Província

Pois é, o que esperar de uma capital quando você liga para o câmbio do Banco do Brasil do Aeroporto Internacional Salgado Filho e fica sabendo que eles fizeram um feriadão? Aliás, câmbio esse que não abre nos fins de semana, pelo que me informaram…

Será que não saem vôos internacionais durante esse período não?

E porque não?

Pois é, a universidade onde eu trabalho inventou de fazer um Curso de Formação de Produtores e Músicos de Rock:


Pois é, de cara parece meio absurdo isso, afinal uma das características do rock sempre foi a contestação. E como algo pode ser contestatório se está enquadrado pela academia? Mas o caso é: nos dias de hoje a indústria mais poderosa que tem é justamente a indústria do entreterimento. E dentro dessa indústria o segmento música pop/rock é um dos que mais dá dinheiro, pelo menos dinheiro para quem sabe como andar nesse meio. Alguém poderia perguntar “Mas por que não MPB? Por que não música nativista?” e a resposta vai ser: mercado. Rock é a manifestação artística que mais tem mercado, não importa o quão estranho seja o seu som. O Radiohead é prova disso.

Então taí o curso e quero ver os resultados dentro de alguns anos. Para aqueles que acham absurdo um curso desses vale lembrar que de art schools sairam algumas bandinhas como Beatles, Talking Heads e Blur. Ok, não sei de nenhuma banda maravilhosa que tenha saído lá do curso de rock da Estácio de Sá, mas vá lá. O caso é que o Rio Grande do Sul é um dos estados mais roqueiros do país e tá na hora dessa gurizada toda se profissionalizar, seja na produção, seja na técnica.

E se sair uma só banda excepcional dessa história toda já tá valendo.

(Ah sim: uma coisa que eu não consigo evitar desde que eu ouvi pela primeira vez sobre esse curso é fazer piadas infames em cima do curso, ficar pensando em disciplinas como “Laboratório I: Punk-rock”, “Optativa I: Crítica musical para músicos frustrados”, propagandas como “Você não precisa mais disfaçar e fazer um curso de Comunicação para ser músico” e por aí vai. Acho que é inveja minha por não ter grana nem tempo para fazer esse curso aí…)

Aleatoriamente

G1 – Pensionista que ateou fogo em aposentada confessa o crime

Solange Ferreira dos Santos deve ser indiciada por tentativa de homicídio qualificado e pode pegar até 20 anos prisão.

A funcionária pública Solange Ferreira dos Santos, de 44 anos, confessou ao delegado Alan Luxardo, da 72ª DP (Mutuá), ter ateado fogo na aposentada Geci Peixoto Gomes, de 71 anos, na tarde de terça-feira (31), em frente a uma agência bancária, em São Gonçalo, no Grande Rio. Solange foi presa por policiais militares na manhã desta quarta-feira (1) e, durante o depoimento, alegou estar passando por problemas pessoais e profissionais.

De acordo com a polícia, a acusada foi ao banco duas vezes para receber um benefício da Previdência e teria ficado revoltada porque o dinheiro não estava na conta. Depois de ameaçar funcionários, ela escolheu, aleatoriamente, uma vítima para atear fogo.

Com o corpo em chamas, a vítima foi socorrida dentro da agência por um cliente que estava com um casaco.

Viúva e mãe de três filhos, Geci foi transferida no início da noite de terça-feira (31) para o setor de queimados de um hospital particular em Niterói, município vizinho a São Gonçalo.

Aposentada teve queimaduras em 45% a 65% do corpo

Segundo o último boletim médico, divulgado na manhã desta quarta-feira, a aposentada teve de 45% a 65% do corpo queimado e corre risco de vida. As partes mais atingidas pelo fogo foram o rosto e as vias aéreas.

Segundo o delegado, Solange deve ser indiciada por tentativa de homicídio qualificado e pode pegar até 20 anos de prisão.

Olha, fica muito, mas muito difícil numa hora dessas ser contra a pena de morte… Eu sempre acho que prisão tem que ser uma ferramenta de reintegração da pessoa na sociedade, que se destina a fazer com que o errado pague por seu erro e que, depois desse erro ter sido pago, ele seja um cidadão (sim, eu sei que as prisões brasileiras estão anos-luz de distância desse modelo), mas é difícil pensar assim quando se vê uma pessoa realizar um ato tão mau de forma tão fútil.

“Escolheu aleatoriamente uma vítima”… Por Deus! Que mundo é esse?

E para piorar esses dias, na mesma época que se deu o início da morte dos peixes no Rio dos Sinos (sim, o problema ainda permanece, a tragédia ambiental ainda não parou) , aqui em São Leopoldo meteram fogo num mendigo perto do BIG. Isso me lembra a vez que botaram fogo no Luís Brasil , numa dessas madrugadas em que ele bebia tanto que dormia na rua mesma…

Que mundo é esse afinal?

Não fui eu

Olha, se você ler alguma notícia relativa aos Estados Unidos e ver lá o meu nome me deixe de fora dessa:

HowManyOfMe.com
Logo There are:
12
people with my name
in the U.S.A.

How many have your name?


Pois é, é o que dá minha mãe ter inventado de me batizar de “Charles Roberto” em vez de “Paulo Alberto”… Assim tenho que conviver com esses sósias aí 😀

Rir para não chorar

Opinião Popular: Trabalhador vota em trabalhador

Por isso, conclamo os leitores de OPINIÃO POPULAR a votar pelo menos reacionário dos partidos, o PCO. Todos os membros do meu sindicato serão obrigados a votar em Rui Pimenta para presidente, senão os meus companheiros da mesa diretora perseguirão as famílias deles.

Não podemos permitir que nossos companheiros de luta – os trabalhadores explorados – sejam seduzidos pelas doces palavras da burguesia e votem nos candidatos neoliberais. Dessa forma, justifica-se a obrigatoriedade do voto no PCO. As pessoas TÊM que ser livres.

Procurando por opiniões acerca da “obrigatoriedade do voto” acabei encontrando essa pérola aí em cima… A melhor parte com certeza é “senão os meus companheiros da mesa diretora perseguirão as famílias deles”. Cadê a tão falada liberdade?

Mas enfim, essa impostura da esquerda radical não é nem um pouco surpreendente. Eu por exemplo tenho evitado de entrar em grupos “filósoficos” sobre software livre por causa de pessoas que querem obrigar as pessoas a adotarem Linux com a justificativa que é para dar liberdade para elas. Que raios de liberdade é essa afinal?

Update: confesso que caí na peça. Obviamente o tal Opinião Popular é uma gozação em cima da esquerda. Tivesse caido direto na página inicial ia ver isso ao ler

Este será um post rápido e direto ao ponto. A forma correta de se referir a uma pessoa portadora de deficiência física é dizendo “pessoa portadora de deficiência física”, e não deficiente ou outro termo pejorativo. Então eu pergunto, camaradas, porque motivo nosso maior artista barroco é chamado de Aleijadinho? Essa é outra mudança de extrema importância cultural que eu digo que deve ser feita: seu apelido deve ser trocado para Portadorzinho de Deficiênciazinha Físicazinha. É inadmissível que até hoje o governo não tenha se dado conta de tal absurdo e feito nada a respeito.

Bzzzzz… Não basta ser Pato do Cocadaboa, tem que ser Pato do Opinião Popular também. 😀

Precisa-se disciplina

Pois é, hoje resolvi tomar uma atitude e saldar a dívida de todos os cheques especiais que eu tenho. Fui então no Santander, que é o banco que eu recebo, e fiz um empréstimo consignado, além de um adiantamento do 13º. Espero com isso matar os CDCs, impostos atrasados, juros do cheque especial e ainda garantir uma graninha para não entrar no cheque especial no mês que vêm (que foi o problema que enfrentei em empréstimos anteriores).

O que me deixa indignado é que eu nunca tinha parado para calcular quanto de juros eu estava pagando. Se tivesse prestado mais atenção nisso teria visto que era ali que cerca de 15% do meu salário desaparecia. Foi preciso ir nos três bancos que tenho conta e ver que não tinha saldo suficiente pra nada para parar e ver com calma o que diabos estava acontecendo. Agora esses 15% aí já são descontados em folha e o lance agora é ter disciplina e não sair gastando mais do que devo.

Pergunta para os economistas

O que aconteceria para o país caso o governo resolvesse liberar o FGTS para pagamentos de dívidas, seja na forma de cheque especial, seja de empréstimo, seja lá do que for, desde que seja dívida? Será que isso ia ajudar o país na medida que ia ter mais dinheiro em circulação na rua? Será que o povo, em vez de ficar correndo atrás de pagamentos de juros e outras coisitas, poderia passar uma borracha e investir em poupança? Será que isso ia ser bom para o país como um todo ou só eu que ia me dar bem com uma medida dessas?

Pois é, fico pensando nisso enquanto calculo qual vai ser o valor do empréstimo em consignação que eu vou fazer para fechar o rombo praticados por três cheques especiais que só no mês passado me comeram uns 300 reais de juros…

Fiscalizar como?

Pois bem, eis que a Yeda Crusius ganhou as eleições. Agora alguém pode me dizer como vou cobrar as propostas dela se a Justiça Eleitoral tirou o acesso ao site dela?


Sabe, é triste ver como a justiça eleitoral confunde espaço político com propaganda. Afinal, o que é um espaço onde o candidato expõe suas idéias ao eleitor é visto não como um espaço para esse mesmo eleitor se manter informado sobre o que o candidato fez. Na verdade a lei eleitoral deveria agir de forma contrária: manter o site no ar sem atualizações durante a eleição e as 48 horas que a precedem e depois obrigar ao candidato eleito que mantenha uma cópia da mesma sem mudanças no ar durante o período do seu mandato.

Afinal como o cidadão vai poder cobrar propostas se a cada pleito se passa uma borracha no espaço destinado a mostrar estas?

A origem do mal

Pois é, como eu tenho o estranho hábito de, ao saber que um ator/atriz/diretor(a) que eu gosto está fazendo uma versão de algum livro que eu não vi eu procuro ler esse livro quando possível. Pois bem, a questão de 3 semanas atrás fiquei sabendo que a Angelina Jolie vai participar de um filme baseado no livro Atlas Shrugged (aqui no Brasil foi lançado com o título “Quem é John Galt?”), de Ayn Rand e catei o livro em uma biblioteca. Não li ainda todas as quase 900 páginas do livro, mas já passei por quase dois terços dele. O livro em questão é um romance de tese (isto é, um romance onde as idéias são mais importantes que a própria narrativa) procurando fazer uma defesa do capitalismo. Para alguém como eu que cresceu lendo muitas obras de esquerda a sensação de ler esse livro é bastante estranha, visto que tudo que eu aprendi como sendo bom é apresentado como sendo o mal puro e simples, no melhor estilo Seleções do Reader’s Digest anos 50. Por exemplo o livro massacra o velho lema marxista “De cada um, conforme sua capacidade, para cada um, conforme sua necessidade”, mostrando que isso só leva à exploração insana da capacidade produtiva. Eu, da minha parte, acho que a Ayn Rand extrapolou na crítica, mas tal crítica minha pode muito bem ser resultado da reação com a minha bagagem intelectual anterior. Quando acabar de ler o livro vou poder fazer uma reflexão melhor do mesmo e ver com o que eu concordo ou não ali.

De qualquer maneira, do jeito que está indo, estou recebendo com muita simpatia algumas das idéias, visto que muitas das coisas que eu critico no meu antigo partido (para quem não sabe fui filiado durante anos no PT) está ali formulado de forma clara. Aliás, falando em PT é bastante irônico saber que esse livro aí é o livro de cabeceira do Antônio Palocci, o que talvez explique muito da linha neo-liberal assumida por ele durante o período que ele foi ministro da Fazenda. Enfim, o caso é que esse livro aí está me ajudando a rever muitas coisas que eu carrego comigo, que eu tenho como sendo base para a minha vida, e que vejo agora mais me atrapalharam do que ajudaram.

E para quem quiser entender como é a postura da Ayn Rand recomendo a leitura desse monólogo feito pelo personagem Francisco d’Aconia: O dinheiro é a origem do mal? Vale realmente a pena ler.

O nosso Ed Wood

Estava dando uma olhada na lista Top 100 do Google Video quando vi que na relação de mais vistos no Brasil tinha um filme chamado Gringo Não Perdoa, Mata. Na mesma hora que vi pensei “Mas que diabos é isso???” e fui conferir. Bem, tentei conferir, fui pulando várias partes, mas é impossível ver aquilo do começo até o fim.

Mas se a coisa é tão ruim porque dar destaque? Bem, é que o filme é do Afonso Brazza, o Rambo do Cerrado . Falecido em 2003, ele se orgulhava de ser o pior cineasta do mundo, tendo feito pérolas como No eixo da morte e Tortura Selvagem – A Grade (igualmente disponíveis no Google Video). São verdadeiras obras-primas (só não sabemos se da força de vontade ou da cara-de-pau) que valem a pena ser conhecidas.