Revolução à vista com o software livre

Esses dias dei uma entrevista via email, assim como várias outras pessoas, para a Luz Fernandes, jornalista do jornal A Tribuna falando sobre software livre, e ela acaba de me mandar um email avisando que a matéria está no ar. Sinceramente eu acho que ficou muito bom o artigo. Ela conseguiu sintetizar muito bem o que é software livre, destacando a idéia de comunidade que há ali.

A única coisa que eu não gostei é que uma das minhas respostas foi resumida demais. No caso no parágrafo:

A atuação do GASLi, segundo Pádua, respalda a Bancada Livre, um grupo de parlamentares que luta pela implantação do software livre nas redes de ensino público. Mas o GASLi quer ir além. Na perspectiva de Pilger, o SL deve ganhar cada vez mais espaço, por estar adaptado às necessidades de diversos tipos de usuários. “O SL está pronto para o usuário final e é a melhor opção”, destaca.

Na verdade o que eu escrevi para ela foi:

Vocês concordam que o SL ainda não está pronto para conquistar o usuário doméstico, que não tem noções de informática?

Antes de responder essa eu gostaria que você me dizesse o que é usuário doméstico. Por exemplo meu pai é um usuário doméstico, e ele faz um uso completamente diferente do computador que faz um garoto que faz o ensino médio. Para o meu pai, se o computador tiver um browser, um programa de email e um editor de texto, além de estar com
a impressora configurada, o Linux é o sistema perfeito. A única coisa que atrapalharia ele é o fato do programa do Imposto de Renda rodar apenas em Windows. Já para o um garoto que gosta de jogos, por exemplo, o Linux seria um problema, já que, comparado com o Windows,
há pouco jogos. Há jogos excelentes, porém poucos.

E outra coisa que tem que ser levada em consideração é que usuários domésticos dificilmente se relacionam com o sistema. Eles não usam o Windows por ser o sistema que eles escolheram, mas por ser o sistema que veio junto com a máquina. Pegue uma pessoa que de cara pegou um computador com o Linux instalado, com KDE ou Gnome rodando, e veja depois como ele se sai na frente de um computador com Windows. Já vi um caso em que um técnico tirou o Linux que um amigo meu tinha instalado dizendo que o Windows era mais fácil e a dona do computador
depois pediu para o Linux ser instalado novamente, pois o tal de Windows era muito complicado.

Assim, quando me perguntam se o Linux está pronto para conquistar o usuário doméstico eu só pergunto: que usuário? Dependendo da resposta
ele não só está pronto como é a melhor opção.

Como se vê a resposta curta lá de cima não reflete totalmente o que eu penso. Aliás, ela até soa meio cínica, já que quem me conhece sabe que eu não uso totalmente software livre. Em casa, por exemplo, uso Windows 98, já que quando comprei o computador ele veio com um winmodem, o que fazia com que eu não conseguisse me conectar direito no Linux. Até conseguia, mas o driver desenvolvido era tão primário que nem CRC tinha. Daí eu mudei de modem, mas me vi com o fato de que tinha que fazer o backup dos meus arquivos para ter espaço para reparticionar o disco. E daí bateu a preguiça de fazer backup dos dados… Opa! Isso quer dizer que eu não uso software livre em casa? Não, eu uso: uso o OpenOffice.org, uso o Mozilla, uso o GIMP, e por aí vai (a maravilha do software livre é que a maior parte dos sistemas é multi-plataforma, o que já não se pode dizer dos sistemas desenvolvidos pela Microsoft). E no meu caso seria melhor usar Linux? Sem dúvida nenhuma, aliás usar Windows em casa só me atrapalha, já que tenho que estar conectado para testar meus scripts. Poderia instalar o PHP no Personal Web Server? Sim, poderia, mas aí a segurança do meu computador seria mais precária do que já é hoje com o Windows rodando. Assim sendo, deixem-me comprar um HD ou uma unidade CD-R para salvar os meus dados que daí me livro da coisa. Na verdade me livro não: deixo numa partição para visitar de vez em quando, para testar um que outro programa \”for Windows\”. Aliás, quer saber? Ontem veio a restituição do IR, de forma que vou ver ainda hoje quanto tá um HD de 30 GB, que aquele meu de 4 GB realmente não dá mais.

E, aproveitando, como está o GASLi? Estou ainda juntando argumentos. Não são muitos, mas quero argumentos sérios, não suposições. Assim, dê-lhe procurar pelo relatório do Gartner Group dizendo que o TCO do Linux é menor que o do Windows, dá-lhe ler material do exército americano dizendo porque sistemas livres são melhores que sistemas proprietários, e por aí vai… Quero ver se até metade de dezembro estou apresentando a primeira relação de argumentos para discussão com o grupo.

Update: a Luz me mandou o seguinte email, explicando o porque do corte:

Sei que ficou resumido, mas se fosse explicar todos os tipos de usuários,
teria que abrir mais uma retranca e a reportagem foi feita para versão
impressa. Como você pode perceber, são vários entrevistados e tive que fazer malabarismo para costurar todas as declarações. Além disso, muita coisa boa ficou de fora. Só o material que tenho dos depoimentos teu e do Daniel, já dava pra fazer uma matéria tão profunda quanto, daí eu poderia me colocar um pouco mais. Porém, achei que o formato escolhido estava mais adequado para o veículo, e meu editor concordou. Se você conhece o Maçan e sabe como ele gosta de conversar e contar tudo nos detalhes, imagine como foi editar a entrevista dele.

Pois é… Se ela fosse botar as declarações do Maçan na íntegra não saia uma matéria, mas sim um livro 🙂

Hilary Woods

Pois é, tenho que ler mais cultura pop inútil… se eu lesse mais coisas como a Melody Maker, visse mais MTV, etc, etc, não teria ficado conhecendo só hoje essa garota (que por sinal nessa foto me lembra a Thiane, da ótima Deus e o Diabo):

Certo está quem fala que mulheres tocando baixo tem algo de especial… E deixando de lado o quesito beleza, vale dizer que algumas músicas da banda dela (JJ72) são bem legais, tais como Long Way South e Snow.

Mais uma banda legal que fiquei conhecendo graças ao Rafa. Valeu aí velhinho!

Onde estou politicamente?

Há um teste muito interessante na Internet que é o Political Compass. Respondendo uma série de perguntas se vê se você pende mais para o anarquismo ou para o fascismo, mais para o comunismo ou mais para o neo-liberalismo. Você pode ter uma idéia de como a coisa funciona olhando esse gráfico:

Pois bem, obviamente fiz o teste, e o resultado foi bem próximo do que eu imaginava que eu seria. Detalhe: eu vi o gráfico acima depois de fazer o teste, junto com o resultado, não antes. Assim ninguém pode dizer que eu forcei para ficar tão próximo da posição política do Gandhi 🙂

Paizão

Noite um pouco estranha a de ontem.

Primeiro, no começo da noite cruzo com o irmão de um vizinho, lá com seus 19 anos, que veio querendo saber se um determinado curso de informática era bom. Pergunto que cursos ele queria fazer e dá-lhe linux, configuração de servidores Samba, configuração de firewall, etc, etc… Faço a pergunta básica: “Você costuma mexer com Linux em casa?” e fico sabendo que ele não tinha computador em casa, que ele usava os computadores da universidade, que ele era estudante de administração, que trabalhava principalmente com marketing. Perguntei para ele porque ele queria fazer tais cursos, daí a resposta mágica: “Me falaram que está dando bastante grana”. Olhei pro cara, respirei fundo e mandei bala: que de fato quem sabia mexer nessas coisas ganhava um bom dinheiro, mas que não eram cursos que iam fazer o cara saber o que era necessário, que eles só eram mapas que mostravam o caminho e alguns atalhos, mas que um bom administrador de redes pesquisa as coisas por conta própria, fica fuçando, e que nenhuma empresa pega alguém verde, devido justamente a importância que a administração de rede. Como ele já trabalhava com marketing e gostava de ficar olhando páginas de empresas na Internet sugeri que ele fizesse curso de DreamWeaver e Flash, e aplicar o que ele já sabia de marketing na confecção de páginas. Sim, avisei ele que o mercado já estava meio saturado, que ele não ia ganhar tanto dinheiro com administração de redes, mas que ia fazer algo mais próximo do que ele gostava, que o importante aqui não era tanto o dinheiro, mas fazer algo que se gostava, e quem faz com gosto algo faz bem feito, e se faz bem feito é valorizado. Sim, é o óbvio, mas o cara ficou todo contente, dizendo “Bah velho, era o que eu estava precisando ouvir”.

E depois de chegar em casa e ficar programando até as duas da madruga decidi ir no BR 3 ver o movimento, tomar alguma coisa, me divertir um pouco. Chego lá e fico sabendo que duas amigas minhas resolveram tomar O porre e que agora estavam lá no quartinho no fundo do bar, dormindo. Vou ver e uma estava só com um casaco cobrindo ela e tremendo de frio. “Hmmmm, isso não é bom….” pensei, e fui buscar um cobertor em casa para ela (para quem não sabe eu moro num edificio a uns 10 metros do bar), a cobri e deixei dormindo. Só um bom tempo depois as duas acordaram. Estavam simplesmente horríveis elas 🙂 Daí que fiquei sabendo que elas estavam indignadas com os namorados e resolveram que naquela noite iam encher a cara e assim o fizeram. Isso tinha sido lá pelas 10 da noite, de forma que elas já chegaram no bar bêbadas até não poder mais. Como não tinha mais banda tocando e o BR 3 já estava fechando e ainda eram 4h30 da madrugada, e como elas irem no estado que estavam para casa a pé, que fica perto da estação Unisinos, era algo que nem devia ser cogitado, levei as duas até em casa e ficamos esperando um outro amigo que morava para os mesmos lados e que tinha ido levar a namorada em casa voltar e acompanhar as duas. E assim ficamos até as 6 horas, bebendo água mineral, comendo maçã (muito melhor que café nessas horas) e falando coisas bobas para ajudar a enfrentar a tonteira que estavam, quando elas foram embora para pegar o metrô. E o amigo? Bateu aqui em casa depois das 7 da manhã, e ainda ficamos conversando durante uma meia hora sobre os problemas dele, e eu lá, morto de sono, ouvindo.

E no meio dessa história só fico com o sentimento que tô ficando um paizão…

Mundim

Que barato esse desenho sonoro. É ficar vários e vários minutos brincando com o mouse, curtindo a barulheira: justamente o que eu estava precisando para descontrair e aliviar um pouco do stress da semana. Aliás, esse site (o Cavaleiro Jorge, que tem dentro mil coisas legais feitas por pessoas legais – pelo menos aparentam – e que entrevistam pessoas legais) vale realmente a pena ser navegado e ficar pescando todas as boas idéias que dali brotam… É, fazia tempo que eu não via um site assim, tão lúdico. ¿Alguna duda?

Barulheira

Com essa a Manu vai dizer que estou saindo muito de novo… Fui hoje no 356 ver Blanched, e estava bom, muito bom. Foi legal o bar ter aberto espaço prá bandas mostrarem músicas próprias, fugindo do esquema aquele de bandinha cover. Assim, toda a terça-feira é para ter 4 bandas tocando, cada uma uns 45 minutos, a partir das 22h30. Assim dá prá ir e ficar sem medo de entrar madruga adentro, o que é ruim no trabalho no dia seguinte. Ok, toca tudo que é coisa possível e imaginável, e até chegar na Blanched tive que aguentar duas bandas fraquinhas, mas valeu a pena 🙂 Guitarras a mil, distorção, enfim, a velha e boa barulheira. E tudo isso por 2 reais 🙂

E semana que vem no 356 tem a Not So Easy tocando, meio que esquentando as turbinas prá sexta-feira, quando eles se apresentarão no Extreme Pub, em Novo Hamburgo, junto com a Blanched. Coisa dO Apanhador… E na outra terça parece que é para ter Viana Moog. Ou seja: toda semana tem uma banda que manda bem nos ruídos e isso é muito bom… 🙂

Fim de semana

www.oapanhador.netFui ontem na festa do O Apanhador. Teve Blanched e Minimaus. Gostei muito do som da Blanched: pós-rock que em alguns momentos tinha pequenas pitadas de samba, resultando em um som de primeira. Já o Minimaus… Sei lá, não fui muito com o som deles. O vocalista tinha uma presença de palco impressionante, mas o que adiante isso se o som não ajuda?

E hoje de tarde fui ver O Quarto do Pânico. Simplesmente não da prá acreditar que é um filme feito pelo mesmo diretor de Seven e O Clube da Luta. Fraco, previsível, sem tensão… Totalmente sem graça o filme. Fiquei bastante decepcionado, principalmente levando em conta que fui no Cinemark de Canoas, cujo ingresso é uma facada no bolso.

Marina viu para onde estava indo…

Desde que a Marina morreu eu procurava pensar que ela morreu sem saber o que estava acontecendo, de surpresa. Assim eu ficava alimentando a ilusão de que ela não sofreu. Pois bem, conversando hoje com uma garota no IRC, que é amigo de pessoas que saltam de paraquedas, fiquei sabendo que ela não só sabia que estava indo para os fios de alta tensão como foi devagar…

Dói só de pensar no que pode ter sido o desespero dela vendo os fios se aproximarem 🙁

Aniversário

De meio-dia papai, mamãe, maninha, cunhado e sobrinho lindo imitando gato pedindo colo lá em Taquara. De noite, Adriana e Leandro no ap em São Leopoldo ouvindo Mahna Mahna, de um compacto da Odeon de 1969, e depois vendo comerciais malucos que eu peguei pela Internet afora em mpeg. Teve Cowboy Bebop também. Teve risadas, muitas risadas.

E teve whisky, poster do Escher, CD do Zeca Baleiro e Chico César, ventilador e cesta maluca da minha mãe com produtos diet. E teve beijo na bochecha dado por uma menina linda lá no BR 3 Studio.

E procurei não pensar na Marina, apesar de volta e meia aparecer a imagem dela. E a Márcia não sabia se me ligava ou não e me mandou email explicando. Gostei de receber o email dela.

Foi um bom dia.