, repreendendo-os. Belo exemplo do dilema teoria X prática, no mesmo nível do filme RPM – Revoluções por Minuto, onde o sociólogo teve que abandonar suas idéias pois viu que do ponto de vista prático elas não davam para serem levadas adiante. Só que aí, nessa história, não houve mortos.

E a segunda coisa que me chama a atenção sempre no filme é a forma como o professor Cadell chama a polícia. Ele simplesmente vai na janela e dá uma série de tiros, deixando para a vizinhança fazer a ligação. Imagino se isso acontecesse na Nova Yorque de hoje. Quantas pessoas se dariam ao trabalho de ligar por causa de alguns tirinhos?

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