Ueba! Acabou o jogo Brasil x Argentina e perdemos por 2 a 1 🙂 Se Deus é realmente brasileiro a gente não vai prá próxima Copa do Mundo e o povo não vai ter o circenses (o panis não tem já a muito tempo…) atrapalhando em ano eleitoral. Ou alguém acha que o fato de sincronizarem as eleições mais importantes do país com os anos de copa foi uma coincidência? O chato é perder prá Argentina, mas fazer o quê…

O Charles Gavin merece um prêmio. Ele vem nos últimos tempos trabalhando na produção de várias reedições, que simplesmente estão colocando pérolas do rock nacional de volta nas prateleiras. Hoje eu comprei uma dessas pérolas: Amigos Invisíveis, álbum solo do guitarrista do Ira! Edgar Scandurra. É uma das boas coisas que já foram feitas no Brasil mas que infelizmente pouca gente conhece, seja por que não foi tocado nas rádios (aqui no RS só a Ipanema FM tocava), seja por que era um disco independente. O Edgar entrou numa egotrip radical e resolveu gravar todos os instrumentos, assim como canta em todas as músicas. Só em “Abraços e Brigas” há uma participação especial (da Tatiana Barros tocando piano), que por sinal é uma das canções mais bonitas que eu conheço. Outra canção belíssima é essa:

Culto de amor

Procuro me desarmar
Ando em busca da paz
Respondo a vontade do céu
Sentimentos não preciso de provas
União para você o sim
Não fale nada
A verdade vem no seu beijo
Você nas minhas mãos
Eu juro que não tenho medo

E dá-lhe cordas acompanhando essa música para lá de singela… Grande álbum!

Aliás, uma prova de que nem todo policial é um risco pro cidadão: Aldir Antônio Costa e Glademir Leandro. Eles foram alguns dos policiais que tentaram prender na semana passada o deputado federal Waldomiro Fiorante, que embriagado atropelou um casal numa moto em Erechim. Hoje eles estão sendo ameaçados pelo deputado com processos por terem comitidos acessos: afinal, eles queriam que o nobre deputado se submete-se a exames de teor alcoólico, e ele se sentiu desrespeitado. É nessas horas que a gente vê que o PT está definitivamente se tornando um partido como qualquer outro, ao não expulsar um cara desses dos seus quadros.

Acabo de receber um email do caro Douglas Backes me cobrando o fato de morar em São Leopoldo e não falar nada sobre o assassinato do Thomás Engel. Bem, para quem não está por dentro da história, o causo é o seguinte: esse domingo o Thomás, que era um gurizão de 16 anos, estava passeando no centro daqui de São Léo com uns amigos quando foi parado pela polícia. Ele e os amigos estavam sendo revistados quando o Thomás se mexeu (segundo os policiais) e um dos policiais (o tenente Paulo Sérgio de Souza) atirou nele, atingindo-o sob o braço direito, dilacerando o fígado e atingindo o coração. Assim, o garoto que era uma revelação no tênis, que sonhava chegar a Roland Garros, morreu. Resultado: a população de Novo Hamburgo (de onde era o garoto) está extremamente revoltada, assim como boa parte do povo da Grande Porto Alegre. Some a isso o fato de que foi comprovado de que o microempresário Roberto Angelo de Souza, de Canoas, foi realmente espancado até a morte por dois policiais e se entende por que o secretário de segurança pública, o Bisol, transferiu o comando da Brigada para o Vale dos Sinos para apurar o que diabos está acontecendo por aqui, assim como por que estão havendo passeatas pedindo o fim da violência. Violência policial.

Ok, e o que eu penso sobre o assunto? Olha, eu sou da geração que na infância cresceu ouvindo o Chico Buarque chamando o ladrão e que na adolescência tinha medo da veraneio vascaína, apesar de morar em Taquara, a quilômetros dos abusos que ocorriam em Brasília, São Paulo e outras grandes cidades. Aprendi desde cedo que a polícia infelizmente não é confiável. Se você tem qualquer dúvida é só ler os artigos que o Caco Barcelos (ele mesmo ameaçado de morte por policiais) para entender isso. O detalhe é que agora a violência policial não está apenas restrita ao povão, e está começando a atingir a classe média. O Thomás Engel e o Roberto de Souza não são diferentes de muitos Josés e Joãos que moram nas vilas da vida, a diferença é que eles eram “de bem”. Sim, a velha história: no Brasil não há preconceito racial, mas sim social. Negro se é rico não é negro, é preto, é “de cor”. Se é pobre, é negrão, malandro safado, vagabundo sem vergonha. Não importa se ele sua a semana inteira num emprego honesto. O mesmo pode-se dizer do branquelo que é pobre. É alemão/gringo cachaceiro sem vergonha, mesmo sem tomar uma gota de álcool. O fato de ser pobre já faz dele suspeito, culpado e por fim vítima de um tribunal composto por carrascos, sem juízes e advogados, sofrendo assim toda uma série de abusos, que podem muito bem acabar em morte na mão de um policial despreparado (que ;e o caso do tenente em questão, que só estava ainda na corporação devido a liminiares na Justiça). A viúva chora, a mãe lamenta, os vizinhos protestam e a imprensa desconsidera: afinal a vítima foi mais um “vagabundo” mesmo… Porém, quando a violência chega à classe média, a coisa muda de figura: a vítima é uma pessoa de boa família, bem criada, membro ativo da sociedade. Assim, a coisa estoura e mostra todo o seu fedor.

Pois bem, agora leve em conta uma coisa: logo que o PT assumiu o Estado, circulou dentro da RBS um aviso para atacar com tudo a secretaria de segurança. Sei disso por que tenho vários amigos que trabalham lá, e a prioridade era atacar o Bisol. Assim, medidas como a portaria sobre o uso de força e armas pela polícia foram contestadas até não poder mais, sendo chamadas de medidas tolas, ingênuas, estúpidas, ao mesmo tempo que eram feitas sem parar denúncias de que a polícia estava sendo desmantelada. O auê em cima do relógio dos 500 anos então foi uma beleza: só faltou o Lasier Martins dizer que era um absurdo a Brigada não ter atirado no bando de baderneiros (aliás, acho que a melhor coisa daquela história toda foi justamente que ninguém saiu ferido na história: um relógio é só um relógio, e uma vida humana – seja de um “baderneiro”, de um policial ou de um cidadão comum – vale muito mais do que um artefato). Assim sendo, essa comoção toda em cima dessas mortes na verdade não me surpreende. Era uma situação que o governo mostrava vontade de mudar e que por isso estava sofrendo um ataque violento por parte da maior empresa de comunicação do estado (duvida? então faça uma análise comparando o que é a sessão de polícia da ZH com a do Correio do Povo…) e que agora se mostra “chocada” com os fatos. Resumindo: foram desmoralizadas todas as tentativas de consertar uma polícia falha, violenta, que possui em seus quadros pessoas despreparadas e extremamente perigosas, que comprometem a segurança não só dos cidadãos como dos seus colegas, e tudo isso por causa de uma visão mesquinha baseada em interesses políticos. E não é uma visão só minha, faz tempo que se fala sobre isso. Assim sendo, fico triste pelos familiares e amigos do Thomás e do Roberto, fico chocado em saber que eu posso muito bem estar caminhando pelo centro da cidade e levar um tiro daquele que recebe para me proteger, mas não me surpreendo. Afinal, a bomba está sendo armada a muito tempo, e mais cedo ou mais tarde ela ia explodir. Foi o que aconteceu.

Texto novo no Raio X: Browsers, onde o Romulo Moacyr Cholewa mostra muito bem o motivo pela qual eu ultimamente não tenho usado quase o Netscape. Não, não é por vontade minha que eu estou usando o Internet Explorer, que eu acho lento, inseguro e pouco funcional. É porque tá cheio de webmasters idiotas por aí que fazem páginas que não permitem a entrada de pessoas usando outro browser que não o IE, isso em nome de um que outro efeito. E não digo fazer uma página que tem problemas de visualização, digo páginas em que é simplesmente proibida a entrada de quem usa Netscape. Lamentável isso, e mais lamentável ainda é saber que os caras que fazem coisas estúpidas como essas ganham uma grana desgraçada.

Está de volta também o Tijolão, mas dessa vez via web mesmo, nada de emails. E vem em grande estilo: tem entrevista com o Carlos Bêla, do Golden Shower (aliás, é interessante notar que o videoclip deles – Video Computer System – é um dos arquivos mais baixados na minha máquina quando estou com o KaZaA ativado. O pessoal deve achar que é filme de sacanagem, tanto que assim que eles baixam o suficiente – a 33 Kbps – para dar um preview eles desistem do arquivo… ). Ok, tem umas piadas infames com o nome da banda (que é realmente infame), mas tudo bem: a leitura realmente vale a pena. E não pense que estou fazendo propaganda porque eles botaram uma cópia do manifesto LudoNet lá. Aliás, eu me espantei ao ver o manifesto lá! Legal saber que o m2b e o Samuel gostaram do texto.

E essa dica eu tirei do blog da Cora Ronai, editora do caderno de informática do Globo: SpamDevil. O que faz esse troço? Simples: você pega o email do chato que te mandou um spam e cadastra lá, que automaticamente ele será inscrito em trocentas listas de discussão. Pode gerar tráfego desnecessário, pode deixar a rede mais lenta, mas é uma sensação maravilhosa cadastrar aquele cara que mandou emails para todas as contas que você tem (e olha que não são poucas).

O chato de comprar coisas em balaio é que a gente às vezes vem com o produto desfalcado. No caso do meu cd do Arthur de Faria (Música para gente grande) não tinha a capa do CD. Segundo a dona da loja alguém levou o estojo original, e deixou o CD na loja. Vai entender… Mas o fato é que ali está uma das músicas mais legais que eu conheço, que é Oito de Março. Para a minha sorte, o Arthur publicou a letra no nao-til.

E nesse exato momento, na Independência, rua principal de São Leopoldo, passa um grupo cantando Ôôôôôô ôôô ôôôôôô bela pollenta cossi tchátchábum tchátchábum bumbumbum! Caramba! De onde desenterraram essa música?

Letra da (genial) Leyla french kiss, do Lorenzo y La Nota Falsa:

Leyla não me abandone nos mistérios de um noite no fundo de um bar
Como se não fossem pérolas os sonhos que sonháramos indo pro céu
Leyla não me abandone nos mistérios de um noite no fundo de um bar
Como se não fossem gotas de desejo do teu sexo sobre a minha mão
Leyla não me abandone nos mistérios de um noite no fundo de um bar
Como se não fossem cortes dividindo a nossa vida do início ao fim

Porque músicas legais como essa não tocam nas rádios? Aqui no Rio Grande do Sul tivemos uma rádio ótima, que era a Ipanema FM. Ela ainda existe, mas não é mais a mesma coisa… Ela era maldita, pretenciosa, metida a besta, e com uma programação absurdamente boa. Mas chegou os anos 90 e lá se foi a qualidade dela. Ela ainda procura viver da fama de rádio alternativa, mas não tem nada lá que lembre os tempos áureos… O você acredita que eles seriam capazes de colocar, hoje, no ar uma música como Relax, do The Glove? Aliás, podem falar o que quiserem dos anos 80, mas que eles foram muito mais interessantes que os anos 90 lá isso foram (digo mais interessantes, não melhores: afinal, foram nos anos 90 que apareceu para os seres humanos comuns a tal de Internet), assim como os anos 70 e 60. E por que foram melhores? Justamente porque foram pretensiosos, metidos a besta, de forma que a gente podia ter grandes bobagens como pequenas obras-primas lado a lado (e sem conseguir diferenciar uma da outra) tocando nas rádios. E isso era bom, muito bom! Portanto, não prestem muita atenção no que figuras como o Diego Medina (Videohits) falam: eles não sabem o que dizem.

Mas falando em gente que não sabe o que diz, que tal essa que o Cláudio Shikida (que deve ser o economista mais bem-humorado que já apareceu por aí e que edita as sempre engraçadas Cartas de Porto Alegre) me mandou, um artigo escaneado do jornal da Igreja Universal do Reino de Deus: Analistas dizem que empresas de tecnologia adotam a marca da Besta! Gente! Informática é coisa do Demo e eu não sabia!!!