Nem tudo o que é dourado é ouro

Pirita é um mineral ferroso que, devido ao seu brilho metálico e à cor amarelo-dourada, é conhecido como ouro-de-tolo. Se você acredita no poder curativo dos cristais (o que não é o meu caso) você pode comprar uma pedra de pirita pesando entre 200 e 250 gramas por uns R$ 80 (praticamente o mesmo valor de um grama de ouro),  tratando assim problemas na flora intestinal, juntas, cabelo, pele, sistema nervoso, plexo solar, caminhos da respiração, brônquios, pulmões e distensões. Pode também usar o mineral para resolver problemas psíquicos, como medo de exames, problemas de relacionamento, autoconsciência, moléstias psicossomáticas e, principalmente, depressões e frustrações.

Pois é, pelo jeito o Marcelo Dourado, vencedor do Big Brother Brasil 10, vai precisar de uma pedra dessas… Afinal ele torrou todo o prêmio de 1 mihão e 500 mil reais que ele ganhou em menos de um ano. Isso dá cerca de 120 mil reais por mês. Diz ele que gastou com familiares e com a sua marca de roupa, mas também largou essa: “Eu tenho namorada, então gastei rápido. Eu jogo jogos de azar. Todo o dinheiro já era. Eu quero trabalhar para poder pagar minha contas. Já estou devendo.”. É amigo…

Sabe, eu costumo jogar volta e meia na Mega Sena, Lotomania, etc. Sei muito bem que a chance de ganhar um desses prêmios é minima, mas levando em conta que é mínima a chance de juntar um milhão com o dinheiro que eu gasto nas apostas encaro como sendo “elas-por-elas”. Sabe aquela conversa do Débi & Lóide onde o Lloyd Christmas pergunta para a Mary Swanson se ele tem uma chance em um milhão e ela responde um talvez, o que faz com que ele grite alegre “Eu tenho uma chance!”? Pois é esse o espírito. Tolo, sem dúvida, mas divertido, e é dentro desse espírito que eu costumo viajar pensando em como gastaria esse dinheiro. E se tem uma coisa que eu já percebi nesses devaneios é que, apesar de soar bonito, um milhão não é tanto dinheiro assim.

Não, não é. Está certo com um milhão de reais na poupança você pode viver bem, tirando cerca de 5 mil reais por mês, o que já faz muita gente pensar em parar de trabalhar (e de fato a idéia é tentadora), porém isso está longe, muito longe, de ser rico. Pense em algo que fuja do dia a dia (comprar um helicóptero, ter uma lancha, ter um apartamento à beira-mar em Copacabana) e você vai ver que 1 milhão é pouco. Se você pensa em viver na farra então, um milhão é um nada. Taí o Dourado para provar.

Fosse o cara esperto ele pegava essa grana, separava um terço para criar uma base sólida de vida (afinal com 150 mil você ajuda na buena sua família e com 35o mil você compra um belo de um apartamento e equipa ele bonito com geladeira Brastemp, TV de 50 polegadas, uns e outras regalias) , de forma que teus gastos a partir daí serão de manutenção, e mete o resto na poupança, tirando aí um boa grana para complementar teu salário. Se o salário for muito baixo, se diminui o gasto com a família e a casa própria para uns 300 mil reais e se gasta uns 100 mil montando um negócio, mantendo uns 100 mil engatilhados para manter o mesmo até engrenar. Isso tirando uns 5 mil por mês para se manter. Essa é uma forma racional de usar o dinheiro, não?

Opa! Pára tudo! Eu estou esperando que o Marcelo Dourado seja racional? Isso sim é que é tolice!

Coisa de doido

Quem sou eu para julgar o que passa pela cabeça das pessoas? Na verdade, cada um pode fazer o que quiser consigo mesmo, desde que não machuque outra pessoa por mim tudo bem. Mas, mesmo assim, confesso que é difícil aceitar o que o pessoal que pratica body modification faz. Cortar a lingua ao meio para parecer uma lagartixa, encher o corpo de ganchos e ficar pendurado por eles… Não, não é para mim. Mas cada um cada um…

E num esquema mais light, ainda não sei se vou ou não tatooar um código de barras com a minha data de nascimento. O efeito seria interessante, mas o que me desanima é a idéia de que aquela coisa é algo meio que permanente. Ok, tem cirurgia laser para remoção, mas mesmo assim deixa marcas. E como eu não gosto de nada que eu não possa mudar de lugar ao meu bel prazer, não me animo. É por essas que eu acho que quem faz tattoagens na verdade é meio conservador.