Pois é, ontem se “comemorou” os 25 anos da invasão argentina às
Falklands Islands. Não digo
Ilhas Malvinas visto que os argentinos perderam a guerra e com isso o direito de determinar o nome das mesmas. Mas enfim, o caso é que
é engraçado ver que para os habitantes da ilha a invasão foi uma boa. Afinal, antes da invasão as ilhas eram um pedaço de terra perdido no meio do mar que era deixada de lado pela Inglaterra. As ilhas serviam como parada para navios e os descendentes dos fazendeiros escoceses importados para lá no século XIX levavam uma vida um tanto quanto solitária. A coisa era tão feia que quando chegaram os anos 70 não havia televisão, tampouco rodovias, assim como conexões aéreas e telefones decentes. Sabe o lugar onde Judas perdeu as botas? Sim, era lá.
Pois bem, e eis que Leopoldo Galtieri resolve inventar de invadir o lugar e tudo muda. Com a derrota argentina a Inglaterra resolve investir no lugar e o PIB local passou de 4 milhões de libras (R$ 16,2 milhões) para 75 milhões de libras (R$ 303,9 milhões), dando à população do arquipélago uma renda per capita superior à da própria Grã-Bretanha. Não é a tôa que vemos crescer a população, que até então vinha decaindo, passando das 1,8 mil pessoas às vésperas da invasão para as atuais 2.955. A economia gira principalmente em torno da venda de licenças de pesca, que garantem uma arrecadação anual de 26 milhões de libras (R$ 105,3 milhões), e a ovinocultura: há cerca de 200 ovelhas para cada habitante. E para melhorar não há problemas com drogas e há 30 anos não ocorrem crimes violentos. De fim de mundo o lugar virou um pequeno paraíso.
Pois bem, vi tudo isso e me caiu a ficha para uma coisa… Bem, é o seguinte: como trabalho na área de informática é alta a exigência por um bom inglês. Eu leio razoavelmente bem, escrevo mal e não falo necas. Ano passado estava com uma professora particular para treinar a conversação, mas como ela foi pra Londres ainda não corri atrás de um substituto. Assim sendo, um dos meus planos pro futuro é um dia fazer uma imersão cultural, passar um tempo num lugar onde se fala inglês, algo como 3, 4 meses. A intenção é ir além do verbo to be sem entrar nas neuras de dominar a língua feito Jack London. O local que mais me atraia era a Nova Zelândia, que tem uma burocracia menor para ir que Canadá, Inglaterra e Estados Unidos, além de preços em conta. Contudo, devido à distância, ir pra lá tem um preço bastante salgado.
E foi assim, lendo sobre as Falklands que me caiu a ficha: Pô, os caras falam inglês! E são aqui do lado! Como é que eu não me toquei disso antes? Fui então procurar por maiores informações e vi que, de fato, os ilhéus estão interessados em oferecer imersão cultural, oferecendo aquela que eu considero a segunda melhor maneira de se aprender uma língua, que é a hospedagem na casa de uma família (a primeira melhor maneira de se aprender uma língua é de um jeito que minha namorada não ia gostar…). Outra coisa: numa ilha com uma população de quase 3000 habitantes é difícil um estrangeiro não ser bem recebido, já que a curiosidade para saber coisas sobre outros lugares do mundo é grande, mesmo nesses tempos de Internet. Então com certeza entre um copo e outro de cerveja num dos 3 bares da capital vai rolar uma conversa, e essa deve ser a terceira melhor maneira de aprender uma nova língua (não é a segunda melhor pois, não importa o lugar do mundo, sempre se encontra um bebum chato), e em um lugar em que uma das bandas locais tem como líder o chefe da polícia, não é de se duvidar que a noite seja divertida.
E outra coisa que me chamou a atenção sobre o lugar é o inglês que é falado lá:
The English language is used, mainly in its British English form. However, due to the isolation of the islands, the small population retains its own accent/dialect. In rural areas (i.e. anywhere outside Port Stanley), known as the “camp” (from Spanish campo), the Falkland accent tends to be stronger. The accent has resemblances to both Australia-NZ English, West Country and that of Norfolk in England.
Ou seja, é aquele inglês meio campesino, forte, com sílabas bem marcadas. Se você já ouviu um escocês sabe do que estou falando… Mais um ponto a favor da ilha.
Contudo, como nada é perfeito, o problema maior é chegar lá. Para nós brasileiros uma das formas de ir até lá é de barco, que sai de Punta Arenas, no Chile. Creio que o custo para ir até lá acaba não sendo tão alto quanto o custo de ir de avião até a Nova Zelândia mas mesmo assim deve ser salgado. Ainda não consegui encontrar em nenhum lugar quanto é a viagem, mas assim que achar publico aqui. De qualquer maneira já estou mandando emails para o John Fowler para ver quanto é que custa um curso de imersão de 3 meses… 😀