Toda cidade tem seu muro

Pena que a versão original do Nei Lisboa é MUITO anos 80, no sentido ruim dos anos 80. Eis uma música que merecia uma regravação decente, já que essa letra é genial:

Berlim – Bom Fim (Hique Gomes – Nei Lisboa)

Já vejo casas ocupadas
As portas desenhadas
No vergonhoso muro da Mauá
Os velhos nos cafés
O Bar João em plena KriegStraße
A saga violenta desse parque
O cinza da cidade partido verde ao meio
Cheiros peculiares ao recheio
De um bolo de concreto
Repleto de chucrute e rock’n roll
E depois da meia-noite
A fauna ensandecida do Ocidente
Digitando em frente ao Metropol
Berlim Berlim Berlim Bom Fim
Berlim Berlim Berlim

Aliás, é interessante ver que quase todas as letras das músicas do Carecas da Jamaica, do Nei Lisboa são boas. Sinceramente melhor que 90% das letras que se escreviam na época. O problema é que a sonoridade ficou datada até não poder mais.

E já que falamos em Nei Lisboa, vale a dica: ele disponibilizou em formato PDF o livro dele, Um morto pula a janela. Boa leitura!

O coração da máquina

Deu na coluna de hoje do Cláudio Humberto:

Nióbio é caixa-preta na CPI
Especialista na comercialização de metais não-ferrosos alerta que a CPI dos Correios comeu mosca quando Marcos Valério disse “levei o pessoal do BMG ao José Dirceu para negociarem nióbio” – minério usado em foguetes, armas, instrumentos cirúrgicos etc. Explica que 100% do nióbio consumido no mundo é brasileiro, mas oficialmente exportamos só 40%. Suspeita de décadas de subfaturamento, com prejuízo anual de bilhões de dólares.

Se tem um motivo para o Brasil ser um dia invadido pelos Estados Unidos esse motivo não é água, como muitos acreditam, mas sim o nióbio. Simplesmente sem ele não dá para fazer chips de computadores, já que é utilizado no clock dos mesmos.

Agora pare e pense: o Brasil exporta pouco nióbio, quase nada. Isso legalmente falando. No mais o que se vê é uma sangria desatada desse minério para fora do país por baixo dos panos. E pouco se comenta sobre isso na imprensa. Por quê será?

Visão míope

Tableless.com.br: Convertidos fora do ar:

Quando comecei a aprender sobre Web Standards, Tableless e tudo mais, eu gostava de praticar para aprender. Até hoje falo para todos que me mandam emails, nos cursos e etc, que para aprender não adianta ficar só lendo, ouvindo e etc… Tem que colocar a mão na massa.

E era isso que eu fazia… Para aprender a fazer sites sem usar tabelas, eu comecei convertendo sites de grandes empresas apenas apra adquirir experiência e prática. Quando percebi que estava se saindo bem… Tive a idéia de fazer esse site, e mostrar para as pessoas como é fácil desenvolver sites complacentes com os Padrões Web.

Com os sites que converti, fiz a parte de Convertidos desse site… Que é a chave do Tableless.com.br . É a pagina principal do site… Era a prova de que trabalhar com os web standards dá certo.

Para tornar a página mais convincente, resolvi só converter sites de empresas grandes… empresas que marcam a internet, e que seria um grande avanço se seus sites suportassem os padrões.

Infelizmente recebemos uma carta EXTRAJUDICIAL de uma das empresas que convertemos o site. Essa empresa pedia que toda a informações sobre ela fosse retirada do ar. Com muito bom gosto, retirei as informações dessa empresa. E com medo de mais alguma outra empresa entrar na “brincadeira”, resolvi tirar a página do ar.

Peço desculpas dos leitores desse site. Infelizmente a página ficará fora por tempo indeterminado… Mais uma vez, desculpe pelo transtorno e inconveniente… O blog, artigos e outras coisas do site continuarão normalmente.

Fora da formalidade: Só me faltava essa.

E logo foi feito um update onde foi colocado:

Acabei de saber que:

  • A carta extrajudicial que recebi foi direcionada para a empresa em que trabalho, que no caso, havia me emprestado o CNPJ para cadastrar o domínio .com.br. Depois desse ocorrido, não é bom que a empresa tenha o CNPJ vinculado com o tableless.com.br.
  • tableless.com já está cadastrado.
  • O meio mais lerdo de se abrir uma empresa custa R$380,00 e demora 60 dias.
  • A mais rápida é R$700,00 e demora 20 dias
  • Se eu registrar a empresa vou ter gastos depois com impostos e etc.

Pois é.
Ferrou.
Soluções?

  • Posso tentar registrar um dominio do tipo: tablelessbrasil.com, tablelessbr.com, ou algo parecido. Isso se nenhum engraçadinho se aproveitar e pegar antes.
  • Fechar o tableless.
  • Deitar numa rede, tomar um chá de camomila e deixar a bomba explodir como se nada tivesse acontecido.

Assim sendo, uma das melhores páginas de estudo do país sobre as vantagens de adotação de uma solução baseadas em padrões Web, mostrando que elas não só funcionam como tornam a vida de quem acessa o site melhor (pois o tamanho da página é reduzido consideravelmente), está correndo o risco de sair do ar. E tudo porque uma das empresas cujo site servia de material de estudo (Apple, Microsoft, UOL, HP, IBM, Samsung, H. Stern, Fedex, Ericsson, Xerox, Lexmark, Cisco Systems, Nokia, Siemens, Real, PalmOne, Sun Microsystems ou Bradesco) não gostou de alguma coisa (de ver que seu site está mal-construído, de ver a sua logomarca sendo usada, enfim…) e em vez de pedir para ser retirada da lista de forma diplomática foi lá e ameaçou com um processo.

Um processo por causa de um estudo. Estudo esse que foi disponibilizado para outras pessoas para verem as vantagens dos padrões web, estudo esse que podia ter sido aproveitado pela própria empresa que foi analisada.

Triste isso, muito triste. É simplesmente de dar raiva.

Na vida é tudo uma questão de interpretação

Deu no Plantão INFO que o site do SpreedFirefox tinha sido invadido. A parte que mais me chamou a atenção na notícia foi que “Os invasores exploraram uma brecha do gerenciador de conteúdo do SpreadFirefox. A Mozilla suspeita de que os crackers tenham tido acesso aos dados de aproximadamente 100 mil usuários do site. O acidente pode ter exposto informações como senhas, endereços de e-mail e datas de aniversário dos usuários.”

Opa! Pelo jeito isso foi algo realmente feio! Resolvi então ir dar uma olhada no que saiu no Mozilla o que saiu sobre o assunto e eu vi que lá tinha um link para o MozillaZine que publicou o seguinte:

The Mozilla Foundation’s community marketing site Spread Firefox has been hacked. According to an announcement on Spread Firefox about the attack, it appears that the site was compromised in an attempt to use it to send spam. “It doesn’t look like the attacker accessed any personal data on the site,” the message says, “but to be safe, we’re encouraging all of our users to log in and change their passwords.”

É interessante ler isso e reler o material do Plantão INFO. Está certo que não é de hoje que a imprensa adota um tom alarmista, mas que coisa… Confesso que quando li a primeira notícia senti um frio na espinha, mas ao ler o original vi que a coisa não foi tão feia assim.

Presença de espírito

É de tirar o chapéu para a pessoa que teve a iluminada idéia de ir gravando as atualizações que eram feitas no Wikipedia na página sobre o ataque terrorista do dia 7 de julho em Londres e gerar um screencast (aliás, bela a escolha a da música Future Proof do Massive Attack para a trilha sonora…). É impressionante ver como o documento vai tomando forma à medida que mais dados são acrescentados, como mensagens de ódio são logo retiradas, como uma informação é priorizada a partir da ação de um colaborador (por exemplo, o fato de colocarem as hotlines no topo da página e as imagens e gráficos em outra página para não sobrecarregar o servidor) e como os demais colaboradores aperfeiçoam tal priorização. Belíssima visão de como funciona a edição colaborativa.

Vi essa no Radinho.

Superação

Evito fazer posts no horário de trabalho, mas diante desse alerta do CAIS não posso evitar de fazer um comentário (os destaques em negrito são meus):

O CAIS está repassando o alerta da Microsoft, intitulado “MS05-036 – Vulnerability in Microsoft Color Management Module Could Allow Remote Code Execution (901214)”, que trata de uma vulnerabilidade presente na maneira como o módulo de gerenciamento de cores gerencia a validação de expressões em perfis ICC.

Um atacante poderia explorar esta vulnerabilidade criando uma imagem que potencialmente permitiria a execução remota de código, caso um usuário visitasse um site malicioso ou abrisse uma mensagem de e-mail. Um atacante que conseguisse explorar esta vulnerabilidade com sucesso poderia obter o controle completo do sistema afetado.

Um alerta divulgado pela Secunia (veja seção Mais informações) classifica a vulnerabilidade como extremamente crítica, e avisa que, de acordo com a Microsoft, esta vulnerabilidade já está sendo explorada.

Ok, certo, bugs são bugs, acontecem, etc, mas dessa vez a coisa realmente ficou séria. Imagina você acessar um site e ele ter uma imagem que tem um código malicioso. Ou, pior ainda, imagine um código que verifica se o usuário está na última versão do MSN (onde você pode passar ícones para outros usuários sem pedir a aprovação dele) e aproveita isso. É simplesmente absurdo.

Assim sendo, acesse a página da notícia (a fonte é a RNP, logo não é hoax não, é fonte para lá de segura) e faça a atualização do seu Windows para não correr o risco de ver sua máquina virar um zumbi ou sendo controlada por algum cracker. Vou fazer isso agora mesmo, antes que minha estação de trabalho sofra por conta desse bug.

Imagens que podem executar códigos… Era só o que me faltava!

O My Love

O disco de hoje foi The cloud room, de 2005, da banda… The cloud room. Há algo errado com essas bandas aí que não sabem dar nome para discos. Menos mal que a música é boa.

E sobre ontem? Preguiça. Logo não rolou. Mas temos que concordar: segunda-feira é fogo, não?

Remixando cultura

Fiquei sabendo dessa pela GoldenList, que é mantida pelo C@T, do jornal O Globo: o Archive.org está disponibilizando para download filmes que tiveram seu direito autoral expirado, ou seja, que caíram no domínio público. Atualmente estão disponíveis apenas 488 filmes. Sim, isso mesmo: 488 filmes. Óbvio que tem porcaria ali (inclusive a porcaria mor, o clássico dos clássicos do cinema trash, que é o Plan 9 From Outer Space, o que por si só já justifica o download), mas o fato é que tem muita coisa boa lá. É acessar e conferir.

Mas o que mais me chama não é o fato das obras estarem disponíveis gratuitamente, mas sim estarem sob domínio público. Isso é realmente muito mas muito importante, pois “uma vez colocados em domínio público, a Obra poderá ser livremente reproduzida, distribuida, transmitida, utilizada, modificada, utilizada para criação de outras obras, ou de qualquer forma explorada por qualquer pessoa para qualquer finalidade, comerciais ou não-comerciais e de qualquer maneira, incluindo métodos que ainda não tenham sido inventados ou concebidos”. Sim, quem quiser criar um filme com trechos de outros filmes pode fazer isso, assim como usar imagens em camisetas, registros sonoros em músicas e por aí vai. Agora leve em consideração que, por exemplo, tem uma coletânea com 4 filmes do Chaplin no meio desses filmes todos. Já parou para imaginar o que uma pessoa criativa e um computador com bastante espaço em disco para editar vídeos pode fazer com esse material?

Sim, claro que pode sair uma pérola trash do mesmo quilate do filme do Batiman, mas enfim, esse é o preço que se paga pela liberdade 😉

Quem?

Pois é, estava esses dias olhando os referrers aqui do servidor quando vi que tinha sido linkado por um tal de Achcarigudum. Fui lá conferir e eis que encontro este post, onde o nome do meu blog aparece como um dos piores títulos de blogs brasileiros. Confesso que achei engraçado e como gosto desses blogs que ficam avacalhando outros blogs (algo como “a crítica dos blogs”, já que o meio blogueiro realmente tem suas fogueiras das vaidades) coloquei lá nos comentários “Obrigado 🙂 Também acho o título ridículo :-D”, o que é fato. Já ouvi gente me dizendo que o nome do blog é muito bom, etc e tal e nessas horas eu fico meio que constrangido, porque na verdade o nome do blog (pior: da página pessoal que antecedeu o blog) é meio que uma piada particular.

Ok, ok, já teve gente que me perguntou porque o nome Charles? Que Charles? e eu respondi que era porque na época que fiz o site, em 1996, era comum ter nomes como Homepage do Fulano ou Site do Sicrano e eu achava que colocar um Homepage do Charles não tinha muito sentido, até porque ninguém ia saber quem era o Charles… Bem, essa era a desculpa oficial, porque o buraco é mais embaixo.

O que aconteceu é que lá por 1992 eu estava em Balneário Camboriú quando conheci duas gêmeas cujo nomes não lembro e que estavam com os pais, pais esses que alugaram um apartamento no mesmo prédio onde meus pais tem um apartamento. Me dei bem com as duas, que eram super simpáticas e bonitas, tão bonitas que com os seus 13 anos de idade já faziam todos os demais garotos do prédio ficarem apaixonados. E eu? Eu estava com 21 anos e sinceramente estava interessado em garotas mais velhas (principalmente uma loirinha linda linda de 17 anos que tinha no prédio da frente), antes que alguém pense bobagem e me chame de pedófilo. De qualquer maneira quando estou lá na praia é comum eu ficar lendo um livro na escadaria do prédio (quando se podia fazer isso, até que baixaram uma norma proibindo de se ficar sentado nas escadas) e essas duas irmãs costumavam ficar por lá também. E conversa vai conversa vem ficamos amigos, já que, como eu já disse, elas eram bastante simpáticas. Assim, era comum eu acompanhar elas até a praia, junto com um outro garoto que estava no prédio, que estava simplesmente apaixonado por uma das irmãs. Assim, enquanto ele paparicava a garota a outra conversava comigo.

Pois bem, eis que um dia o garoto esse chega para mim e me conta que aconteceu uma coisa muito engraçada. Estava ele conversando com a sua musa e a outra irmã, chateada, ali do lado, segurando vela, quando de repente alguém chega por trás da garota e coloca as mãos sobre os olhos dela. Nesse momento (isso quem me disse foi o garoto, eu não estava lá para ver) ela disse toda sorridente:

– Charles!

Foi então que as mãos sairam da frente dos olhos dela e no lugar de ver esse gordinho simpático ela viu o pai dela, que perguntou todo preocupado:

– Charles? Que Charles?

Do jeito que me contaram a cara do pobre pai foi muito engraçada e até hoje fico imaginando o que deve ter sido a cena. Sim, eu sei, é uma história boba mas eu gosto dela…