well it sounds like someplace I’d like to go

Há dois motivos para conferir o mais novo disco do Modest Mouse que vai ser lançado agora em março. Além de contar com músicas que grudam agradavelmente no ouvido (destaque todo especial para Dashboard) o grupo ainda está com um integrante novo, o sujeito com cabelo esquisito no lado esquerdo da foto aí embaixo:


Reconheceu? Pois é, tá dificil, mas o caso é que o cidadão que atende pelo singelo nome de Johnny Marr. Sim, ele mesmo, o guitarrista do The Smiths e que, finalmente, está fazendo um trabalho à altura do seu talento desde que… bem, desde que ele e o Morrissey resolveram ir cada um para um lado. Sinceramente foi triste ver o trabalho meia boca que ele fez no Electronic e no Healers, onde o talento dele para compor melodias simplesmente ficou escondido. E eis que ele foi se encontrar com o Isaac Brock e a magia ressurgiu. No que os dois sairam compondo eles entraram num turbilhão criativo e desovaram cerca de noventas músicas, e o resultado é esse We Were Dead Before The Ship Even Sank, um disco que pede para que se ative o repeat do player. Belo trabalho!

Uma questão de oportunidade

Estava lendo o blog do Sílvio Meira, onde ele comenta sobre o computador quântico criado pela D-Wave Systems. E lá achei esse trecho que me chamou a atenção:

a d-wave está usando um método conhecido como computação quântica adiabática, refrigerando um metal [nióbio], a 273.15 graus abaixo de zero, quando sua nuvem eletrônica tem propriedades quânticas

Ok, o que há de especial nesse trecho? Há a palavra mágica nióbio. Deixo então a palavra para o comandante e general-de-brigada Marco Aurélio Costa Vieira, que em entrevista dada em 03/11/2004 para o jornal Diário da Manhã, de Goiânia, declarou o seguinte:

O nióbio é um metal novo, foi descoberto no século passado e hoje é um metal indispensável nas ligas de aço para a principal indústria do mundo, a aeroespacial. E ele é usado nas naves espaciais, nas ogivas de foguetes, nas turbinas de caminhão, estradas de ferro, em instrumentos ótico, e até nas prosaicas lâminas de barbear que usamos todo dia. É um metal refratário, que suporta qualquer temperatura, qualquer pressão, e por isso é indispensável. O consumo mundial hoje de nióbio no mundo é de 40 milhões de toneladas por ano. O Brasil exporta 20 mil. De todo nióbio existente no mundo, 99,4% estão no Brasil. 94,4% estão na Amazônia, o resto em Araxá, Minas Gerais, e Catalão/Ouvidor aqui em Goiás, que é explorado por uma multinacional. E toda produção de Araxá e Catalão é exportada por duas multinacionais com a pequena participação do grupo Moreira Salles. Na Amazônia existe (a gente chama mina o que está sendo explorado, e jazida o que ainda não está sendo explorado) uma mina no município de Presidente João Figueiredo, a 110 km de Manaus, que está sendo explorada por uma subsidiária da Paranapanema. É a única nacional que explora e atende mais a indústria nacional. E a grande jazida dos Seis Lagos, que é uma fortuna, foi estimada em dados fornecidos pelo DNPM e cálculos feitos por mim em um trilhão de dólares. Nós temos nióbio hoje no Brasil para atender o mundo em termos de consumo atual durante 1837 anos.

Agora veja bem: se esse computador da D-Wave vingar a indústria de tecnologia de informação de alta performance vai demandar mais e mais nióbio, justamente para fazer os chips que vão alimentar tais computadores. E nós temos a maior reserva mundial de tal minério, minério que muitas vezes sai daqui em estado bruto, para ser processado por indústrias americanas.

Aliás, voltando à entrevista do comandante Marco Vieira:

E como o mundo se supre do resto se o Brasil só exportou em 2003 vinte e poucas mil toneladas? Descaminho. Porque contrabando é o que vem de fora para dentro, e o que vem de dentro para fora o termo técnico correto é descaminho. Eu tenho uma informação de uma senhora, pela internet, um informe, porque não podemos comprovar, e esse informe diz que sai constantemente como lastro dos navios do porto de Tubarão nióbio para os EUA, Inglaterra, Europa, para o Japão, que também tem participação. Então é uma fortuna inacabável.

Pois é, já parou para pensar que o futuro da informática passa obrigatoriamente pelo Brasil? E que o nióbio não está sendo devidamente explorado pelo país? Pois é…

Momento Dove

Se tem uma artista de cinema que as mulheres deveriam fazer uma estátua agradecendo por desmontar a idéia de que para ser bonita tem que ser extremamente magra essa artista sem dúvida nenhuma é a Drew Barrymore:


Repare só na cara dela, na alegria de viver que ela exala. Ela não está nem aí se tem uma barriguinha, se vão pensar que ela tá gordinha, nada disso. Ela se assume como levemente fofa e isso é lindo.

Certa vez eu ouvi um comentário de que o padrão atual de beleza feminina, a de mostrar costelas e morrer de bulimia, foi criada pelos estilistas gays. Afinal de contas eles olham para as mulheres e as vêem como cabides ambulantes, não como fêmeas passíveis de serem apertadas. Olha, taí uma teoria da conspiração que tem todo sentido.

Haja bronze

Luis Nassif: A vedete e o presidente

A entrevista de Virginia Lane à rádio Globo, dizendo estar na cama com Getúlio Vargas (que teria sido assassinado na sua presença) parece mais história da Carochinha (clique aqui).

Primeiro, é duvidosa essa história de que Getúlio e Virgínia foram amantes. Getúlio freqüentava o teatro de revista, mas segundo depoimentos insuspeitos de pessoas que conviveram com ele, era reservado, não era promíscuo e seu nível de mulheres era sensivelmente superior ao de Virginia Lane. A misteriosa amante que ele menciona em seu diário, por exemplo, era Aimée Sottomaior, cortesã de altíssima nível.

A própria vedete se enrola ao contar que Getúlio pediu para que ela não relatasse nada sobre o seu assassinato para não criar escândalo. Mas como, se ele foi assassinado de surpresa? Ah, responde ela, ele sabia que seria alvo desse atentado e me pediu antes para não contar.

A própria declaração de Virginia que só falaria para a Rádio Globo, porque é a única confiável, colide com a própria história: a Rádio Globo foi o principal instrumento da campanha contra Getúlio.

Bem estranha essa história, de fato. Mas eu fico imaginando se essa história for verdadeira… A primeira pergunta que passa pela minha cabeça é: o que se vai fazer com a centena de monumentos com a carta-testamento que tem em tudo que é praça de cidade gaúcha? É um bocado de bronze que foi usado por aí.

Malditos bastardos sem coração!

Finalmente Tom Petty fez algo que preste. Não de forma direta, mas enfim… O caso é que certo dia uma garota loira de nome Erika estava num bar jogando um jogo de trivia e lá pelas tantas uma das questões perguntava qual era o nome da banda que acompanhava o velho Tom. Uma das opções era “Tom Petty and the Heartless Bastards” e ela achou o nome engraçado, gravando-o. Tempos depois, quando resolveu fundar uma banda, lembrou do nome e voilá, eis o The Heartless Bastards, banda responsável por um dos melhores discos que apareceram em 2006, o All this time.


Como se pode ver na foto a banda é um trio, oriundo de Cincinnati – Ohio, e é formado por Erika Wennerstrom, a guitarrista com um vocal que me lembrou Siouxsie Sioux, Mike Lamping no baixo e Kevin Vaughn na bateria. O som da banda é um rock simples e honesto, extremamente agradável. É botar para tocar e ficar curtindo. Não, não é nenhum obra que vai mudar os rumos da música pop ocidental, mas por favor, às vezes é muito bom botar um som sem firulas. Tenho que agradecer à Taila por ter me chamado a atenção de quão boa era a banda.

E se você quer conhecer o som deles o caminho das pedras para variar passa pelo MySpace. Boa viagem.

Chove chuva

A tempestade que está caindo agora nesse exato momento aqui em São Leopoldo é uma das mais bonitas que eu já vi. É uma massa de água compacta caindo do céu, formando verdadeiras cachoeiras nos telhados das casas próximas daqui do prédio. Com o vento forte então a impressão de ter rios circulando pelo ar é algo.

E como toda chuva forte o som é algo delicioso de se ouvir.

Definitivamente o verão está indo embora. Vai tarde, vai tarde…

Esse nosso jornalismo cultural…

Pois é, essa matéria teria mais sentido se tivesse saído no começo do mês, quando as revistas foram parar nas bancas. Mas como o meu vendedor de revistas favorito estava de férias esperei até que ele voltasse e cá estou eu com a Rolling Stone brasileira e a Bizz de fevereiro nas mãos. Bem, enfim, o caso é que é de estranhar o que aconteceu nas bancas esse mês. É incrível como as duas revistas estão… parecidas.

Ok, levando em conta que o Coldplay é uma das bandas que mais vende disco no mundo e que a banda está vindo se apresentar no Brasil o fato de que tanto uma como a outra terem uma foto do Chris Martin na capa não chega a ser algo tão surpreendente assim. Afinal de contas se o U2 viesse ou o REM possivelmente iria acontecer a mesmíssima coincidência. Também não chama tanto assim a atenção de que as duas revistas publicaram matérias sobre o James Brown, já que não é todo dia que morre um dos pais da black music. Na verdade o estranho seria se nenhuma das duas revistas não falasse sobre o mestre. Ainda em dose dupla mas em pequenas cápsulas temos Ben Harper, A Grande Família e Bloc Party, mas era de se esperar que fosse falado desses três, devido à relevância do trabalho deles.

O que realmente não dá para entender e que chama a atenção é o fato de que as duas revistas publicaram matérias bastante parecidas, falando sobre os mesmos assuntos, em matérias que se pretendiam “diferentes”. É realmente estranho ver que as duas reservaram páginas e páginas para a Orquestra Imperial, que está lançando seu primeiro disco agora em março, como destaque está se dando para a mesma. Talvez a banda seja realmente o que as duas revistas estão falando, mas que é estranho é. E a outra coincidência… não, não, melhor dizer convergência… é que ambas as revistas estão com uma matéria sobre artistas brasileiros que fazem mais sucesso lá fora que aqui. A diferença ficou no fato de que enquanto a Rolling Stones conversou com a Cansei de Ser Sexy, Bonde do Rolê, Lenine, Tetine, Trio Mocotó e Dj Marky a Bizz ficou com o Edu K. É tanta coincidência que é de se ficar perguntando se a nossa cena cultural está tão pobre que está faltando assunto.

Aliás essa é a questão chave. Se está faltando assunto vale realmente a pena gastar dinheiro com duas revistas? Levando em conta que cada revista custa quase 10 reais é para ficar se perguntando. E é triste ver que na comparação a Bizz perde, afinal a Rolling Stone está não só cobrindo a área musical de forma mais aprofundada (pô, não levei nem 5 minutos para ler a matéria sobre a Orquestra Imperial na Bizz!) como ataca também cinema (aliás bem que a Bizz podia se fundir com a Set…) e (por que não?) política. Aliás as matérias do Gustavo Krieger estão de tirar o chapéu, assim como a matéria sobre Christiana, que seria a matéria bicho-grilo do mês.

Bem, enfim, vamos ver como fica no mês que vêm. Se de novo houver tantas semelhanças na pauta das duas revistas vou pensar muito antes de comprar as duas…

Brasília não vai mais ser a mesma

A questão de um mês e meio atrás o Clodovil deu uma entrevista para o site G1, onde soltou:

“Eu não vou me meter a fazer leis, porque não sei fazer isso. Eu sei avaliar se ela é boa ou ruim. Mas isso não é a minha proposta. Minha proposta é transformar o poder numa coisa boa e útil para todos nós.”

Olha, como se sabe mentir é quase uma obrigação dos políticos e que o que a gente mais vê é candidato dizendo que vai trabalhar e que ao chegar em Brasília não faz nada. Pois é, o Clodovil soltou que não ia se meter a fazer leis e o que a gente vê? Vê que ele apresentou até o momento cinco projetos. Sim, certo, é só desarquivamento de proposições de outros deputados, colocadas de volta na pauta de votações. E sim, esses cinco projetos são simples de entender, daqueles que atendem a necessidades pontuais da população, nada de coisas meio exotéricas como ementas que regem sobre o término do processo de liquidação e a extinção da RFFSA, assunto que pelo jeito é o atual xodó da deputada Manuela D’ávila. E possivelmente o Clodovil botou essas proposições na roda a pedido do líder do partido dele.

De qualquer maneira é bom ver que o Clodovil fala e não cumpre de uma forma positiva. Depois de pegar no pé do Maluf dizendo que ficou “conhecido em todo País graças ao trabalho, e não por coisas desonradas” e de dar lição de moral fazendo a Câmara se calar para ouvi-lo agora isso. E o negócio vai ser acompanhar o que ele vai aprontar na Comissão de Educação e Cultura.

De qualquer maneira tá lá o cara trabalhando. Vamos ver se esse deputado folclórico vai cumprir a promessa dele de Brasília não ser mais a mesma mostrando uma coisa que a gente quer ver em todos os deputados, que é serviço.

Coisa boa

Tem uma nova rede de blogs no ar, o Interney Blogs. O que chama a atenção de cara é quem faz parte, pessoas como o Inagaki, a Suzi Hong e por aí vai… A idéia por trás é permitir que quem ali escreve ganhe dinheiro blogando. Para isso, a rede trabalhará com um sistema de anúncios que analisa o texto de cada blog, identifica palavras com potencial comercial e gera anúncios automaticamente baseados em tais palavras. É como se o Edney tivesse criado um sistema do tipo Google Adsense particular.

Eu sinceramente espero que esse projeto aí se dê bem, afinal o pessoal ali é tudo gente que sabe o quanto o Long Tail de fato funciona. Se tem gente ali que faz SEO? Sim, tem, mas é o SEO de qualidade que comentei lá na entrevista com o Caparica, onde junto com o termo que faz parte do zeitgeist há um bom texto, de forma que vamos ter blogueiros profissionais trabalhando com aquilo que realmente importa: conteúdo.

E uma coisa que eu achei interessante: em vez do WordPress MU o Edney optou pelo b2evolution. Para quem não sabe ambos os sistemas são forks do b2, um dos melhores e mais simples sistemas de blogs que já apareceram e que um belo dia foi meio que abandonado pelo criador, o Michael Valdrighi. E dos forks o considerado oficial é o WordPress. Então por que não foi usado este? Com a palavra Mr. Edney:

Porque ele permite múltiplos blogs numa instalação, enquanto o WordPress necessita de plugins para tanto. Além disso, raramente esses plugins são testados em ambientes de alto tráfego como será o caso do InterNey Blogs. Se o WordPress possuísse múltiplos blogs em sua forma nativa provavelmente acabaria utilizando-o, mas não é o caso.

Ceeeerto. Bem, como pode se ver acompanhar esse projeto vai ser interessante por dois motivos: ver se textos de qualidade garente o leitinho de alguém e ver como se comporta o b2evolution. Então, está dada a dica. 😉

Só para constar

Aos caros amigos que conhecem a mim e ao Marcos Ludwig eu peço por favor que não falem comigo sobre a figura em questão. Não quero tomar conhecimento do que quer que seja sobre a vida desse chato de galochas, assim como manter relacionamento em qualquer nível com ele. Não, não vou dar detalhes, curiosos podem ir falar com ele e ter a versão dele, eu não quero perder um minuto qualquer que seja da minha vida com esse assunto. Simplesmente o cara conseguiu acabar com a minha paciência e isso é tudo que eu tenho a dizer sobre o caso.

Queria dizer que vou ficar com as boas lembranças do tempo do O Apanhador, mas nem isso.