Tu vê…

Como estou passando uns dias de férias aqui em Taquara estou de novo fazendo duas coisas que não costumo fazer: ouvir rádio e ver TV. Ok, ver TV se resume a olhar uma notícia aqui e acolá, ver a primeira fase do Ídolos (anotem aí: no próximo carnaval vou me fantasiar de Miranda e sair por aí dizendo “Velho, tu não canta NADA…”) e um que outro filme na madruga. Já rádio é aquela leitura para acompanhar leitura, puro easy-listening,já que as “rádios jovens” ou estão um terror ou eu que estou ficando velho mesmo.

Mas o caso é que cá estava eu ouvindo a União FM, a rádio mais ouvida nos escritórios de advogados, dentistas e contabilistas de Novo Hamburgo quando, de repente, começa a tocar… Belle and Sebastian! Ouvi aquilo e fiquei imaginando quem era o indie que trabalhava na programação da rádio, para botar aquela música no meio daquele festival de musak.

Não sei de mais nada…

No segundo semestre do ano passado, com as eleições, decidi não mais basear meu voto em partidos, mas sim no histórico dos candidatos. Levantei o desempenho dos deputados gaúchos que estavam tentando a reeleição, fui no site da Camâra de Deputados ver que projetos de lei apresentaram, visitei o site Transparência Brasil para ver se os candidatos tinham lá seus pecadilhos e depois de tudo isso decidi: para deputado federal vou votar no Ênio Bacci.

E o que acontece? Acontece que o cara protagoniza um dos maiores escândalos da política gaúcha ao assumir a Secretaria da Segurança do RS, com denúncias de recebimento de propinas de bingueiros e bicheiros. O resultado é que ele foi afastado da secretaria, os envolvidos no caso estão sendo ouvidos pelas autoridades competentes etc e tal.

O caso é que espero que se prove que o Bacci tá limpo nessa história. Nem tanto por ele, mas sim para mostrar que a trabalheira enorme que eu tive para escolher o meu voto não tenha sido em vão. Se for provado que foi em vão eu sinceramente não sei o que vou fazer nas próximas eleições, não vou mesmo. Votar em branco? Nulo? Pô, eu quero acreditar na democracia, quero acreditar que é possível governar através do diálogo, mas do jeito que se faz democracia por aqui não dá para ser sério. 🙁

Softwarezinho legal

Aproveitando então que tô postando algo por aqui aí vai uma dica: VDownloader. É simplesmente um daqueles programinhas sem maiores pretensões que faz bem o que se presta fazer. No caso baixar vídeos do YouTube, Google Video, etc, e converter eles para outro formato que não FLV. Sem frescuras, sem complicações, de forma direta. Uma belezinha.

Viu? Pois é, passou…

E eis que teve mais uma edição do Fórum Internacional de Software Livre esse ano. Eu, da minha parte, não tive a mínima vontade de ir lá, tanto que só fui me antenar sexta-feira que estava tendo o evento. E olhando notícias como essa fica fácil de entender porquê:

Baguete: FISL – Quem quer ser Neo?

O fisl8.0 teve seu momento mais folclórico até agora nesta sexta-feira, 13, com a palestra “Free Software and The Matrix”, realizada por um dos fundadores da Free Software Fundation América Latina, Alexandre Oliva.

O engenheiro de compiladores Red Hat, que teve participação em diversos projetos ligados ao GNU, fez comentários sobre trechos do sucesso Matrix, relacionando a luta do protagonista, Neo, com o trabalho diário da comunidade do software livre.

“Se o software é livre, você é livre para fazer o que quiser. Quem quer ser Neo?”, questionou Oliva para a sala lotada de jovens programadores. O paulista acabou sua apresentação bastante aplaudido.

Por Deus… Os caras ainda levam Matrix a sério depois do segundo episódio da triologia ter passado nos cinemas! Não, assim não dá. Pode ter palestras boas lá, podem haver pessoas interessantes para conversar, mas esse oba-oba anti-establishment é dos mais chatos? Eu da minha parte não agüento ouvir as choradeiras de integrantes da Free Software Fundation (seja da matriz, seja a “da América Latina”) do tipo que o Linux não é chamado de GNU/Linux, que a Novell é uma traidora do movimento, esse tipo de coisa.

Não é por nada, mas a cada dia que passa a minha hipotética empresa de computadores dentro do programa “Computador Para Todos” se inclina mais para vender máquinas com o FreeBSD instalado.

Aqui pertinho…


Pois é, ontem se “comemorou” os 25 anos da invasão argentina às Falklands Islands. Não digo Ilhas Malvinas visto que os argentinos perderam a guerra e com isso o direito de determinar o nome das mesmas. Mas enfim, o caso é que é engraçado ver que para os habitantes da ilha a invasão foi uma boa. Afinal, antes da invasão as ilhas eram um pedaço de terra perdido no meio do mar que era deixada de lado pela Inglaterra. As ilhas serviam como parada para navios e os descendentes dos fazendeiros escoceses importados para lá no século XIX levavam uma vida um tanto quanto solitária. A coisa era tão feia que quando chegaram os anos 70 não havia televisão, tampouco rodovias, assim como conexões aéreas e telefones decentes. Sabe o lugar onde Judas perdeu as botas? Sim, era lá.

Pois bem, e eis que Leopoldo Galtieri resolve inventar de invadir o lugar e tudo muda. Com a derrota argentina a Inglaterra resolve investir no lugar e o PIB local passou de 4 milhões de libras (R$ 16,2 milhões) para 75 milhões de libras (R$ 303,9 milhões), dando à população do arquipélago uma renda per capita superior à da própria Grã-Bretanha. Não é a tôa que vemos crescer a população, que até então vinha decaindo, passando das 1,8 mil pessoas às vésperas da invasão para as atuais 2.955. A economia gira principalmente em torno da venda de licenças de pesca, que garantem uma arrecadação anual de 26 milhões de libras (R$ 105,3 milhões), e a ovinocultura: há cerca de 200 ovelhas para cada habitante. E para melhorar não há problemas com drogas e há 30 anos não ocorrem crimes violentos. De fim de mundo o lugar virou um pequeno paraíso.

Pois bem, vi tudo isso e me caiu a ficha para uma coisa… Bem, é o seguinte: como trabalho na área de informática é alta a exigência por um bom inglês. Eu leio razoavelmente bem, escrevo mal e não falo necas. Ano passado estava com uma professora particular para treinar a conversação, mas como ela foi pra Londres ainda não corri atrás de um substituto. Assim sendo, um dos meus planos pro futuro é um dia fazer uma imersão cultural, passar um tempo num lugar onde se fala inglês, algo como 3, 4 meses. A intenção é ir além do verbo to be sem entrar nas neuras de dominar a língua feito Jack London. O local que mais me atraia era a Nova Zelândia, que tem uma burocracia menor para ir que Canadá, Inglaterra e Estados Unidos, além de preços em conta. Contudo, devido à distância, ir pra lá tem um preço bastante salgado.

E foi assim, lendo sobre as Falklands que me caiu a ficha: Pô, os caras falam inglês! E são aqui do lado! Como é que eu não me toquei disso antes? Fui então procurar por maiores informações e vi que, de fato, os ilhéus estão interessados em oferecer imersão cultural, oferecendo aquela que eu considero a segunda melhor maneira de se aprender uma língua, que é a hospedagem na casa de uma família (a primeira melhor maneira de se aprender uma língua é de um jeito que minha namorada não ia gostar…). Outra coisa: numa ilha com uma população de quase 3000 habitantes é difícil um estrangeiro não ser bem recebido, já que a curiosidade para saber coisas sobre outros lugares do mundo é grande, mesmo nesses tempos de Internet. Então com certeza entre um copo e outro de cerveja num dos 3 bares da capital vai rolar uma conversa, e essa deve ser a terceira melhor maneira de aprender uma nova língua (não é a segunda melhor pois, não importa o lugar do mundo, sempre se encontra um bebum chato), e em um lugar em que uma das bandas locais tem como líder o chefe da polícia, não é de se duvidar que a noite seja divertida.

E outra coisa que me chamou a atenção sobre o lugar é o inglês que é falado lá:

The English language is used, mainly in its British English form. However, due to the isolation of the islands, the small population retains its own accent/dialect. In rural areas (i.e. anywhere outside Port Stanley), known as the “camp” (from Spanish campo), the Falkland accent tends to be stronger. The accent has resemblances to both Australia-NZ English, West Country and that of Norfolk in England.

Ou seja, é aquele inglês meio campesino, forte, com sílabas bem marcadas. Se você já ouviu um escocês sabe do que estou falando… Mais um ponto a favor da ilha.

Contudo, como nada é perfeito, o problema maior é chegar lá. Para nós brasileiros uma das formas de ir até lá é de barco, que sai de Punta Arenas, no Chile. Creio que o custo para ir até lá acaba não sendo tão alto quanto o custo de ir de avião até a Nova Zelândia mas mesmo assim deve ser salgado. Ainda não consegui encontrar em nenhum lugar quanto é a viagem, mas assim que achar publico aqui. De qualquer maneira já estou mandando emails para o John Fowler para ver quanto é que custa um curso de imersão de 3 meses… 😀

Hein?

Estadão: Dell lança computador ´sem´ sistema operacional

(…)

De fato, não há nenhum sistema operacional no micro, mas o mesmo vem acompanhado de um disco contendo o Linux FreeDOS, cuja instalação no notebook fica a cargo do usuário.

Sim, você leu certo: Linux FreeDOS. Fui até procurar para ver se não era culpa de uma agência de notícia externa, mas não, essa aí pelo jeito veio do Estadão mesmo.

Como vivemos dentro da cultura de cópia de textos, quero só ver em quantos sites serão publicadas notas sobre essa nova distribuição. Pois é, esse é o jornalismo de informática do país, que não sabe diferenciar um clone do Unix de um clone do DOS.

Ah, então é daí!

Finalmente descobri de onde vem a quantidade absurda de spams que aparecem na minha página de aprovação de comentários: eles vem dos trackbacks. Levando em conta que são pouquíssimos trackbacks válidos que aparecem no meu blog, resolvi desabilitar eles.

Pelo menos até atualizar o WordPress e colocar um plugin joinha joinha para gerenciar eles.

Então, é isso: sem trackbacks aqui pessoal. 🙁

Começou a revolução

Vi no Digital Midia Universe que a Quanta vai de fato vender laptops baseados no X0 por 200 dólares. Sim, isso mesmo: logo logo você vai poder, por 200 doletas, comprar um computador que não é uma maravilha mas que permite que você, entre outras coisas, acesse a web, edite textos, escute música e por aí vai.

Eu, da minha parte, olho esse equipamento e penso logo em ebooks.

Pois é, já parou para pensar? É um computador com baixo consumo de energia, com uma tela com resolução que permite tal uso. É de se pensar quantas pessoas vão comprar esse bichinho aí e usar ele para ler arquivos PDFs, sejam esses arquivos legais ou quem sabe ilegais. Não quero dizer nada, mas fosse eu dono de alguma editora ia começar a me coçar para disponibilizar meu acervo por um preço baixo (afinal qual é o custo total de um livro em PDF, levando em conta que não há gastos com impressão nem com distribuição? Ou seja: pode-se vender por um preço bem mais baixo e ainda ser lucrativo) antes que alguém disponibilize o livro na rede de graça para todos…

Quem lê tanta notícia?

Um dos meus grandes problemas é a dispersão. É normal eu acessar a web para ver uma notícia e sair clicando aqui e ali vendo mais coisas interessantes e deixar de lado o que é realmente importante, o que precisa ser feito. E quando eu comecei a usar o RSS essa disperção diminuiu, já que eu tinha um controle maior sobre as últimas notícias que eu via além de não ser atrapalhado pelos links nas laterais dos sites.

Contudo isso foi quando eu comecei a usar feeds. Com o passar do tempo, e a proliferação do formato, o que aconteceu é que simplesmente meu leitor de feeds favorito, o Bloglines, começou a ficar inchado de feeds que eu acrescentava por achar interessante, sem, contudo, me trazer qualquer resultado no quesito “me manter informado na minha área de atuação profissional”. Ou seja: voltou a dispersão, o meu rendimento diminuiu e por aí vai.

Assim sendo a questão de semanas, motivado por esse depoimento do Ronaldo, resolvi fazer uma experiência e passei todos os feeds de caráter profissional pro Google Reader, deixando o Bloglines para os links genéricos, recreacionistas e de caráter mais pessoal. E o resultado? Bem, o que eu vi até agora é que meu rendimento profissional melhorou (espero que meu chefe concorde com essa minha afirmação). Confesso que foi um erro da minha parte não ter desde o começo separado o que era de caráter pessoal do que era “de trabalho”, de forma que eu perdia um tempo enorme não para me manter informado, mas sim para separar o que era relevante ou não. Vale lembrar: eu sou um cara dispersivo, e ver aqueles links lá dizendo “temos conteúdo novo” era um imã pro meu apontador do mouse.

Assim sendo, fica a dica: aproveitem que temos boas ferramentas de feeds na rede e usem uma para fins pessoais e outra para fins profissionais. Tal separação ajuda um bocado a evitar a dispersão natural que a Internet nos oferece.

Update: aliás, falando em dispersão, vale lembrar que multitarefa só funciona nos computadores