Paranóia

Hoje consegui discutir com os meus pais por causa de um motivo estúpido. E o pior é que eu fui um besta também: simplesmente perdi a cabeça com uma situação estúpida, que não tem nada demais. É o seguinte: estava na casa dos meus pais quando o telefone ligou. Era uma vizinha avisando que um motoqueiro tinha estacionado na frente da casa, do lado oposto da rua. Isso foi suficiente para a minha mãe ir saindo desligando as luzes e ir correndo para a janela para ver quem era. Sim, paranóia pura. Como eu conheço essa vizinha e sei que ela é uma fofoqueira de marca maior, daquelas que vê chifre em cavalo, fiquei indignado e sai de casa discutindo com o meu pai e a minha mãe, que o clima de paranóia ali estava tão grande que fazia com que eu, morando em São Leopoldo, que é a cidade mais violenta do estado, me sentisse mais seguro lá do que em Taquara. E quer saber? É verdade. Só que eu não precisava falar isso, eu não tinha que falar isso. E não tinha nada que ter pedido pro motoqueiro esperar a namorada dele em outro lugar, que a vizinhança estava nervosa. O cara, gente fina, foi para outro canto. Sim, eu fiz essas besteiras. Depois, falando no telefone com a minha mãe ela botou para fora todos os medos dela, todos os temores, toda a fragilidade que ela tem sentido. Ela ficou indignada que eu falei com o cara (\”esperando a namorada? e se ele estava esperando a namorada para nos assaltar?\”) e eu ainda tentei argumentar que não dá para viver com tanto medo. Não, não adiantou, e tive que ouvir que se é para que eu me sinta seguro e à vontade que eu não vá mais na casa deles, que Taquara está se tornando uma cidade violenta sim.

E pensar que eu fiz esse escarcéu todo por causa da droga da vizinha. Eu odeio aquela mulher com todas as forças (nada me tira da cabeça que foi ela que inventou para a minha mãe que eu estava dando uma festa na casa dos meus pais na noite que ela foi assaltada e levaram a TV e o videocassete, o que é a mais deslavada mentira do mundo, e que fez com que eles perdessem a confiança em mim – sim, a minha mãe é capaz de acreditar naquela vaca e não no próprio filho) e fico muito indignado quando vejo a minha mãe dando ouvidos para aquela mulher. E sim, eu perdi a cabeça e falei coisas para os meus pais que eu não deveria ter dito, de uma forma que eu não deveria ter dito.

Droga!

Artê

Qual é o sentido de produzir arte? De se tentar fazer arte? Há algum sentido nisso, principalmente no que diz respeito à música? Eu creio que não, que depois dos experimentalismos do século XX (principalmente o que foi produzido por Stockhausen, Schönberg e Cage) o que resta é fazer músicas que toquem as pessoas, sem se preocupar se é algo inédito ou não. O mote é procurar ser original mesmo sabendo que isso é praticamente impossível, pelo menos até aparecer uma forma diferente de se fazer música. Assim, procurar elevar grupos como Godspeed You Black Emperor, Sigur Rós e outros do gênero à categoria de arte é algo tão válido quanto o que faz o pessoal do rock progressivo, que diz que Rick Wakeman é o cara. E é? Talvez seja. Pelos meus parâmetros não é, visto que eu vejo alí é um pastiche de música clássica, mas quem não garante que os dois grupos de post-rock que eu citei não são vistos como pastiche de experimentalismo pelo pessoal do Ex Machina? Pois é… Assim sendo, isso importa?

Update: Relendo esse post vi que ser músico hoje é ter uma liberdade conceitual enorme. Se tudo já foi tentado, o que temos agora é simplesmente ver o que desse tudo é válido e usar conforme a necessidade do que se quer transmitir, sem precisar ficar se justificando. É maravilhoso isso.

Alô

E ontem jantei com o Douglas e fiquei horas conversando com o Leonardo. E lamentei não ter encontrado o Diego e a Carol… Mas, enfim, o fato de ter conversado com o Doug e o Leonardo já foi legal. Tenho que ligar mais para os amigos, com certeza.

Engraçado

– Você não se importa com o fato de que eu tirei o link para ti no meu blog?
– ???
– Ou você não tinha percebido?

Há alguém interessado em fazer uma tese sobre mecanismos de afenidades na Internet? Essa questão de linkar ou não linkar renderia uma boa discussão.

Ah, claro! O que eu acho? Acho que um link é apenas um link. Gosto de ver meu site linkado por aí, mas não faço do fato de me linkarem ou não algo preocupante. Querem linkar? Linkem. Não querem? Não linkem. Simples assim. Eu aliás não tenho listas de links aqui no blog porque há blogs que vão e vêm, e prefiro daí usar os bookmarks mesmo. É mais fácil de atualizar.

Workspace

Depois de meses de indefinição hoje tive notícias sobre o setor onde trabalho. E há uma luz no fim do túnel! Como escreveu certa vez o Leonardo: O medo, neste caso, está na ausência da certeza, na dúvida de não saber se tratamos aqui de uma vontade mútua e no temporal. Era sobre outra coisa, mas se ajusta perfeitamente a situação.

Largura de banda

Pois é… tempos atrás eu coloquei aqui no blog uma série de imagens que eu recebi por email mostrando esculturas feitos com teclados e mouses reciclados. Bem, hoje, olhando as estatísticas de acesso ao site me deparrei com o absurdo: algum idiota linkou a página num desses sites de imagens engraçadinhas e isso fez com que, em apenas 5 dias, quase todo o consumo de largura de banda do pilger.com.br fosse pro espaço. Do 1 Gb mensal que eu tenho disponível já foram consumidos 932.30 Mb (sendo que cerca de 800 Mb dizem respeito a essas imagens). Levando em conta que estamos recém no dia 21 não estranhe se esse blog sumir do ar antes do final do mês.

Mas que droga! Quem foi o filha da mãe que inventou de linkar pro meu site???