Das estranhas coincidências da vida

Sábado de madrugada. Estava conversando com a Taila sobre o tempo, sobre como a vida passa, e lembrei daí do Leandro, do Etamar, do Petzinger, da Marina, todos amigos que um dia cá estavam e no seguinte ficaram apenas na memória. É duro, mas temos que aceitar que envelhecer é colecionar cadávares, cadáveres de pessoas que a gente gosta. Isso é o que há de mais cruel na vida.

E eis que ontem de manhã fiquei sabendo que há mais um item nessa minha indesejada coleção: Henri Günter, colega do segundo grau lá no Dorothea e a única pessoa que conseguia ser pior do que eu nos jogos de futebol das aulas de educação física, com a diferença que enquanto eu ficava encucado com o fato de ser ruim ele não estava nem aí. Ele foi o amigo que não conseguiu segurar a risada quando aconteceu um dos momentos mais vexatórios da minha vida, mas mesmo assim não consegui ficar com raiva dele, só senti o tamanho do ridículo da situação. O amigo que tive inveja numa noite em que, ao se preparar para ir na Disney fazer um estágio na cozinha de lá, ganhou uma “fila para beijar o Henri”. O amigo que cozinhava maravilhosamente bem e que tinha um restaurante que eu, tolo idiota, sempre posterguei de ir lá por achar que era logo ali, em Porto Alegre, qualquer hora vou lá. O Henri que era membro do grupo Theatrum do Tambo, o que é um sinal do talento interpretativo que tinha nele. O Henri, de pequenos sarcasmos e espetadas feitos com um olhar de deboche que não irritava mas que servia para fazer a gente rir, sempre.

Pois é, o Henri, que eu não sabia mas que tinha câncer de pele, que lutou contra a doença, que viu ela sumir e que viu ela voltar com tudo, de forma devastadora. Que na madrugada de sábado para domingo, mais ou menos no mesmo horário em que eu falava para a minha amada sobre as dores de perder amigos, resolveu ir.

Descansa em paz meu amigo. Já sentia saudades tuas antes, agora elas estão mais fortes do que nunca.

Floripa tem

Já que falei em comunidades no Orkut no post anterior fiquei me perguntando qual foi o destino da primeira comunidade brasileira vendida no Orkut. Para quem não lembra em janeiro desse ano a RBS comprou a comunidade “Eu AMO Floripa!” com o objetivo de promover o festival do verão “Floripa tem”. Ou seja: um dia tu é membro de uma comunidade, no outro é elemento de uma peça publicitária.

E o que se vê hoje em dia? Se vê a comunidade tomada por centenas de spams:


E o descaso da RBS com a comunidade pode ser sentido na página de recados do “Floripa Tem”, onde as pessoas estão pedindo para a comunidade ser administrada, sem sucesso.

Pois é, pois é… Fico me perguntando o quanto a RBS não está se queimando com as pessoas de Florianópolis com esse descaso aí…

Uma experiência democrática

Pronto, começou. A sorte foi lançada. E que seja travada a boa batalha.

Sim, começo esse post de forma meio dramática, mas de certa forma a história é meio dramática mesmo. O que acontece é o seguinte: em março de 2004 eu criei no Orkut, entre várias outras, a comunidade da cidade de São Leopoldo. Foi tão somente um acaso, o fato de ser um dos primeiros habitantes da cidade a fazer parte da rede. Contudo, como sou um cara que leva muito a sério essa história de Internet e de comunidades online, sempre procurei manter a comunidade mais ou menos limpa. Isso significa tirar os spammers, tirar as propagandas, os tópicos ofensivos, etc. É um trabalho na qual não se ganha nada e que muitas vezes resultam em encheção de saco, com gente reclamando de censura e o diabo a quatro. Mas enfim, desempenho o papel que eu acho que eu tenho que desempenhar, e creio que a prova da qualidade do trabalho que estou desempenhando está no fato de que essa comunidade se encontra atualmente com mais de 9.000 membros.

Contudo, de uns tempos pra cá, tenho percebido que essa minha forma de gerenciar tem desagradado uma série de pessoas. Além disso, algumas acusações de tomar partido também me foram feitas. Sim, como era de se esperar após tanto tempo eu estou desgastado diante da comunidade. Ok, não é tanto tempo assim se levarmos em conta que durante um período o dono da comunidade foi o meu amigo Delmo Schemes Jr., que segurou as pontas durante um tempo que eu estava sem acesso rápido ao Orkut, mas o caso é que eu estou a muito tempo na manutenção da comunidade.

Então, o que fazer? Passar a comunidade para outra pessoa, alguém que fosse mais simpática aos olhos dos membros? Não, isso não iria adiantar em nada, pois iria faltar para essa pessoa o mesmo que me falta, que é a legitimidade do cargo. Sim, legitimidade. O Orkut é um grande centro de ditaduras, de comunidades onde quem manda é o criador e ninguém mais. Ok, há os mediadores, mas o papel deles muitas vezes é limitado pelo dono. E dentro disso não há, em nenhum momento, um mecanismo para apurar se o trabalho do dono da comunidade é bom ou não. Ok, a gente percebe quando há um moderador ativo numa comunidade: há vida nela, conversas, trocas de idéias, além de se ver que não há spams. Mas, na maior parte das vezes, o que se vê é que as pessoas tendo entrado numa comunidade se mantém nela, estando ela bagunçada ou não. Sim, as pessoas são um pouco comodistas, não procurando comunidades melhores.

Então, já que as pessoas são comodistas, que eu gosto de ser moderador da comunidade porém não me sinto muito à vontade fazendo o meu papel e que eu sei que simplesmente passar a comunidade adiante não vai adiantar em nada, resolvi dar uma de louco e chutar o pau da barraca: convoquei eleições para dono da comunidade. Com isso a comunidade fica livre para decidir se aprova ou não como eu tenho conduzido ela. Para dizer que não aprova é simples: basta votar em qualquer um dos outros candidatos. Simples assim. Assim sendo, hoje eu coloquei no ar a enquete que pergunta quem deve ser o dono da comunidade. Essa enquete vai ficar no ar até o dia 21 de setembro, e, no dia 22, se a comunidade optar por outro dono, esse já estará moderando a mesma.

Que? Se eu tenho medo de perder a comunidade? Sim, claro que tenho. Aliás grandes são as chances disso acontecer… Contudo o caso é que do jeito que está hoje eu não me sinto à vontade para poder administrar ela direito, já que eu sou ali um líder por mero acaso, não por consenso. E espero que quem ganhe ali tenha essa segurança: que está ali desempenhando seu papel pela vontade da maioria.

O espaço é um espetáculo!

Quando eu era estudante universitário, isso lá em 1994, eu costumava ficar na Sala Pública da universidade acessando a Internet. O detalhe é que eram apenas 3 computadores conectados à rede, à incrível velocidade de 14 kbps. Não tenho bem certeza se era essa velocidade mesmo ou se era um pouco mais rápido, mas o caso é que qualquer arquivo que você baixasse levava um tempão desgraçado para chegar.

E uma das peculiaridades da época é que a universidade tinha recém instalado seu gerador de força. Isso quer dizer que todos os dias, pontualmente às 18 horas, a energia do campus era desligada e o gerador era ligado. Agora some isso com o fato de que um arquivo levava um tempão enorme de download e… Bem, um caso em especial que eu me lembro foi a de um estudante que estava baixando arquivos da NASA. Ele entrou no servidor de FTP e escolheu uma imagem qualquer, pensando que iria ver a foto de alguma estrela, ou de um planeta, ou de uma nebulosa. Isso foi no meio da tarde, lá pelas 16 horas. O arquivo tinha uns 200, 300 kb. Os outros dois computadores estavam acessando igualmente a rede, o que quer dizer que a linha estava sendo compartilhada. Nessa linha passava ainda todos os emails da faculdade, inclusive desse que vos tecla, já que naquelas alturas do campeonato eu já tinha aprendido a fazer FTP via Gopher via Email. Ou seja: uma linha extremamente congestionada. E o arquivo era, para os padrões da época, grande.

Bem, o fato é que à medida que o relógio se aproximava das 18 horas mais nervoso ficava o cara que pediu o download. Ele acompanhava cada byte que chegava com muita preocupação, já que a hora estava se aproximando. E nada do arquivo chegar… Lá pelas 17h30 já estava em 94%, e nada do arquivo chegar… 17h40: 96%… O cara começa a pedir pra todo mundo parar com os seus downloads, senão não ia chegar o arquivo dele a tempo. 17h50: 98%… Nessa altura todo mundo já estava desligando o computador, para não dar problemas na hora em que voltasse a luz. 17h55: 99%… 17h59m59s: 99,99% e PUUFFFF! Cai a luz, se vai a rede, vai-se a transferência!

Ficamos esperando a rede voltar, e o cara com um ar desesperado de “perdi duas horas a tôa ou não?”. E eis que voltou a rede. E eis que ele vê que o tamanho do arquivo e vê que ele não está zerado. Sim, o download foi concluído! A imagem está lá! Ele abre então o programa de visualização de imagens, vai no arquivo e… eis uma bela imagem de uma mulher passando bombril em um satélite!

Bem, quando li no blog do Pedro Dória que a Endeavour está ligada a câmeras que transmitem imagens direto da órbita terrestre na mesma hora imaginei cenas da paisagem terrestre passando diante dos meus olhos, um Google Earth ao vivo, em tempo real. Bem, acesso o site e o que eu vejo? Um astronauta na lavanderia da estação limpando o seu uniforme:


Não tinha como não lembrar dessa história, não? 😀

Você tem uma bomba aí no seu bolso?

Acabo de ficar sabendo que a Nokia está fazendo o maior recall da indústria de eletrônicos do mundo. No caso há 46 milhões de baterias de seus celulares em uso com suspeita de superaquecimento (modelo BL-5C fabricados entre dezembro de 2005 e novembro de 2006) sendo que já foram registrados em torno de 100 casos de incidentes em clientes de todo o mundo, sem danos sérios à propriedade ou às pessoas. No Brasil, segundo a assessoria de imprensa da Nokia ao ComputerWorld, não houve remessa oficial de aparelhos com essa bateria, mas eventualmente aparelhos importados pelos usuários podem usá-la.

Bem, como direi… Houston, we have a problem!

Eu tenho um Nokia modelo 2310 tipo RM-189, e ele usa justamente uma bateria BL-5C. No que eu vi isso na mesma hora me preocupei, visto que, já que a assessoria da Nokia Brasil está falando que não houve remessa oficial de aparelhos com essa bateria, como é que eu ficaria? Iria recorrer para quem?

Felizmente a Nokia botou uma página para você verificar se o seu Nokia está com uma bateria que precisa ser trocada ou não. Fui lá verificar e voilá, tudo certo. Minha bateria está ok, não preciso mais me preocupar com uma eventual explosão caso eu ligue o bicho na tomada. 😀

Macaquito

Trabalho na área de informática a mais de 10 anos. Posso falar besteiras sobre o assunto, mas é a besteira de alguém que tem alguma experiência na área. Não posso falar o mesmo quando coloco minhas opiniões sobre música, cinema, política, etc, mas eu posso dizer que dos meus pitacos informáticos eu não sou tão ruim assim. E assim como eu há vários blogueiros que nos seus blogs escrevem sobre a área em que trabalham.

Então, alguém pode me dizer que diabos de propaganda é essa que o Estadão botou no ar?


Se eu estou ofendido? Bem, na real na real o que me deixa chateado é que…

DESCOBRIRAM!

Nããããããããããããããããoooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!



Só mesmo levando na brincadeira tamanha bobagem… Mas enfim, para quem gostou da brincadeira, tem mais essas duas aqui:

Personal network

Pois é, faz um tempinho que estou no Facebook e… sei lá, tô dividido. De um lado tem o visual mais clean que eu já vi, agradável ao extremo, tão agradável que instalei um skin para deixar o Orkut com a mesma cara. Já de outro lado tem o fato que aquilo ali me parece tudo individual demais.

Explico: no que tu entra no Facebook tu já vê quem adicionou quem, em que comunidade teu contato entrou, quem adicionou alguma aplicação, quem alimentou seu álbum de imagens, quem mandou gifts para quem e por aí vai; contudo, a parte social, as comunidades ficam meio que escondidas. Ok, você pode configurar a página inicial para que mais detalhes sobre as comunidades que você participam sejam mostrados, mas o caso que a gente está falando de um site que é uma rede social, um “local” onde você vai encontrar pessoas com interesses semelhantes e interagir com elas. E nesse ponto a sensação que eu tenho é que o Facebook fica devendo para o Orkut…

Mas enfim, vou procurar usar mais. Apesar de ter uma neblina na vizinhança a casa é bem agradável.