Palcos

Post interessante do Nasi (vulgo \”o namorado da Julie\” – fazer o que se a guria trabalha na mesma sala que eu?) no blog O caos é meu melhor amigo, que por acaso não tem espaço para comentários:

Qual é o tamanho de Porto Alegre

Cada vez mais se vê grandes eventos com pouca gente em Porto Alegre.
Parece que a cidade é heterogênea demais para que haja grupos de interesse com mais de quinhentas pessoas. Tem crise e erro de estratégia por todos os lados, mas não é só isso, não. Até porque pequenos eventos, começo a recordar, também sofre do mesmo mal.

A nostalgia dá certo por aqui. Os anos 80, com um repertório bem menor de informações disponíveis, foi bem parecido para todo mundo (embora se saiba de DJs de 80s que não incluem Madonna nem Michael Jackson em seus repertórios). Bem como o início dos anos 90. É mais fácil lotar o show do Rush: todo mundo ouviu aquela naba. E a Balonê (se bem que nem cabem 500 pessoas no Ocidente). E um show do TNT.

O nosso tempo é multifacetado. Daqui a pouco, vão ter que fazer não um canal de TV a cabo por pessoa, e sim um programa para cada pessoa. On demand total.

Creio que é esse o motivo pela qual não se firma uma cena na cidade… É neguinho atirando para tudo que é lado, sem formar um público. A dúvida que eu tenho, contudo, é se isso é bom ou ruim. Mercadologicamente falando é péssimo, já que nunca se consegue público para nada, inviabilizando a promoção de eventos, como se pode ver no post seguinte:

Coca-Cola

Ainda o Vibezone: Pato Fu e Ultramen fizeram os melhores shows.
E Pato Fu não deve voltar a Porto Alegre nem arredores nos próximos meses. Ou seja: só depois da longas férias, de sair um disco novo etc etc. Por sinal, a banda sofre com essa história do tamanho da cidade: antes grandona; hoje não consegue lançar o disco MTV ao Vivo em show solo.

Pois é mermão, não é mole não 🙁

Contudo, culturalmente falando, é muito bom, pois mostra um ambiente rico, com uma pluralidade bastante evidente. Prefiro isso à massificação que tivemos nos anos 80, onde o que valia eram as coisas que passavam pelo crivo da Globo. E dá-lhe Michael Jackson e RPM em doses megaestratosféricas. Hoje em dia até se tenta repetir tais fenômenos (vide Ragatanga e outras coisas) mas se vê que a coisa fugiu do controle dos grupos de mídia. DJ Serginho e Racionais MCs estão aí para provar: antes de chegar na TV e nas rádios eles formaram seu próprio público e fizeram a cama deles, independentes de serem artisticamente falando bons ou não. E a grande mídia teve que engolir os dois…

Agora é esperar para ver o que, nesse ambiente multi-facetado que temos aqui na região, vai vingar. Temos de tudo por aqui, e uma hora vai aparecer um grupo que consiga falar tanto com o público da Ultramen como com o da Cachorro Grande como com o da Deus e o Diabo. É esperar para ver se alguém consegue fazer isso.

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