Tenho que por a leitura em dia…

Eu sempre fui um cara de ler muito. Calculo que antes dos 20 anos eu tenha lido cerca de 1.000 livros, visto que eu costumava ler pelo menos uns 2 ou 3 livros por semana desde que  os meus 10 anos. Sim, eu era um adolescente com muito tempo livre, e a minha leitura era razoavelmente rápida: só para ter uma idéia eu li todos os 4 volumes d’As Brumas de Avalon em uma semana. Depois que eu entrei na universidade minha taxa de leitura de livros de ficção caiu bastante, não tanto por deixar de ler, mas sim por me voltar à leitura de livros técnicos, e com a Internet eu passei a ler menos livros ainda, já que há tanta coisa para ler na Internet que falta tempo para ler os clássicos.

Assim, quando vi que o jornal britânico The Guardian publicou uma lista de 1000 novelas que todos devem ler fui dar uma conferida se eu estava fazendo a lição de casa. O resultado? Não, não estou fazendo. Dos 1.000 livros indispensáveis aí da lista eu só li 56 deles! A saber:

  • Our Man in Havana by Graham Greene
  • High Fidelity by Nick Hornby
  • Zazie in the Metro by Raymond Queneau
  • Portnoy’s Complaint by Philip Roth
  • A Study in Scarlet by Arthur Conan Doyle
  • The Talented Mr Ripley by Patricia Highsmith
  • Perfume by Patrick Suskind
  • Two Serious Ladies by Jane Bowles
  • The Outsider by Albert Camus
  • The Old Man and the Sea by Ernest  Hemingway
  • Steppenwolf by Herman Hesse
  • Under the Volcano by Malcolm Lowry
  • The Catcher in the Rye by JD Salinger
  • Swiss Family Robinson by Johann David  Wyss
  • Dom Casmurro Joaquim by Maria Machado de Assis
  • Breakfast at Tiffany’s by Truman Capote
  • The Lover by Marguerite Duras
  • Zorba the Greek by Nikos  Kazantzakis
  • The Unbearable Lightness of Being by Milan Kundera
  • Lady Chatterley’s Lover by DH Lawrence
  • Women in Love by DH Lawrence
  • One Hundred Years of Solitude by Gabriel Garcia Marquez
  • Tropic of Cancer by Henry Miller
  • Lolita, or the Confessions of a White Widowed Male by Vladimir Nabokov
  • Delta of Venus by Anais Nin
  • Valley of the Dolls by Jacqueline Susann
  • The Hitchhikers Guide to the Galaxy by Douglas  Adams
  • Foundation by Isaac Asimov
  • Vathek by William Beckford
  • Fahrenheit 451 by Ray Bradbury
  • Naked Lunch by William Burroughs
  • The Passion of New Eve by Angela Carter
  • The Man who was Thursday by GK  Chesterton
  • Childhood’s End by Arthur C Clarke
  • Foucault’s Pendulum by Umberto Eco
  • Neuromancer by William Gibson
  • Stranger in a Strange Land by Robert A Heinlein
  • Dune by Frank L Herbert
  • Brave New World by Aldous Huxley
  • The Left Hand of Darkness by Ursula  Le Guin
  • A Canticle for Leibowitz by Walter M Miller Jr
  • The Little Prince by Antoine de Saint-Exupery
  • Frankenstein by Mary Shelley
  • Dracula by Bram Stoker
  • The Lord of the Rings by JRR Tolkien
  • Orlando by Virginia Woolf
  • The Plague by Albert Camus
  • Couples by John Updike
  • The Sheltering Sky by Paul Bowles
  • Journey to the End of the Night by Louis-Ferdinand Celine
  • Robinson Crusoe by Daniel Defoe
  • Asterix the Gaul by Rene Goscinny
  • Moby-Dick or, The Whale by Herman Melville
  • Zen and the Art of Motorcycle Maintenance by Robert  Pirsig
  • Maus by Art Spiegelman
  • Around the World in Eighty Days by Jules Verne

Ok, ali entre os 1.000 tem um monte que eu comecei a ler e não fui até o fim (tipo o Ulisses, o O Nome da Rosa ou o Don Quixote) mas isso não atenua o fato de que eu estou meio mal na foto. Acho que é o caso de aproveitar melhor as viagens de metrô entre Porto Alegre e São Leopoldo que eu faço diariamente e meter a cara nos livros.

Tradutores online: quem sabe a gente fazendo parte do G8 eles não me melhoram?

A questão de alguns meses atrás fiz um teste com o Google Translator usando uma frase do Chico Buarque: O que será que será que dá dentro da gente e que não devia?.  Bem, estava dando uma olhadinha nos meus feeds e lá pelas tantas vi uma dica sobre um tradutor feito pela Microsoft. Na mesma hora pensei: como será que ele se sai no teste? Só para constar o Google continua traduzindo a frase acima para What would be giving into the people and that should not?, porém retornando dessa vez Qual seria o que dá para a gente e que não deve?. Como se pode ver não é nenhuma beleza de tradução… Vamos à Microsoft então:

What is to be 2003/484/CFSP(2) within the people and that should not?

MAS QUE DIABOS É ISSO ? ? ? 2003/484/CFSP(2) ????  Ok, vamos dar uma chance pro tradutor e fazer de conta que o que retornou foi What is to be within the people and that should not?. Indo na ferramenta e traduzindo a frase para o português temos então O que é nas pessoas e que não deve?, o que não é nada mal! Tem muito mais sentido que a frase que o Google retornou! Está bem longe do perfeito, mas enfim está melhor.

Mas já que estamos testando tradutores como será que se sai o AjaxTrans, site que fiquei conhecendo pelo StumbleUppon esse fim de semana? Bem, a frase em inglês saiu What would be giving into the people and that should not?. Hm, peraí, eu já vi isso antes, não? 😉 Só para confirmar, em português a frase acima foi convertida para Qual seria o que dá para a gente e que não deve?. É, como se pode ver o Joel Parish faz uso do Google Translator na ferramenta dele… 🙂

Mas enfim, resolvi antes de fechar esse post fazer mais um teste: como seria se cada ferramenta convertesse para o português a frase gerada em inglês pela concorrente? Bem, a Microsoft converteu What would be giving into the people and that should not? para O que seria dar para as pessoas e que não deve?, e o Google translator converteu What is to be within the people and that should not? para Qual é a de estar dentro das pessoas e que não deve?. Esperava ver um resultado melhor, as duas trabalhando junto, mas ainda não foi dessa vez…

Jeito capilé de ser

Olha, pode-se falar o que for de São Leopoldo, menos que ela não é uma cidade interessante. Por mais que a gente veja a decadência no centro, as armações políticas, as paradas que se dá na produção cultural, sempre há algo para se ver na cidade. Ok, pode ser que algumas coisas você não goste, como o perfil da vida noturna da cidade que é composta por carros andando na rua principal da cidade tocando funk sem parar, com o povo na calçada parado em grupos tomando cerveja, mas o caso é que há uma vida noturna. Esses dias o namorado da minha cunhada soltou um “Lá em Caxias às 22 horas dão o toque de recolher e todo mundo some” com um certo toque de inveja na voz, isso quando a gente estava caminhando à meia-noite na Independência, meio que indignados com o movimento àquela hora.

Enfim, assim é São Leopoldo, e entre as coisas boas de São Leopoldo é que tem um povo que trabalha para levantar a cidade. Ok, nem todas as tentativas dão certo, mas que se tenta se tenta. E uma das iniciativas mais interessantes que tem nos últimos tempos é o do podcast Paisanos em Prosa, onde 3 turrões chatos (o Éver Ribeiro, o Zeca Baronio e o Tchakaruga de Paranaguá) que tem como característica um gosto meio esnobe onde só Chico Buarque realmente presta “coletam” figuras de São Leopoldo e entrevistam elas. Eu, da minha parte, só fui conferir o projeto quando o Marcelo Armani da SOL e o Cidade da Viana Moog* foram lá, e acabei indo conferir as edições anteriores e confesso que achei bem interessantes as pessoas entrevistadas, o que mostra que se numa cidade de quase 200 mil habitantes você não acha pessoas interessantes tu tá morando num lugar muito dos mequetrefes…

* Ah sim, já que falei na Viana Moog, aí vai a dica: tá na rede (com a devida autorização verbal – “pode por na rede! precisamos divulgar esse disco!” – do Cidade) o cd Viana Moog, de 2008.