Meio da madrugada… Fui dormir lá pelas 23 horas e acabei acordando faz pouco tempo. Acordei e resolvi dar um tempinho na frente do computador. E nessas de ficar indo de link em link acabei no blog da Nay indo parar no Free Bee e ali acabei descobrindo uma coisa que me faria me mudar para São Paulo. Detalhe: eu odeio São Paulo, com o seu cheiro, o seu concreto, sua urbanidade mastodôntica. Na verdade não gosto de qualquer cidade que eu sei que eu levaria mais de um dia para atravessar ela de ponta a ponta a pé. E São Paulo é tarefa para uma semana de caminhada.
Mas, enfim, achei um motivo para morar em São Paulo. Deixemos o Darqueson Honneybee (cada nickname que se vê por aí…) falar:
Alguém viu que fantástico o novo curso da USP denominado \”Humanidades\”? É fantástico. Voltado para a formação de poliglotas culturais. Você passa seus 4 ou 5 anos dentro da faculdade fazendo, basicamente, o que você quer dentro da área de cultura. Seu estudo se resumirá em ler os grandes clássicos, discutir as questões mais interessantes e polêmicas a respeito de filosofia, escutar o que há de melhor em música, aprender línguas e boas maneiras, história, política e civilização de modo não-massante. É o curso de meus sonhos.
Procurei maiores informações e achei essa matéria sobre o curso. Realmente dá vontade de largar tudo, procurar um emprego em Sampa que pague o suficiente para se sustentar e se meter de cara nesse curso. Mas gostei do que o Bee falou logo em seguida:
Porém, acho que muita gente consegue fazer isso tudo acima sem estar numa faculdade, bastando ter boa-vontade e bom-senso. Não duvido que, se eu me esforçar bastante, consiga, além de fazer o meu curso normal, todas as coisas que estes poliglotas culturais farão. Com isso, este curso dos sonhos pode se tornar um certo karma. Acho até que eles podem ficar com uma bagagem cultural enorme, mas vão sair numa desvantagem muito maior de ser recuperada. É mais fácil aprender sobre literatura e arte em geral sozinho, do que economia.
Bastante lúcido o garoto. De fato uma pessoa organizada da conta de ler todos esses clássicos, de aprender linguas, etc. Contudo o que eu acho que vale realmente a pena num curso desses não é o que o professor te explica, mas sim as pessoas com quem você vai conviver. É a troca de idéias com colegas que fazem com que a universidade seja um dos períodos mais legais da vida de uma pessoa (ou um dos mais terríveis, se você não consegue achar colegas que te digam alguma coisa de relevante). É pensando no tipo de pessoa que vai fazer esse curso que fiquei me imaginando morando em Sampa. Pode até não ser O curso, mas com certeza as conversas no bar junto com a cervejinha seriam memoráveis. 😉
Mas falando sério, se tivesse hoje 17, 18 anos certamente ia olhar esse curso e perguntar: \”Puta la merda, mas onde vou conseguir emprego depois de fazer uma coisa dessas?\” ignorando que analisar o mundo, como as pessoas se relacionam e quais são as regras culturais por trás de tais relacionamentos é algo muito mais complexo que aprender economia (para ficar no exemplo dado). De duas uma: ou essa pessoa vai acabar trabalhando dentro da própria universidade ou vai acabar sendo administrador de alguma empresa mais descolada, que pedem pessoas que atirem para todos os lado e que não estejam com paradigmas cimentados dentro da cabeça. Aliás se sabe muito bem que mudar um paradigma não é mole não… Sim, eu faria esse curso. Levando em conta a obrigatoriedade de ter um ano num curso qualquer da USP para fazer este eu pegaria um curso mais técnico (Informática, obviamente) para contrabalançar e meteria a cara.
Agora, com licença que vou dormir mais algumas horas antes de literalmente ir dar meu sangue por uma colega de trabalho.