Daqui a umas horas o computador onde estou será desligado. Serão rompidos os cordões umbilicais ligando ele ao monitor, à rede elétrica e ao telefone. Esse é o último post vindo daqui do Edifício Don alberto, local onde estou morando/morei durante quase 5 anos. É o último. Quando paro e penso no tempo que passei aqui, no que eu vivi aqui, dá um gosto ruim na boca. Vivi muito aqui, nesse JK apertado. Vivi horas agradáveis, vivi momentos terríveis, mas vivi. Foi aqui que eu virei noites estudando pro mestrado, sem sucesso. Foi aqui que vivi com a Márcia algumas das melhores noites da minha vida. Foi aqui que recebi amigos meio envergonhado, seja por causa da eterna bagunça, seja porque não tinha um sofazinho para eles sentarem. Foi aqui que não recebi amigos, pois tive vergonha de convidar eles. Hoje, empacotando as coisas, separando o que vai comigo ou o que fica no lixo, batia volta e meia uma tristeza enorme. Via as fotos (fotos essas que vão me acompanhar se possível para todo o sempre) que eu tirei com a Marina e lembrava das conversas noite adentro que tínhamos ali, deitados na minha cama. Via os polígrafos do mestrado (que mandei pro lixo) e me vinha à mente a angústia que vivi naquela época. Via os livros acumulados e lembrava da época que fiquei recluso, distante de todos. Eu olho agora para o monte de caixas que estão no chão e penso: pois é, eis uma parte da minha vida que está me acompanhado, e eis ali naquele monte uma que fica para trás.
É, são coisas, momentos, sentimentos… Lembranças…
Herrr… Hmmm… Bem… É, com licença, que eu tenho que me mexer e continuar empacotando as coisas que vou levar para o meu novo lar… Na verdade para o meu lar.
E a festa de recepção deve sair semana que vem. É só dar tempo para comprar um sofa 😉