Se tem uma coisa que me incomoda é essa minha mania germânica de não saber perdoar. Isso é uma coisa que eu invejo profundamente nos italianos: eles vão lá, se esbofeteiam, se xingam, sacodem um ao outro e meia hora depois do motivo de irritação ter passado, pronto, lá estão lá eles de novo abraçados, conversando, jogando conversa fora. Acho isso maravilhoso. Só que eu não sou assim. Pisou uma vez no meu pé eu fico cabreiro durante um bom tempo. Às vezes não falo nada, simplesmente me afasto e saio da vida da pessoa. Foi o que aconteceu com uma guria que eu tinha como amiga no começo da universidade. Descobri que ela tinha me contado uma mentira (um nada, uma mentirinha boba, mas mesmo assim uma mentira) e quando vi já estava a quase dois anos sem falar com ela. E por uma bobagem. Daí liguei para ela e tudo bem, voltamos a conversar. Só não se falamos hoje pois cada um seguiu rumos totalmente distintos na vida. Isso já aconteceu várias e várias vezes…
E agora, vejo que isso aconteceu com a Lu, uma pessoa que me aprontou uma coisinha, e fico na dúvida se mando ou não um email para ela cumprimentando-a. Afinal ser coordenadora da parte de comunicação da CCMQ é algo que realmente deve ser parabenizado, mas… A Adri diz que é para eu deixar de ser crica e relevar o que aconteceu. Eu queria realmente ficar feliz pela guria, mas o meu germanismo é fogo… Ah, sei lá! Acho que vou fazer o seguinte: o dia que eu for na CCMQ e cruzar com ela dou os parabéns; se não cruzar com ela deixo por isso mesmo. Simples assim.
Update: a Adri leu esse post e me lembrou que o causo ocorrido deu-se a mais de dois anos (já?). Pensei então e vi que realmente eu não tenho que ficar guardando mágoas e, assim sendo, mandei um email parabenizando-a. As águas do rio já estão misturadas à do mar faz tempo…