E eis que eu recebi esse recado via ICQ:

YourLuckyDayInHell: [offline] caso interesse:
http://br.photos.yahoo.com/bc/whiskaspratosfavoritos
fotos dos shows q eu fui em londres/madrid.

Ein? Shows do Interpol? Polyphonic Spree? Porque eu haveria de me interessar? Hein? O quê? Se eu estou com inveja? Imagina, impressão tua…

Você quer entender porque eu acho a Vivs uma graça? Ok, aí vai:

Ah! Claro! Vivs, eu sei que devia ter pedido permissão antes para usar a foto, mas não resisti 😉

Meu teclado queimou!!!

🙁

Só espero que o conserto não seja mais caro que um novo… 🙁

Lendo esse post da Anna Maron percebi que eu poderia muito bem mudar de país, numa boa. Afinal, na verdade, desde que eu saí do Paraná, com 5 anos, nunca me senti confortável onde quer que eu morasse. Sempre fiquei com a sensação de \”não sou daqui\”. Nunca me senti bem em Taquara, sempre me via como alguém que não pertencia à cidade, até porque quando eu começava a me sentir bem vinha alguém e me lembrava que eu não era de lá. O detalhe cruel é que eu sei que não adianta voltar lá para Toledo, que aquilo lá é outra cidade, não é a cidade onde dei meus primeiros passos, falei minhas primeiras palavras… E com São Leopoldo é mais ou menos assim também. Ok, tenho conhecidos, mas não tenho raízes ali. Não tenho o passado comum que a Anna fala, a não ser o que diz respeito à cultura pop. Assim sendo, ir para outro país, outra cultura, acaba não se revelando algo tão preocupante assim. O problema no caso é vencer a preguiça. Não, não é tomar coragem, mas sim deixar de ter preguiça de correr atrás de algo.

Pois é, com o surto de conjuntivite que está tendo em Florianópolis (tem aqui em Camboriú, mas não está tão acentuado) resolvi não me arriscar: não vou ver o show da Not So Easy na Lagoa da Conceição. E antes que o Gordinez me mande uma praga, que ele fique sabendo que hoje de noite vou ver um coral de senhoras cantando músicas em alemão. Sim sim, eu mereço…

Sim, eu me importo com que as pessoas acham a meu respeito. Assim sendo, claro que não gostei muito da sensação da garota nerd e a sua amiga me acharem um chato. Pelo menos eu acho que elas acharam… Bem, de qualquer maneira fui ontem no mesmo bar, onde continuei lendo o livro (que se continuar bom do jeito que está com certeza vai ter uma resenha no Gordurama) quando elas passam por mim. Na verdade não vi uma delas entrar, mas a garota nerd me viu, deu oi três beijinhos e entrou. Fiquei ali fora, na minha, lendo e bebendo a minha cervejinha. Quando já estava cansado do bar, fui para dentro acertar a conta e aproveitei e sentei um pouco com elas. Os amigos que estavam juntos me olharam meio atravessados, mas azar deles. Ficamos eu e a nerd conversando um pouco mais e daí vi que o barato dela era mesmo ler. Sim, ela gosta de ler, e coisas boas. Ok, Paulo Coelho deu as caras, mas nem todo mundo é perfeito. Pelo menos ela não gosta de Sidney Sheldon… E dá-lhe citações, pedaços de poesias e uma certa paixão pelos olhos de ressaca da Capitu. Então teve uma hora que ela se levantou e foi falar com um amigo, e como a outra Flávia não estava prestando a atenção me levantei um instantinho da mesa, fui lá fora do bar, comprei o que queria e voltei. Foi no tempo exato para ela voltar para a mesa. No que ela sentou soltei:
– Você conhece e.e.cummings?
– Não… Quem é?
– É um poeta americano… Bem, enfim, na verdade é que eu me lembrei que uma vez ele escreveu um verso assim: \”seus olhos são mais profundos que uma rosa\”.
E nisso dei para cada uma das duas uma rosa, disse tchau e fui embora. Pela cara delas, em que elas sorriam de boca aberta, com os olhos mostrando surpresa, creio que consegui reverter o conceito que deixei ontem nelas. Antes maluco que chato 😉
Ah, claro: eu tinha acabado de ler esse verso no livro, e achei bom demais para não ser usado. E porque não fiquei? Porque eu fui embora? Oras, sem um pouco de teatro a vida não tem graça.

E eis que depois do cinema, cheio de livros e revistas que comprei no shoping onde eu estava, resolvo ir tomar uma cervejinha antes de ir prá casa. Vou lá num bar aqui perto do cibercafé que acho simpático e que tem cerveja barata, me instalo e fico lendo. Volta e meia olho pros lados para ver o movimento, me divertindo observando as figuras que tem ali. E eis que numa mesa tem três garotas. Uma é bonita, outra é uma daquelas que caem bem a classificação \”gordinha simpática\” (eufenismo para dizer \”é feia porque é gorda senão até seria bonita\” – mais ou menos o meu caso) e outra garota é bonita também, mas não tanto quanto a primeira. Volta e meia elas olham prá minha direção e ficam ali, rindo. Eu vou fazer o quê? Levantei o meu copo, fiz um sinal tipo \”um drinque\” para elas, baixei a cara e voltei a ler. Passa um tempo e de repente justo a mais bonita da mesa vem na minha direção, pergunta o que eu estou lendo, vê que eu estou com uma revista Galileo (que comprei por causa da reportagem negativamente tendenciosa sobre walchalking) e me convida para sentar com elas. Obviamente que fui, mais faceiro que guri em doceria. E conversa vai, conversa vem, fico sabendo que duas se chamam Flávia, a gordinha se chama Ludmila, que cada uma é de uma cidade diferente mas as três moram aqui em Camboriú e dá-lhe papo. Mas o que me chamou a atenção foi que a Flávia, a garota que foi primeiramente falar comigo, disse que era nerd, que era viciada em Internet, etc e tal. A outra Flávia confirmou: \”É, ela é assim mesmo, uma chata. Só fica falando sobre isso.\” Pensei em conversar com ela mas nessa hora ela já tinha pegado a Galileo e estava prá lá de concentrada, de forma que fiquei conversando com outra. A Ludmila? Deu para perceber que ela não foi com a minha cara e ficou lá, lendo uma outra revista que eu tinha, e assim ficamos eu e a Flávia conversando, até que a \”nerd\” entrou em modo social de novo. E daí fui ver qual era da guria. Primeiro: ela não sabe o que é um webmaster. Segundo: ela adora a Internet por causa do Kazaa. Terceiro: ela nunca tinha ouvido falar de blogs, ou de Linux, ou de várias e várias coisas. Não, eu não tirei um questionário do bolso e fui colocando ela contra a parede, mas sim fui conversando e vendo as reações dela… De nerd mesmo, só a mania de ficar virando a noite online (não, não tive coragem de perguntar que tipo de música ela baixava no Kazaa, não depois de saber que ela gostava de Raul Seixas) e de gostar de entrar no Google e ficar entrando com palavras a esmo para ver onde se vai parar.

Agora a pergunta: porque ela se define como nerd? Será que é por causa das amigas dela? Virou termo cult? Bem, de qualquer maneira, se as amigas dela achavam ela chata eu devo ter ganhado uma menção honrosa, tanto que a tal da Ludmila na hora de ir embora nem se despedir se despediu. Na verdade acho que elas deviam estar pensando \”um cara que fica de noite lendo um livro num bar deve ser um cara interessante\” e se decepcionaram. Bem, enfim, c\’est la vie!

Pois ontem fui ver o Demolidor. E se você quer ver o filme e não quer saber de detalhes pare por aqui, já que tem coisas que eu não posso deixar de comentar.

Pois bem, eu não gostei do filme, não gostei mesmo. E porquê? Primeiro por que se percebe claramente que ou o diretor ou o roteirista ou ambos nunca leram uma história que seja do personagem. Para começar eles transformaram o Demolidor em um assassino. Quem leu as histórias dele sabe que o único assassinato que ele fez na vida foi involuntário, quando perseguiu o homem que matou o seu pai e este teve um ataque cardíaco. Segundo: transformar o Wilson Fisk num negro. Na HQ Fisk fazia o papel de um respeitável WASP (White Anglo-Saxon Protestant), e ele usava isso como instrumento para aumentar mais ainda o seu poder. Fisk podia ser violento, ter uma força enorme (como descobriu Murdock numa luta ele não era um monte de banha, mas sim uma massa enorme de músculos), mas não foi isso que fez ele chegar lá em cima. Colocar um negro ali é simplesmente ficar disfarçando um aspecto podre da cultura americana, num ato politicamente correto muito dos confusos. Mais? Ok, aí vai: Elektra. O roteirista simplesmente resolveu ignorar o fato de que os dois já se conheciam da universidade, onde foram namorados, e que quando os dois voltaram a se encontrar ela já era uma mercenária, trabalhando justamente para o Fisk. Ou seja: era grande o conflito que Matt enfrentava ao lutar contra o primeiro amor da vida dele, e qualquer roteirista faria a festa em cima desse fato. Qualquer roteirista com cérebro, diga-se de passagem, mas esperar o que de um que usa a mesma fórmula do primeiro filme do Batman, que é transformar o grande vilão no assassino do pai? Ridículo ao extremo.

Sinceramente a Marvel deve estar precisando muito de dinheiro para permitir um filme desses, que simplesmente destrói o personagem. Triste.

Zero Hora: Petróleo sobe e tem maior preço em 12 anos

A Petrobras produziu a média de 1,5 milhão de barris por dia no ano passado, ante 1,8 milhão consumidos no país. Em fevereiro, a produção cresceu 2,6% em relação ao mês anterior, para a média recorde de quase 1,6 milhão. Apesar de ser importador de óleo, o Brasil tem a terceira maior produção da América Latina e espera atingir a auto-suficiência até 2005.

Hein? Como é? Quer dizer que de todo petróleo que consumimos no país diariamente, importamos apenas 300 mil barris? É isso? Isso representa cerca de 5% do que consumimos! Então porque o governo não faz uma campanha incentivando a economia, o não consumo estúpido de plástico e de gasolina? Nesses tempos de guerra, onde o preço do petróleo vai estourar, isso é algo urgente!