Tá bonita a coisa: a Globo vai processar o SBT por plágio de um programa não exibido e em cima disso o SBT dá um belo de um esculacho na TV do Bob Marine. O texto, extremamente irônico, acaba com uma lição de moral que dá gosto:

Tem razão a Globo, ao afirmar em sua nota, que “a indústria brasileira de entretenimento só pode crescer se for baseada (sic) no respeito à lei e em princípios morais” e “que a sociedade anseia por ética”. É verdade.

Como sabemos, é altamente moral e ético pagar as multas e assumir os processos judiciais de autores sob contrato, para que o SBT não possa contar com um único escritor; é extremamente ético comprar eventos para não exibi-los; aliciar contratados apenas para desorganizar os concorrentes; como sabemos, é extremamente ético vender jornais à custa da desgraça de pais desesperados e de filhas sequestradas. Tudo isto é altamente elogiável, é exemplar.

O SBT, enquanto a Globo não for o único veículo, o único empregador, não for o único Poder, o Big Brother que anseia ser, dona da televisão que nos vigiará, até este dia, o SBT continuará trabalhando e derrotando, sem luxo e com modéstia, derrotando o Poder, a Riqueza e a Prepotência, hoje disfarçados em moralistas.

Ok, sabemos que o SBT não é santo: está aí o Gugu e sua conversão ao catolicismo pelas mãos do Padre Marcelo para provar. Mas que é bom ver a Globo, do alto de sua prepotência e do seu poder, ouvir uma coisa dessas lá isso é.

A única coisa chata, contudo, é saber que, independente de quem ganhe essa briga toda, a qualidade da televisão vai continuar essa podreira que conhecemos. 😛

Para variar errei feio no chute. Foi decidido que o filme brasileiro que vai tentar concorrer ao Oscar de melhor filme em lingua não-inglesa é Abril Despedaçado, do Walter Salles. Teve lobby? Não duvido. Afinal, como deu na notícia vinculada no site da revista Época:

\”Abril Despedaçado\”, que deve estrear no país em fevereiro de 2002, ficou apenas uma semana em cartaz em Salvador para cumprir a exigência da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood de estrear no país de origem até outubro.

Pergunta: por que não esperam para colocar o filme para concorrer no ano que vêm? Afinal, se o filme for realmente bom ele se sustenta, e esse pequeno esquema tirou o lugar dos outros filmes. Não duvido que o filme venha a ser distribuido nos Estados Unidos pela Miramax de novo. É, mas nem sei por que estou gastando fosfato com isso, afinal é mais do que sabido que o Oscar é um prêmio comercial, e não tem nada de artístico nele. Show business, baby, show business.

Um grupo muito pouco conhecido é o Repolho, de Chapecó-SC. Eu só conheço por que fui apresentado a eles em 96 por um amigo catarinense, numa fita demo para lá de detonada (de tanto que tocava). Não, não é nenhuma obra-prima: os caras tocam mal prá burro, se metem num experimentalismo rastaquera a lá Graforréia Xilarmônica (aliás, foi o Marcelo Birck que produziu o CD deles) e as letras são algo. Mas é justamente o encontro de tantas coisas negativas que tornam o trabalho deles tão legal. É trash puro, para ouvir e cair na gaitada. Pegue, por exemplo, o rap alemoado (sim, alemoado: imagina um grosso do interior cantando as música uma veiz) Chapecó, que pode-se dizer é um hino a todas cidades do interior:

Chapecó

Eu moro na cidade a cidade é Chapecó
No centro e nos bairros são tudo uns bocó
De dia não tem nada de noite também não
E nos fins de semana todos lá no calçadão
E todos se encontram lá no calçadão
E ficam se olhando com umas caras de bundão
Nada acontece não tem nada prá fazê
Você olha prá mim eu olho prá você

Refrão:
Assim é a cidade a cidade é Chapecó
Do jeito que está vai de mal a pior
É Chapecó, Chapecó, Chapecó, Chapecó

De repente pinta um lance vamô se mexê
O lance é de cabeça você não póde perder
Pintou uma boate é aquela sensação
O ingresso é muito caro assim não tem condição
O ingresso é muito caro assim não tem condição
E os pelado tem que entra de ratão

O fuminho tá rolando tá rolando prá valê
Muita gente tá fumando prá tentar esquecê
Esquecê o que passou esquecê o que não viu
Chapecó está na merda
Está na merda o Brasil
A coca tem de monte não precisa procurar
Os caras te oferecem na frente do Rudimar
Ele vem e cheira junto assim é a cidade
Depois vai fazer a ronda na maior felicidade

Muierada tem de monte igual a qualquer lugar
Se você sair de carro não precisa procurar
Tem as loiras as morena as gorda e as bem fina
Também o que não falta é as maria gasolina
Se você sair de carro sai bem acompanhado
Agora se sair a pé não pega nem resfriado

A galera do peguinha para o Xorna vai descê
Com toda aquela babaquice vão tentá se entertê
Os milico vão atrás mas não adianta nada
Os carinha são bem bobos e os milicos umas piadas
E eles se preparam pisam no acelerador
Até ficam chateados se estraga o motor
Mas aí não tem problema eles não fazem nada
E quem paga essa idiotice é o pai da rapaziada
Que trabalha o dia inteiro que nem uns condenados
E eles gastam o dinheiro como se fosse achado

E isso é só uma palhinha. O Cd independente deles tem outras pérolas, como Lover Caos, O Jegue (XR3 e Conversível), Fusca Azul Calcinha e por aí vai. Agradeço imensamente ao Fabiano Burkhardt por ter me emprestado essa maravilha 🙂

Mais uma semana, mais um quilo perdido. Ou seja, em um mês eu perdi 9 quilos 🙂 E só não perco mais por que tenho feito uma série de concessões e pequenas fugas. Se eu resolver adotar a mesma rotina que adotei na primeira semana eu perderia mais, bem mais, mas os meus colegas de trabalho e a Márica teriam que aguentar o meu mal humor. Assim sendo, até para não brigar com a humanidade, vou ser um pouco mais lento para perder todo o peso que quero perder. E o detalhe aqui é que eu não sou paciente: sou teimoso mesmo.

E hoje acabei de ler o primeiro volume (A Sociedade do Anel) da triologia O Senhor dos Aneis, do Tolkien. Como todo primeiro volume de uma (boa) triologia esse foi mais uma apresentação dos elementos que compõem a história e uma preparação para o grande pepino que vêm no resto da história, mas foi uma senhora apresentação. Não é a tôa que o livro seja tão amado pelo mundo. É bom, muito bom. Foi difícil agüentar o começo do livro, onde não acontecia quase nada, mas depois a história foi ficando cada vez mais empolgante. E o detalhe: é uma história cinematográfica, com descrição detalhada das paisagens e amostras generosas da personalidade de quase todos os personagens envolvidos. Se o filme sair uma droga podem ter certeza que a culpa é do roteirista e do diretor, porque o original é impecável. A pergunta que me faço agora é se vou logo para o segundo volume ou olho o filme antes…

Outra coisinha: também vi hoje, finalmente, o Quero Ser John Malkovitch. Perfeito, perfeito, perfeito! Roteiro genial, extremamente inteligente, e com uma auto-ironia enorme.

E para completar: pela amostra que foi dada hoje em Taquara o verão vai ser insuportável 😛 Socorro!!!!!! Aliás, coisa horrível que é o verão. A gente fica suando sem parar, fica pegajoso feito um porco e sem vontade de fazer nada. Não consigo entender como alguém pode gostar de verão. Inverno é trocentas vezes melhor: tá frio? Mete mais roupa e pronto. Simples. No verão tu te pela e ainda tá aquele calor do demônio. Argh!

Divagando na madrugada: Levando em consideração que o Windows XP exige uma área de 1.5 Gb de disco para ser instalada não seria a hora de mudar o nome da produtora para Macrosoft?

Voltando ao Internet Archive, mais uma da série recordar é viver: o Charles? Que Charles? original! Com direito à página que eu fiz do Pato Fu! Foi a segunda página do Pato Fu na rede: a primeira acabou se tornando a homepage oficial deles. Aiás, diga-se de passagem, merecidamente.

Mas o que mais me espanta é como as minhas páginas sempre foram trash. Gifs animados, contadores, todas essas firulas que caracterizam uma página pessoal mediana. E agora eu com um blog… Já tinha virado moda fazer um blog em janeiro? Bem, não importa. O fato é que é bem melhor fazer essa coisa sem organização nenhuma do que fazer da tua página pessoal uma espécie de fanzine. Pelo menos é bem mais divertido 😉

Dica do Cláudio Shikita (que por sinal colocou a sua página na Starmedia e que nunca dá para ser acessada por causa da política de limitação de banda):


CONGRESS SAYS NET USE MUST BE SECRETLY TRACKED,

REQUIRES AMERICANS TO INSTALL WINDOWS XP

F.B.I. Predicts New Microsoft OS May Render Carnivore Obsolete

Aliás, vendendo o Windows XP Home Edition a R$ 590, a Microsoft está pedindo para os usuários migrarem para o Linux… E pensar que quando foi lançado o Windows ele custava apenas 99 dólares