É muito simples fazer um
cult movie: basta pegar uma história de amor, botar alguns elementos pop (principalmente
hyped bands como Black Rebel Motorcicle Club e Franz Ferdinand) e, se possível, um pouco de liberalidade, seja em relação a drogas ou a sexo. Se tiver algo de escandaloso nisso (tipo o sexo ser explícito) melhor ainda. Pois bem, é essa a receita do
9 Songs.
E dá-lhe cenas de shows (como o nome do filme já diz são 9 músicas tocadas ao vivo) com cenas do cotidiano de um jovem casal. São idas à praia, um passeio ali, um passeio acolá, uma carreirinha de coca de vez em quando e algumas horas dentro de casa, onde rola banho de banheira a dois, sexo oral, masturbação, fantasias eróticas envolvendo olhos vendados e pulsos amarrados à cama, tudo isso com uma iluminação e trilha sonora de propaganda de sabonete. Ah, claro: para deixar a coisa toda mais bonita, o carinha do filme trabalha com pesquisa na Antartida, daí temos cenas em geleiras, neve, tudo muito cool sabe? Sinceramente o filme, com seus 69 minutos (sentiu a maldade no tempo?), é longo, longo demais, e inclusive acaba-se ficando com a impressão que os shows foram colocados ali na história para levantar o ânimo do espectador. Filme chato, extremamente chato.
Eu podia ter inaugurado o uso do BitTorrent aqui em casa com um filme melhor, com certeza. Vale a pena dizer que sem querer baixei uma cópia do filme dublado em espanhol. E depois reclamam da dublagem brasileira…