Papaparty

O fim de semana já começou bem na quinta-feira com o show da Nação Zumbi no Dado Tambor. Não dá para descrever o que foi aquilo, mas já está na minha lista de melhores shows do ano, junto com Cordel de Fogo Encantado no Opinião, Blanched em Curitiba e Astronautas e Walverdes no Dr. Jeckyll. A coisa só não foi perfeita pois acabou tarde para burro, de forma que cheguei em casa hiper tarde, o que fez com que eu dormisse duas horas antes de ir trabalhar e ficasse o dia inteiro meio lento.

Mas, mesmo lento, isso não impediu que de noite eu fosse para Novo Hamburgo no aniversário da Carol de Estância (é gozado pensar que tenho quatro amigas chamadas Carol…). Chegando lá a surpresa: ela não pode ficar para a festa dela, pois estava com febre, mal. Assim ficamos eu, o Cidade, o Mac e a Carol (uma das outras três) bebendo e jogando conversa fora a noite toda, primeiro em NH e depois em São Leopoldo, lá no Ateliê Zumbi. Fui dormi com o sol nascendo, e se dependesse do Cidade ainda teria ido lá na Feitoria para estender mais ainda a noite, mas minha resistência já tinha chegado ao seu ponto máximo e fui para casa dormir.

E todo o sábado então passei deitado na cama, botando o sono em dia. Só saí da cama no final da tarde, quando tive que sair de qualquer jeito para poder passar no banco, já que tinha que pegar dinheiro para ir na festa de casamento da minha colega Lizi, lá em Porto Alegre. E com dinheiro no bolso lá fui eu para Poa City, onde vi o casamento e fui na janta. E que janta! A Lizi bem que tinha que ia ser um desbunde, e isso foi com certeza. Muito bomo buffet, muit mesmo. E depois da Janta, dança. Eu não fui dos dançarinos mais ativos, já que, além de estar com o estômago forrado e meio tonto por causa do álcool, ainda estava usando meus sapatos de publicitário (sabe aqueles sapatos cor de caramelo? pois é…), que são bonitos, porém matam o meu pé. Daí o jeito foi não pular muito, senão não ia conseguir caminhar no domingo.

E eu precisava caminhar no domingo. Pelo menos da rodoviária de Taquara até a casa dos meus pais, onde fui passar o dia das crianças. Almocei com meus pais e mais a Andréia, uma amiga da família, e foi bem legal. E lá pela metade da tarde meus sobrinhos apareceram. O João tá uma ferrinha, e a Marcela tá gorduchinha gorduchinha. Sim, sou um tio babão e fico todo bobo vendo que tenho dois sobrinhos lindos 😉

E é esse o resumo do fim de semana 🙂

Mago capilé

Toda cidade tem suas figuras sui-generis, e entre as de São Leopoldo está o Mauro Duarte, jornalista que sempre encontro no centro de São Leopoldo ou pelas cercanias da Unisinos. Pois não é que o Mauro tem um site, onde ele vende o seu livro Memórias de um mago? Sente só nível da coisa:

Nasci em Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil meridional. Trata-se de área com pouquíssima tradição esotérica, o que só valoriza o extraordinário fenômeno de meu surgimento em ambiente tão adverso. O QM (quociente místico) local é baixíssimo, perdendo feio para qualquer região brasileira. Nem citemos geografias férteis como a Chapada dos Guimarães (maior engarrafamento de OVNIs, novos ou usados, do Planeta), o Vale do Amanhecer ou Alto Paraíso: compará-las com o pálido misticismo gaúcho seria covardia.

Não podemos atribuir à latitude 30ºS nossa indigência mágica. Vejam só que companheiros de subtropicalismo exibimos: Argentina e Chile setentrionais (incluindo respingos incas e a Ilha da Páscoa!), Austrália e África do Sul. No Paralelo 30ºN, então, o quociente místico vai às nuvens: México, Estados Unidos meridionais (inclusive Luisiana!), Marrocos, Argélia, Líbia, Egito, Israel, Jordânia, Arábia Saudita, Iraque, Irã, Afeganistão, Paquistão, Índia, Nepal, China (bem no Tibete!) e quase o Sul do Japão. Lista tão gorda prova que o determinismo geoesotérico carece de fundamento para elucidar nossa pobreza.

Que temos para mostrar aos turistas, no setor? Tirando o Boitatá, a Teiniaguá, algum lobisomem e alguma mula-sem-cabeça esporádica, nada. Nossas assombrações são poucas e desorganizadas, condicionando-se a um espontaneísmo abúlico. Outras nem assustam, como o Negrinho do Pastoreio, bem-vindo onde quer que apareça, visto recuperar tudo que se perca, seja ônibus, paciência ou virgindade. Os magos locais sabem quanto devem a Simões Lopes Neto – estive na Salamanca do Jarau antes de Blau Nunes, percebi o QM do lugar, altíssimo para os níveis rio-grandenses, e só posso elogiar o discernimento do grande escritor. Afora isso, o único espírito que nossos visitantes encontram é um espírito-de-porco-espinho.

Pois é… São só 7 reais, edição eletrônica. Como o próprio Mauro diz: \”Auto-ajude-se e auto-ajude-nos, solicitando esta obra cheia de eflúvios cósmicos.\” 😉

Babação

Pois é, eis que o novo CD dos Strokes já tá na rede. Na verdade já está na rede há dias… E o que se pode dizer dele? Bem, eu da minha parte prefiro não dizer nada, afinal quem garante se aquilo é mesmo o CD final? Nunca vou me esquecer do fato de ouvir o CD Vespertine da Bjork e ver que havia várias coisas diferentes lá que não tinham nos MP3s. Sim, eram as mesmas músicas, mas elas eram diferentes. Assim, não vou falar nada sobre o CD, mas sim sobre os MP3s dos Strokes. E o que eu posso dizer? Que se o CD for aquilo mesmo vai ser um CD bom, mas que não tem o mesmo encanto do \”This is It\”. Tanto não tem que eu me surpreendo com a babação que o Lúcio Ribeiro está fazendo em cima dele. Afinal se o novo CD for mesmo o que está nos MP3s dá para dizer que os outros grupos da New New York Sound (o quê? pois é, eu gostei da expressão, fazer o quê…) já superaram o Strokes. Além disso deve-se levar em conta outras coisinhas, como o comentário do Fred Leal na lista e-zine onde ele diz:

\”The Way It Is\” plagia descaradamente \”Nem 5 Minutos Guardados\”, dos Titãs.

Tanto faz qual é a cor da sua blusa
Tanto faz a roupa que você usa
Faça calor ou faça frio
É sempre carnaval no Brasil

Sim, é escancarado o plágio. É só ouvir e pegar na hora a música dos Titãs. E o que o Lucio Ribeiro diz sobre essa música?

10. \”THE WAY IT IS\”

Outra montanha-russa de guitarra, vocal e bateria. O punk come solto quando Casablancas entoa \”I\’m sick of you and that the way it is\” (\”Estou enjoado de você e isso é assim mesmo\”). A brilhante guitarra de Valensi quase canta junto.

Ah, o hype… O hype…

Que barbaridade!

Vi essa na Cabide D\’Askhalsa:

O Globo – Constituição Cidadã: avanços e revelações

Constituição brasileira tem artigos que nunca foram votados. Esta é a principal revelação que o ministro do Supremo Tribunal Federal Nélson Jobim fará em livro que começa a escrever a partir de amanhã. A obra vai romper um silêncio de 15 anos, fruto de um pacto entre Jobim, um dos relatores do texto constitucional, e o deputado Ulysses Guimarães, presidente da Assembléia Nacional Constituinte. O prazo termina à meia-noite de hoje. Um dos trechos incluídos na Constituição sem votação é o artigo 2º, que estabelece o princípio da separação dos poderes: “São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Jobim conta que, concluídas as votações da Carta, criou-se uma comissão que cuidou de checar a correção gramatical do texto e organizá-lo para a votação da redação final, que seria apenas simbólica. Um dos constituintes acompanhava o trabalho e notou a falha. Procurou Jobim: “E agora, o que fazemos?”. “Vamos incluir, não tem outro jeito”, respondeu Jobim, então deputado pelo PMDB gaúcho. Anos depois, Jobim e esse deputado travavam um debate sobre a validade da revisão constitucional. O parlamentar defendia a tese de que a revisão não poderia ser realizada porque o plebiscito de 1993 mantivera o sistema presidencialista e o modelo republicano no país. E usou exatamente o artigo 2º para sustentar sua teoria, a de que a revisão seria uma interferência do Legislativo sobre o Executivo, proibida pelo dispositivo que trata da independência dos poderes.

Caramba! Reparem que a gente está falando da Constituição do país! Agora pense em quantos casos esse tipo de situação pode ter acontecido, onde podemos ter várias leis com trechos que não passaram por votação. Que bagunça isso!