Pois eis que teve Deus e o Diabo hoje de noite no Zelig. Confesso que foi uma experiência estranha… Não por causa da banda, que é excelente, mas por causa do ar do Zelig. Tinha alguma coisa lá muito estranha, que faziam os olhos arderem. Sabe fumaça de gelo seco? Imagine uma sala completamente cheia dessa fumaça e eleve isso ao quadrado. Pronto, é a sensação que eu estava tendo. E não era fumaça de cigarro, não era gelo seco (que não tinha), era algo que simplesmente estava no ar nos lugares onde ele era meio parado. Onde tinha circulação de vento não havia nenhum problema. Estranho, muito estranho isso. Além disso é ruim quando não há quase espaço para ver um show. O que eram aquelas mesas na frente do palco? Não dava para elas dalí? 🙁
E quanto ao show em si? Bem, quanto às músicas não tem o que falar. A banda é boa, muito boa, e não é a tôa que tem gente que acha que ela é a melhor banda do país. Mas, além da música, o que chama a atenção são os constrastes dentro da banda: temos a postura teatral do Rafael e da Thiane, onde até o momento certo da tragada do cigarro parece ter sido estudada; a felicidade do Maurício na bateria, com direito a baguetas voando; o completo distânciamento do Guilherme, que só falta tocar de costas pro público, emanando uma aura de timidez; e o Marcelo posando toda hora de guitar-hero. É engraçado ver como os cinco tem um entrosamento tão bom, mesmo aparentando comportamentos tão diferentes. A música flui, simplesmente, e você fica com vontade de ouvir mais e mais, e quando acaba o show você quer mais ainda, mas não tem coragem de pedir o bis porque você sabe que o belo não dura prá sempre, e que forçar uma beleza é algo cruel. Belo show.
E mesmo já tendo chegado em casa meus olhos ainda doem…