A Justiça nos faz cegos

Pois é, pelo jeito a Daniela Cicarelli conseguiu: ela é desde já a pessoa mais odiada na Internet brasileira em 2007, visto que ela conseguiu fazer com que usuários da Brasil Telecom não tivessem mais acesso ao YouTube. Para ganhar desse feito só se ela conseguisse tirar o acesso dos brasileiros ao Orkut.

Mas o mais surpreendente nessa história toda é a facilidade com que pode-se fechar o acesso a um site. Peguemos o caso do próprio vídeo da Cicarelli: quem colocou ele no ar? Foi o YouTube ou um usuário? Dá até para lançar uma “teoria da conspiração”: levando o tamanho da multa (10 milhões de reais) quem não garante que não é a própria Cicarelli que fica colocando de volta o vídeo no ar toda vez que o YouTube o retira? Afinal o YouTube não tem como ficar controlando em tempo real todo os vídeos que são colocados lá… Enfim, isso é teoria da conspiração, mera maldade minha, mas o caso é que é possível isso acontecer sim. E sendo possível quem não garante que essa ação não abre brecha para futuros bloqueios? Quem garante que numa época de eleição alguém crie um falso escândalo para fechar as portas de acesso ao site, tirando dos brasileiros acesso a outros vídeos, vídeos esses com denúncias contra políticos? Pois é… A nossa sorte é que, como sempre, é possível quebrar tais bloqueios.

Bem, o caso é que nessa história quem perde é o próprio país, porque simplesmente o YouTube está reinventando a TV, e com esse bloqueio iniciativas interessantes como essa vão prás cucuias. Aliás, será que a Cicarelli vai indenizar os sites que de uma hora para outra não tem mais como disponibilizar seus vídeos? Se eu colocasse material meu na rede e usasse o YouTube para divulgar tal material com certeza ia meter um processo nessa mulher. Nada mais justo ser indenizado, não? Afinal, que culpa tenho eu, pobre criador de conteúdo que quer botar ele na rede para divulgar o meu trabalho, se uma idiota (que de idiota não tem nada, já que com essa história o nome dela não sai mais da mídia) transa com o namorado numa praia na frente de todo mundo e é filmada? De qualquer maneira, eu, como cliente de um provedor de acesso, posso pedir indenização


Olha lá amor! Um paparazzi com um celular! Uhu!!!!

Update: o Solon reclamou que tem blogueiro por aí (incluíndo eu) que sai acusando a Brasil Telecom cedo demais, o que não deixa de ser verdade, pelo menos no meu caso. A partir da notícia dada no Terra já saí concluindo, o que foi um erro e peço desculpas. De qualquer maneira na InfoOnline saiu a confirmação de que a BrT de fato bloqueou o acesso ao YouTube, de forma que meu erro pode até ser minimizado, mas vou tomar mais cuidado com questões como essa para não cair na calúnia pura e simples. Valeu o puxão de orelha Solon!

Chama o ladrão


Algum idiota aqui nas redondezas de casa fez a proeza de instalar um alarme daqueles tipos que parecem caminhãozinho de brinquedo, fazendo aquele barulho de “bzt bzt bzt tuim tuim tuim uiiiimmmmm uiiiiimmmm” e por aí vai, e o troço dispara às 5 da madrugada. Lá pelas 5h20, depois de ficar uns 10 minutos ouvindo a barulheira, ligo para a Brigada Militar.

Primeiro eles dizem que ninguém ligou para eles, que eles não têm nenhuma reclamação nesse sentido. Segundo, eles sugerem que eu vá ver no prédio onde o alarme está tocando para pegar o número da empresa de segurança e ligar para eles, para que eles desliguem o alarme. Argumento que eu moro em um prédio, que não sei onde que o alarme está tocando, que eu não vou sair na rua para dar de cara com um assaltante. O brigadiano responde dizendo que vai ver o que pode fazer.

Praticamente uma hora depois ligo novamente para a Brigada, pois o alarme continua tocando. Falo isso para eles, digo que pelo jeito é na praça da biblioteca municipal e o brigadinao novamente diz que vai ver o que pode fazer, dessa vez complementando “mesmo que a gente não tenha como desligar essa porra”. Sim, assim mesmo…

Pois é, essa é a Brigada Militar de São Leopoldo, essa é a segurança pública do Rio Grande do Sul.

Birthday

Pois é, eis que esse blog está fazendo 6 anos hoje. Confesso que não tenho paciência para contar quantos posts e comentários foram nesse tempo todo (tenho que integrar a base de dados do B2 e do WordPress um dia desses…), contudo me surpreendo por continuar com ele após tanto tempo. Afinal esse blog nasceu por causa de uma indefinição de rumos da minha página pessoal, já que o “Charles? Que Charles?” existe desde 1996. Mas o caso é que era uma página de apresentação pessoal sem nenhum atrativo, sem nada de especial, com uma que outra informação que fugia disso (por exemplo, a página que eu fiz sobre o Pato Fu). E se a gente olhar hoje o “Charles? Que Charles?” continua assim, tanto que o que vemos é um template padrão do WordPress.

E porque foi que eu criei o blog? Não sei, não lembro direito… Lembro que vi algumas páginas com esse formato, achei interessante e resolvi aderir. Gostei da idéia de ir colocando coisas como links, pensamentos, imagens, à medida que ia pintando na cabeça. E foi com surpresa que vi que tinha gente que passou a acompanhar o meu blog, a ler ele de vez em quando, a deixar comentários. E nesse meio tempo obtive vários bons amigos, com quem conversei noites e noites no MSN, com quem saí e tomei umas que outras batendo um bom papo, quebrando as pernas de quem insiste naquela conversa de que a rede afasta as pessoas. Sim, óbvio que arranjei alguns desafetos, o que é normal quando se fala o que se pensa, mas isso faz parte da vida. Aliás, consegui mais desafetos por fazer parte do Gordurama do que por causa desse blog, e isso que eu quase não escrevo lá… Mas enfim, o caso é que esse blog até hoje me deu mais amigos que inimigos, mais alegrias que tristezas. 🙂

E quando vejo no Bloglines que mais de cem pessoas se deram ao trabalho de pegar o endereço do RSS e ir lá e clicar no botão de Add (já que eu não movi um dedo no sentido de simplificar o processo de inscrição em qualquer leitor de RSS que seja) eu realmente me sinto comovido. Quando vejo que há uma média diária de 600 visitantes nesse blog (ok, creio que 80% desses acessos aí são de robôs de inserção de spam em comentários, tanto que quando mudei algumas coisinhas na configuração do blog, dificultanto a inserção de comentários, essa média caiu bastante) eu me surpreendo. Vale lembrar: esse blog é um passatempo sem maiores compromissos, sem objetivos do tipo se tornar referência nacional ou internacional em tal ou tal assunto, onde escrevo de tudo um pouco, o que faz com que esse blog não tenha uma personalidade, onde ele é uma casa da mãe Joana onde qualquer assunto que chame a minha atenção acabe se encaixando. Assim, ter tanta gente acompanhando esse cantido do ciber-espaço é algo que me faz pensar que até que eu faço a coisa direitinho. Ah, sim, e antes que alguém venha dizer que tô botando esses números de acesso para me gabar só digo que esses números são um nada diante de blogs como o da Cora Ronai. Assim sendo, quando você fizer um blog, pense que você pode facilmente ter tudo isso de leitores e acessos. Afinal se o Charles pode você também pode. 😉

Enfim, cá estamos com esse blog na rede a seis anos. Para algo que começou de forma totalmente descompromissada é agradável ver que se chegou nesse ponto. E fica o convite para os leitores dessa publicação com notas dispostas de forma cronologicamente invertida em particular que entrem na comunidade Charles? Que Charles? que montei no Orkut a um tempinho atrás. É legal navegar pelos perfis dos membros da comunidade e ver o que eles gostam em termos de música, filmes, livros, e ver que há realmente pontos de afinidade. 🙂

Finalmente

Com o cancelamento do ADSL aqui em casa (o motivo para suspender o serviço foi o preço absurdo cobrado pela Brasil Telecom) acabei voltando ao acesso via linha discada. E finalmente me tornei um usuário Linux no que se refere ao desktop, no caso do Kalango Linux. Por quê? Simplesmente porque ao me conectar usando o Windows XP a conexão dura uns 5 minutos, quando muito, enquanto usando o Linux eu estou conectado a horas sem problemas. Não sei qual foi o milagre que o povo que mexe no kernel fez, mas a vontade que dá é de aplaudir.

E no que se refere a usar mais o Linux que o Windows o mais interessante é que o uso diário do Linux tem se revelado mais simples. É só partir do fato de que o menu de navegação é, antes de tudo, lógico. Em vez de ver uma palavra chave como “Iniciar “eu vejo algo que é o cúmulo do óbvio: “Menu”. Escolhendo ele dou de cara não com uma pasta chamada Aplicativos, onde estão todos os programas organizados pelo nome do fabricante e/ou produto, mas sim por algo mais prosaico que é o tipo de aplicativo. Assim sendo, se eu quero abrir um editor gráfico é só ir em “Gráficos” e deu pra bola. É um detalhe pequeno, simples, mas que faz uma diferença desgraçada. E é engraçado ver como eu simplesmente não sinto grandes mudanças de interface no que diz respeito ao uso de um sistema operacional ou de outro. Talvez a única coisa que eu sinta falta no Linux é o fato de que no teclado o botão de “Sleep” não funciona, de forma que toda vez que eu quero sair de casa sem deixar a máquina ligada tenho que passar pelo processo tedioso de shutdown. Talvez eu tenha que configurar alguma coisa, uma hora dessas eu dou uma procurada na rede para resolver isso, mas o caso é que tirando isso não tenho nenhuma restrição ao uso do Linux como desktop do dia a dia, restrição essa que eu tinha tempos atrás, e que me fazia defender a migração gradual para o software livre. Continuo defendendo isso, acho que o usuário é penalizado quando se faz uma mudança radiacal de ambiente operacional, mas o caso é que…

Bem, acho que finalmente eu posso dizer, por experiência própria, que o Linux como desktop está maduro. 🙂 E o melhor de tudo: não copiando o Windows, mas melhorando ele.

Viajar é preciso

Jornalistas da Web – E se todos tiverem um laptop de 62 reais por ano?

Você pagaria cem reais por ano para ter um laptop como o XO com acesso internet sem fio? Velocidade igual à linha discada, sempre conectado, ligando para todos os outros 180 milhões de brasileiros donos de um aparelhinho igual, sem contas telefônicas.

Pois o Projeto Um Laptop Por Cidadão custaria ainda menos: 62 reais por ano, para cada brasileiro. Pouco mais de 5 reais por mês. O mesmo que um serviço telefônico Bina, por exemplo.

Se houvesse um projeto chamado One Laptop per Citizen…

O roubo de laptops seris mínimo, porque todos teriam o seu. Não teria valor de revenda porque não haveria mercado.

Seria como uma carteira de indentidade, cartão e porta de acesso aos serviços públicos, multicomunicador, instrumento de trabalho. Funcionários públicos e privados usariam o seus XO para o serviço, desonerando compra de computadores desktops. Todos os funcionários estariam em contato com seus administradores.

E todos os brasileiros estariam de olho nos seus administradores.

Por 62 reais ao ano, talvez o grande irmão fossemos todos nós…

Pois é, viajar é preciso… Apesar de simpático à idéia a questão é: Como? Criando uma NoteBrás? Por mais que eu olhe os cálculos do Meira e simpatize com eles ainda acho que dentro de 5 anos todos nós vamos ter condições de ter um computador de bolso, sem precisar da interferência do grande fomentador Estado. O próprio mercado vai se encarregar de disponibilizar computadores assim por baixo custo. É só uma questão de tempo.

Calmará el agua su calor?

Pois é, sabe o vídeo do flagra na praia Daniella Cicarelli? Pois é, pois é, olha só o que o Mini colocou lá no Conector:


Não sei se vídeo é um daqueles vídeos propostas que fazem para um cliente para mostrar uma idéia, etc e tal, mas o caso é que se a Secretaria de Saúde do RS inventou de fazer esse viral eu só posso dizer: Parabéns! Ficou muito massa! Me matei rindo aqui. 😀

E a pergunta que fica é: será que a Cicarelli vai pedir pro YouTube tirar esse video do ar também?

Falando besteira

MeioBit – Boa notícia: Opera roda no OLPC. Má notícia: Negroponte é um xiita

HÃ¥kon Wium Lie, que embora seja norueguês e tenha nome de variedade de bacalhau na verdade é Chief Technology Officer da Opera Software. Ele escreveu um texto, super-excitado, sobre a chegada de um OLPC (o computador de €100) em seu blog. Nele conta como correram para experimentar a versão 9.1 do Opera na minúscula máquina.

Como demonstração da robustez do código, em tempos de bloatware, o Opera instalou sem problemas, rodando redondinho e aproveitando ao máximo os 200DPI da telinha, gerando imagens excelentes. Vejam, não é uma versão resumida, hackeada ou limitada. É o Opera full. Isso quer dizer que as crianças podem ter a mesma experiência que teriam navegando em uma maquina dezenas de vezes mais cara, além de acessar todos os outros recursos, como email, news, bit torrent, etc, certo?

Errado. Opera não é Open Source, Nicholas Negroponte e outros declararam que o OLPC só trará programas Open Source.

<sarcasmo>É isso aí. Viva a liberdade.</sarcarmo>

Confesso que quando li essa notícia aí no MeioBit achei estranho, pois o tom dela tem mais a ver com o Baboo… Ah, tá, foi escrita pelo Cardoso, e ultimamente ele tem se preocupado mais em ser famoso do que com o que escreve, ok, ok… Assim sendo, creio que é mais do que hora de alguém dar um puxão de orelha no Cardoso, pois está havendo tanto deslumbramento no esforço dele ser o primeiro pro-blogger brasileiro que algumas coisas estão sendo deixadas de lado.

Primeiro vamos colocar o seguinte: o fato do Opera rodar no OLPC não é uma surpresa. Há uma versão Linux do Opera que não é de hoje, o OLPC não difere muito de outras distribuições, etc, etc… Quem se der ao trabalho de instalar o emulador do OLPC na sua máquina, inclusive, vai ver que instalar o Opera é de fato possível. Não digo que seria trivial para uma criança, mas um tio mais dedicado pode muito bem fazer isso. E porque então não é instalado o Opera em vez do Mozilla adaptado que está lá? Bem, vale lembrar mais uma vez: por trás do OLPC há um projeto pedagógico. Tanto há que a interface do browser no OLPC foi simplificada ao extremo.

Outra questão que deve ser levada em conta é que o Projeto OLPC desde o começo se posicionou dizendo vamos usar software livre. Não é questão de xiitismo, de ser radical, é uma questão prática, como se pode ver nos motivos lá listados. Talvez a maior prova de que o Negroponte não é xiita é o acordo feito com o fornecedor das placas wi-fi de não divulgação de informações, o que vai contra tudo o que os radicais do software livre assim como as críticas que o próprio fez ao Linux. Além disso coloque um software proprietário no projeto e começam problemas de controle sobre o que a ferramenta vai fazer, questões de licensiamento, definições de se esse computador pode ou não ter uma versão comercial (faz parte do projeto, já que a venda desses vai subsidiar a produção dos destinados para as crianças).

Como se vê não é só uma questão de “liberdade”. Como já falei outra vez o OLPC poderia muito bem usar o Windows no lugar, só que mais importante do que os programas que rodam nesse laptop é a visão pedagógico por trás dele. Oras, se simplificaram o browser de que adianta botar uma versão do Opera cheia dos penduricalhos? Para um pouco e pensa antes de sair chutando o balde Cardoso!

Visão romântica

UOL: Demitido, repórter acusa TV Globo de manipulação na cobertura eleitoral

Rodrigo Vianna, repórter-especial da TV Globo de 1995 até esta terça-feira, enviou ontem (19/12) a colegas uma carta em que acusa a “Globo” de manipulação em sua cobertura das eleições presidenciais. Vianna divulgou o texto após receber o aviso de que seu contrato não seria renovado.

Sabe, eu li e, tirando os questionamentos totalmente válidos do Rodrigo Vianna, fiquei me perguntando em que mundo ele vivia. Afinal desde sempre se falou nas manipulações da Globo, manipulações essas que estão no cerne da empresa, como se pode ver no documentário Além do Cidadão Ken. De qualquer maneira a resposta está na própria carta aberta que ele enviou:

Era um ambiente mais caseiro, menos pomposo. Hoje, na hora de dizer tchau, sinto saudade de tudo aquilo.

Havia bares sujos, pessoas simples circulando em volta de todos nós – nas ruas, no Metrô, na padaria.

Todos, do apresentador ao contínuo, tinham que entrar a pé na Redação. Estacionamentos eram externos (não havia “vallet park”, nem catraca eletrônica). A caminhada pelas calçadas do centro da cidade obrigava-nos a um salutar contato com a desigualdade brasileira.

Hoje, quando olho pra nossa Redação aqui na Berrini, tenho a impressão que estou numa agência de publicidade. Ambiente asséptico, higienizado. Confortável, é verdade. Mas triste, quase desumano.

Mas, há as pessoas. Essas valem a pena.

Tá explicado! O cara era um romântico, daqueles que ainda acreditam no papel sagrado do jornalismo, tanto que confundia o ambiente (bar pé-sujo, redação bagunçada) com o resultado. Nem parece que era justo na redação junto aos bares que ocorreu a maior manipulação midiática da história da política brasileira… No fim das contas essa carta aberta aí do Rodrigo Vianna não trouxe nada de novo, só servindo para ele se queimar. Não vou estranhar se ele só conseguir achar emprego junto ao Observatório de Imprensa, que é o grande antro de Don Quixotes do jornalismo brasileiro.

E fica a pergunta: quando é que as faculdades de jornalismo no país vão dar a real pro estudante e mostrar que não existe jornalismo imparcial, mas sim jornalismo que mostra a visão do dono do veículo? Se a visão do dono do jornal é imparcial o jornal será imparcial, senão vai servir para difundir o que o dono do jornal acha que é melhor, simples assim. Na verdade o grande erro do jornalismo é não assumir a parcialidade, não ter dentro do veículo um espaço dizendo “É nisso que esse veículo acredita”. O problema não é a parcialidade, mas sim a falta de transparência.

Água que passarinho não bebe

Sabe, se tem algo que me surpreende na música brasileira nos últimos anos esse algo se chama Seu Jorge. Afinal não há como explicar o crescimento desse cara, já que ele é a MAIOR FRAUDE que apareceu na música brasileira nos últimos 500 anos. Ele é ruim, toca de um jeito tosco que parece que ele entrou ontem nas aulas de violão, faz firulas vocais (sem ter voz) ridículas para fingir que é O cara e tem um monte de neo-fã dos Los Hermanos babando aos pés dele. Além disso ele vive de avacalhar com as músicas alheias. David Bowie e Damien Rice que o digam… O que as pessoas querem com uma figura dessas?

E agora, para complicar, o cara inventou de gravar um single para a cachaça Sagatiba. Ok, toda a liberdade do mundo para ele fazer isso, tá no direito dele, só que não basta gravar um single, tem que ter uma “ação de marketing” por trás. Então o que está acontecendo é que em São Paulo estão aparecendo em vários locais da cidade “intervenções urbanas”, grafites feitos com stencil, da imagem do Seu Jorge com a frase “Eterna busca do valor mais puro”, como pode ser visto nesse post do Fábio Yabu. Não é a primeira vez que a Sagatiba faz uma ação de marketing “viral” usando stencils. Ela já fez isso em Londres, por exemplo, provocando debates sobre a legalidade de tal tipo de campanha. Afinal estamos falando de propaganda de uma bebida alcóolica utilizando espaços públicos.

E daí entra em questão o fato dessa campanha do Seu Jorge ser em São Paulo. Vale lembrar que em 26 de setembro a camera de veradores de São Paulo aprovaram a Lei Municipal 14.223, a denominada “Lei da Cidade Limpa”, que visa combater a poluição visual em São Paulo. Ok, a entrada em ação da lei foi adiada, porém o que se vê no caso do Seu Jorge é que várias vezes foi aplicada o stencil em postes de luz. Oras, até onde eu sei não é assim para usar postes de luz, que são considerados patrimônios públicos. Posso eu entender assim que essa ação de marketing aí, além de sujar a cidade, não está também sendo ilegal?

E no que se refere ao single, qual será a posição do Conar diante disso? Como apontou o Cristiano Dias essa música está tocando na programação das rádios e nela não se vê nenhuma das advertências devem acompanhar as bebidas alcóolicas, como definido no código de auto regulamentação publicitária. O jabá aqui tá tão escancarado que o próprio Cris tá pensando em tomar uma providência e mudar de marca de cachaça para a caipirinha dele… Não, ele tá pensando em uma cachaça boa, não em tomar uma providência qualquer.

Mas enfim, o caso é que a Sagatiba está mostrando ser uma verdadeira água que passarinho não bebe, sujando espaços públicos, apoiando uma ação de marketing jabazenta e forçando a tal ponto que até um espaço que gosta desse lance de marketing viral, que é a Brainstorm #9, achou que faltou sutileza. O meu consolo é ver que com essa história o Seu Jorge se meteu numa eterna saia justa, já que colocando essa música no seu disco e nos seus shows ele vai passar a ter problemas de patrocínio de outras bebidas. O cara merece.

E garçon, me vê uma caipirinha de vodka!