Olha, tenho uma teoria que esporte não faz bem para a saúde. Pelo menos não da forma que se pratica no Brasil, com o cara estatelado na frente de uma TV torcendo para o seu time favorito e, no final de semana, se arrebentando num campo de futebol cheio de buracos tentando imitar o que os seus ídolos fazem. E dá-lhe contusões, braços quebrados, joelhos arrebentados, uma beleza. Aquecimento? Para quê? É só entrar em campo e botar para quebrar. Ou se quebrar todo. Não, esporte praticado desse jeito não faz bem para a saúde.
E para melhorar, ainda usam jogadores de futebol para vender cerveja. Sim, lá vai um monte de gordinhos com suas barrigas de cerveja fazendo dribles e comemorando a vitória com uma gelada. Se o idolo pode, porque não? Ê! Queria viver no mundo que a publicidade nos mostra…
Essa é daquelas histórias legais que a gente vê de vez em quando no mundo… Jason McElwain é um garoto que tem autismo. Na verdade ele é classificado como um autista altamente funcional, o que faz com que ele consiga se relacionar com outras pessoas, se desenvolver a ponto de ter uma vida quase comum (mais ou menos o mesmo caso da Temple Grandin, a autista descrita por Oliver Sacks no livro Um antropologo em Marte) e, como muitos garotos americanos, ser apaixonado por basquete.
Devido à sua pouca altura ele nunca participou do time da escola dele, mas ele era uma espécie de mascote do mesmo, ajudando no que podia e incentivando os colegas. Querendo recompensar a sua dedicação, o técnico Jim Johson resolveu colocar ele no banco de reservas no último jogo da temporada 2005-06. Como ele é bastante popular na escola, várias pessoas foram ver o jogo carregando máscaras de papel com o rosto dele (ok, confesso que aí eu acho que americano se puxa na bizarrice…) e ficaram na expectativa de ver se ele entrava na quadra. E foi que o aconteceu: faltando 4 minutos para acabar o jogo, com o placar favorável, Johson se perguntou “e porque não?” e deu a Jason a chance de jogar, entrando na quadra para o delírio da torcida.
E aqui vem o grande detalhe da história toda:
Em 4 minutos ele fez 20 pontos.
Sim, ele virou herói na cidade onde mora. Melhor ainda, ele virou fenômeno nacional, a ponto de ser considerado um Muro de Berlim no que diz respeito ao preconceito aos autistas. A Disney já manifestou interesse em filmar a história da vida do garoto (sim, num daqueles clássicos filmes “doença da semana”), e essa semana ele se encontrou com George Bush. Nada mal para alguém que ficou meses e meses servindo água, recolhendo bolas, etc, etc…
E vale a pena ler o artigo escrito pelo The Independent, assim como vale a pena ver o vídeo: a invasão da torcida no final do jogo é algo.
Bush, depois de ter faturado pontos políticos ao posar para fotos abraçando o novo herói nacional, ontem recebeu uma avalanche de telefonemas e e-mails acusando-o de politicagem. Os remetentes sugeriram que em vez de explorar a imagem de Jason, ele fizesse mais pelos autistas – lembrando que no orçamento, que acaba de propor à nação Bush, cortou todos os recursos destinados ao National Children’s Study, um projeto que investiga as causas do autismo, e eliminou os descontos que famílias de crianças autistas recebiam no tratamento da doença. O custo da terapia para cada uma delas chega a US$ 90 mil anuais.
A Carmela é cheia de tatuagens. Cheia. E ela vai fazer com o Verani algumas novas no braço esquerdo:
em determinado ponto da conversa com o verani eu tive aquela impressão de que ele não estava compreendendo bem o que eu estava pedindo. então eu tentei ser o mais carmela possível dizendo que eu queria que ele fizesse parte da minha vida, que se tornasse meu amigo, alguém de quem vou me lembrar pra sempre, até morrer. ok, eu acho que devo ter surtado a cabeça do cara nessa hora mas é assim que funciona pra mim. tu é um artista, então tu tens de criar algo que seja o mais “eu” possível, algo meigo, e de forma a isso acontecer tu precisas me conhecer, fazer parte da minha vida, me dar um abraço apertado e sorrir pra mim.
Listas das melhores são legais, servem para a gente conhecer coisas boas dentro de cada gênero. Algumas listas são criadas por um time de especialistas, outras são votadas, outras são baseadas em pontos, e por aí vai. O caso é que de uma lista é raro você não parar para dar uma conferida em pelo menos um ítem que seja.
Mas nada se compara a listas de piores, onde simplesmente a gente tem acesso a aquilo que a critividade humana regurgitou de mais escabroso. Quer um exemplo? Olha só essa lista dos 100 filmes com as piores votações do IMDB. São filmes tão ruins, mas TÃO RUINS, que a gente até se surpreende que alguém se deu ao trabalho de ir lá dar uma nota. É como se perguntar porque diabos o pessoal do Gordurama perde tempo escrevendo sobre o Rádio de Outono…
Uma obra de arte perfeita necessita ter todos os elementos para sua compreensão dentro dela mesma. O filme não tem. Tu precisa catar na Internet o livro dentro do filme, Philosophy of Time Travel, para poder compreender 50% do final. Pessoalmente, achei isso muito legal na primeira vez, pois tive que sair lendo trinta mil coisas sobre viagens no tempo, relatividade, Deus, livre-arbítrio e todos os etceteras para poder entender o filme. Atualmente, acho que o Kelly podia ter sido um pouco mais bondoso com o espectador.
Obrigado Tony. Era bem essa a frase (“Uma obra de arte perfeita necessita ter todos os elementos para sua compreensão dentro dela mesma. “) que eu precisava para explicar porque acho que Magnólia não é essa maravilha toda. Vale lembrar o que o Mac escreveu a respeito no blog dele tempos atrás:
outro dia lá no mack, o charles mandou uma: “a chuva de sapos estraga o filme” tentei argumentar dizendo que fazia parte das referências bíblicas que o diretor Paul Thomas Anderson inseria no magnólia, mas não lembrei na hora de quais eram estas referências, e ele me cutucou…
“…então mac, diz aí, quais as referencias bíblicas do filme magnólia ? “
fiz algumas buscas pela web, e refresquei a memória sobre o filme. Este texto aqui, por exemplo, comenta as várias inserções dos números 8 e 2 e que em um momento aparecem em um cartaz que alguém da platéia do programa de auditório de Jimmy Gator carrega; no cartaz a inscrição: Êxodo 8:2
outra coisa interessante que achei foi uma análise semiótica e leitura dos símbolos do cartaz de magnólia feito por Márcia Okida pelo site designgráfico.
Acredite, magnólia é uma filme sobre esperança.
Olha, até acredito que pode ser um filme sobre esperança, não é esse o caso… O problema todo de Magnólia é ele obrigar o espectador a conhecer a fundo a Bíblia. Ou alguém acha que alguém vai lembrar do versículo bíblico no meio de um filme? Por mais que Êxodo 8:2 (“Se recusares deixá-lo ir, eis que castigarei com rãs todos os teus territórios.”) esteja inserido na história, o filme falhou ao não deixar clara essa referência. Que botasse um maluquinho em cima de um caixote em uma praça pública ou um sermão de um pastor pentecostal numa rede de TV recitando ele en passant, enfim, que citassem o versículo durante o filme, e não que obrigassem o espectador a ficar prestando atenção numa referência escrita em um cartaz segurada por um cara perdido no meio duma galera. Para mim o filme falhou nas referências, falhou em deixar elas claras, e justamente por conta dessas falhas aquela chuva de sapos acaba se tornando um dos maiores Deus ex machina dos últimos tempos. Ou isso ou Magnólia é um filme para ser olhado não numa sala de cinema, mas sim em casa, num DVD, usando e abusando do botão de pause para ficar catando detalhes.
O primeiro choque foi ao passar na banca e ver, na capa da Veja desta semana, a esposa de um dos meus ídolos de infância, o Kadu Moliterno, com o rosto coberto de hematomas. O segundo choque foi ficar sabendo que a Salma, que eu conheço de Taquara e com quem sempre me dei bem, já sofreu nas mãos do marido dela. Duplamente chocado. Totalmente chocado.
Ops, o título devia ser vandalismo digital, mas enfim é que é o seguinte: estava eu indo dar uma olhadinha nos meus scraps no Orkut quando dou de cara com um scrap mandado por um… pimentão? Vou dar uma conferida no profile e vejo lá que entre os amigos dele só há vegetais, sendo que todos esses vegetais participam de uma comunidade criada pela… Grande Abóbora? Vou então dar uma conferida em cada um dos perfis que fazem parte dessa corrente ortifrutigranjeira e o que percebo? Que além deles ficarem perguntando por onde anda o Abavuca cada uma dessas hortalícias aí andou deixando recados nos scrapbooks de pessoas que tem blogs, como eu, a Fabíola Cristófoli, o Cardoso, a Vanessa Bárbara, o Mateus Potumati e por aí vai, além de fazerem uma menção à PizzaHut. Sabe, não quero dizer nada, mas tudo isso me cheira a mais um famigerado marketing de guerrilha…
Olha, não é de hoje que o Orkut tá infestado de spam. Sim, é chato pra burro isso. E o problema é que tal atividade ajuda a tornar a rede mais lenta do que ela já é. Só que, ao contrário do email, o Orkut tem um sistema de punição para casos de spam que muita gente não faz uso. Assim, caso alguém invente de botar uma mensagem de propaganda (ou que pareça propaganda) na sua página de recados não seja passivo, reaja. Vá no perfil da pessoa, clique em “Falso! Denunciar” e tasque ali um “Outros” com a mensagem “Scrapbook spammer”. Se os administradores do Orkut verificarem que o perfil vai contra o estatuto da comunidade este é retirado do ar. É claro que quanto mais pessoas denunciarem um perfil mais rápido o spammer (ou o autor de ações engraçadinhas como essa aí dos hortifrutigranjeiros) vão ser retirados do ar. O mesmo vale para racistas, pedófilos, pessoas que usam o Orkut para atividades ilegais. Assim sendo, reaja e ajuda a tornar o Orkut uma ferramenta mais útil clicando no botão de denunciar. Ele não está ali só para bonito.
Sabe aquela sensação de como não ouvi falar disso antes? Pois é, é o que eu senti ao abrir meus emails hoje e encontrar várias referências ao Vanguart. Fui dar uma procurada e achei músicas deles no TramaVirtual e… como é que eu nunca ouvi falar deles?
what is boring is my soul that i never use to harm
and what’s cruel is your skin perspiring so unkind
i never used to be a boy and i’ve never been shy
and i never used to kiss like we did last night
no, it’s no good, i’m almost sure, i can’t be good
love’s to share and it’s a lie i love to keep on my head
cause if god is really fair, he will forgive me
for the things we used to say and for the guilty sleep
come, come, come…
read myself in your late eyes.
Estou ouvindo sem parar essa música, quase um Johnny Cash com cara de Radiohead… Lindo, simplesmente lindo.
Lembro quando Celedo Raymundo, o pai da Mônica (minha vizinha e colega de classe por quem eu nutria uma paixão forte) morreu. Ele estava com câncer e já vinha definhando a um bom tempo, sofrendo o processo que se descortina entre tratamentos e esperanças de cura. Até o dia que ele perdeu a luta para a doença e se foi, isso depois de meses e meses de sofrimento. Lembro que no velório os comentários com o pessoal da família eram sempre “O bom é que parou de sofrer”, “Finalmente descançou” e por aí vai. E eu? Bem, eu cheguei na frente da Mônica, olhei nos olhos dela e disse “Dizer o que né?”. Ficamos abraçados por um bom tempo, e acredito que aquele abraço tenha feito bem para ela.
Pois é, hoje fiquei sabendo pelo Mac que a mãe da Nay não está mais entre nós. Não tive a chance de chegar para ela e falar “Dizer o que né?” e abraçá-la, pois ela foi para São Paulo. Queria poder abraçar, fazer ela lembrar que ela tem amigos e que a gente está aqui para apoiar ela. Stay gold, amiga.
A invasão de uma unidade industrial da Aracruz no RS, assunto nos jornais, acabou provocando 1 reação aborrecida na RBS TV. Band, Record e SBT, avisados com antecedência pelo movimento Via Campesina sobre a manifestação que seria realizada, acompanharam o fato e registraram com imagens em seus telejornais. A RBS TV ficou de fora e não gostou – conta 1 leitor que repassa a Blue Bus texto de comunicado interno da emissora gaucha. Sob o título ‘O orgulho de nao dar o furo’, o diretor de telejornalismo, Raul Costa Jr, diz aos colaboradores que “pela primeira vez” ficou feliz de “não dar antes uma notícia”. Para o diretor, o fato de a RBS não ter recebido nenhum comunicado prévio sobre a manifestaçao significa que “o movimento não reconhece a empresa para esse tipo de ação”. Alivia-se – “Ainda bem”. Comemora – “Nao somos confiáveis pra fazer propaganda de um crime”.
Recebemos do diretor de jornalismo da RBS TV e TVCom a propósito de notícia que publicamos ontem aqui – “Li esta notícia no site e fiquei estarrecido. O texto contraria tudo o que escrevi para os funcionários da RBS TV e TVCom. Em momento algum fiquei aborrecido por não ter sido convidado a participar da invasão da Aracruz Celulose no RS. Pelo contrário. Tudo o que escrevi foi para ressaltar a importância de não participarmos deste tipo de evento e da nossa responsabilidade social como mídia em não darmos guarida a atos criminosos. Pelo que foi publicado pelo Blue Bus parece que gostaria de ter mandado equipe. O debate que estamos fazendo na RBS é exatamente o contrário. Como ter mecanismos internos que evitem sermos envolvidos em atos como este. O que fiquei estarrecido foi com a atitude de outros veículos que foram lá, não questionaram, fizeram matérias, não ouviram o outro lado e ainda venderam para o telespectador como material exclusivo e produto de investigaçao jornalística. Mas isto é outro debate que não cabe fazer neste momento”.
Bem, afinal a RBS foi convidada para assistir a manifestação que culminou na atitude criminosa de destruir o laboratório de pesquisa da Aracruz ou ela foi convidada e não foi porque sabia que haveria invasão? Ou a RBS acha que uma manifestação feita por Sem Terras é uma atitude criminosa? Confesso que me confundi nesse ponto aí…
Mas enfim, pegação no pé da RBS à parte, a pergunta que realmente deve ser feita é: será que a Aracruz teria sido invadida se não tivesse ninguém lá para registrar (e posteriomente divulgar) o fato? Se nenhuma empresa de jornalismo falasse sobre o assunto tal ação teria valido a pena para a Via Campesina? Vale chamar a atenção que o mais preocupa quem organiza esse tipo de ação é que as suas idéias sejam divulgadas. Com o vandalismo feito contra a Aracruz eles colocaram na roda expressões como “monocultura depredadora” e “biodiversidade”, num evento que é realmente um “marketing de guerrilha”, onde os fins (divulgar suas idéias) são mais importantes que o meio (destruir o trabalho de pesquisa que estava sendo feito, trabalho esse que podia muito bem ser como desenvolver uma monocultura que não prejudique o solo – afinal não é interesse de uma empresa agrícola que o solo definhe). Se não tivesse nenhum veículo de comunicação lá tudo não teria passado de um fato policial, pintado com cores dramáticas no site da CMI.