Palhaçada. É horrível dizer isso mas é essa a palavra que resume o show de hoje da Deus e o Diabo e da Blanched. Não, não foi porque as bandas tocaram mal, porque a qualidade do som era sofrivel, porque um dos integrantes de uma das bandas resolveu sair no tapa com alguém. Não, nada disso, afinal estamos falando de duas bandas sérias, que não são chegadas em ficar fazendo baixarias. O problema foi o que dono do Basttidores Bar (um tal de Teodoro) fez e que foi uma total falta de respeito para com os artistas e o público.
A noite estava indo bem. Ok, ok, a Thiane me falou que os vídeos que estavam programados não iriam ser mostrados por problemas técnicos mas tudo bem, a gente deixa por isso mesmo, afinal o importante era o que ia acontecer no palco. E o que dá para dizer do show da DEOD? Apenas isso: foi ótimo, maravilhoso. Hoje havia um entrosamento perfeito entre os membros da banda, entrosamento esse que não teve no show anterior lá no Dr. Jeckyll (e que a própria banda chegou a comentar no blog dela). Além disso as participações mais que especiais do pessoal da Monodia no violino e no violão foram extremamente felizes. E o que foi a música nova (Silêncio)? Boa, muito boa mesmo. E, ao mesmo tempo que se lamenta o fato dela não estar no CD que logo estará saindo, se comemora por se saber, desde já, que o CD posterior contará com uma música daquelas. Assim sobre o show da DEOD só posso dizer que quem não foi perdeu.
E daí veio a Blanched, que começaram tocando Ter estado aqui. Até aí tudo normal. O problema começou durante a execução de Tristes dos que procuram dentro de si respostas, porque lá só há espera. Foi quando o tal de Teodoro foi falar com o pessoal da DEOD num estado bastante alterado. No que acabou a música foi o cara junto com o Guilherme, baixista da DEOD, falar com o Leonardo. A banda então baixou o volume dos instrumentos, dando as tintas do que estava acontecendo. Detalhe: o som não estava alto, estava normal. A banda começou a tocar, dessa vez Mandrágora, e o cara do bar foi falar com o Muriel, que tava no canto do palco na dele, esperando a vez dele voltar a tocar. Peraí, eu disse falar? O cara meteu a boca no Muriel, isso sim. E de uma forma bastante agressiva, descontrolada.
Acabada Mandrágora, mais uma vez o cara pediu para que o som fosse baixado. E nesse ponto insisto: não estava alto, não estava MESMO. Eu estava sentado bem na frente da banda, e o volume que eles estavam tocando nem se compara com o de outros shows, onde se saia com os ouvidos zunindo. Os membros da banda conversaram e concluíram que não havia condições de tocar, afinal abaixando mais ainda o volume isso descaracterizaria o som deles, e então de forma lacônica se despediram do público. Acompanhando depois o desenrolar da coisa toda ouvi o dono do bar argumentando que havia recebido dois telefonemas de pessoas reclamando da música (ou seja: duas pessoas no telefone tem mais poder de voz que todo o público de mais de 50 pessoas que estavam dentro do bar), que aquilo lá não era o que tinha sido combinado (?), que a “Cachorro Louco” (sic) botava 500 pessoas lá dentro (olha, duvido que caibam 500 pessoas dentro daquele caixotinho) e não tocavam tão alto. Ou seja: nada que justificasse o desrespeito ao trabalho que estava sendo mostrado lá. Lamentável, simplesmente lamentável.
Ok, o que eu achei da atitude da banda? Achei acertada, plenamente justificável. E não, não falo isso por ser amigo dos integrantes da banda nem nada, mas como ouvinte, alguém que conhece o trabalho da banda e sabe que distorções fazem parte do trabalho feito. Eles poderiam ter baixado o som mais ainda? Sim, mas não seria mais a Blanched, e sim uma sombra pálida da banda, de forma que de qualquer maneira o público sairia perdendo. E lá se foi uma noite que tinha tudo para ser bela, com duas das minhas bandas preferidas tocando junto. Fiquei na hora brincando, até para não deixar o desânimo imperar de vez, que isso ia pros anais da Blanched, que ia fazer parte daquelas lendas que todo grupo coleciona, etc, etc, mas o caso é que foi triste ver o abatimento do pessoal da Deus e o Diabo, que tinha programado uma senhora noite (aliás, merece destaque o trabalho do material distribuído nas mesas com as letras das músicas, com certeza uma boa idéia) e viu tudo naufragar, a tristeza do pessoal da Blanched, que teve seu show abortado, e a tristeza do público, que de repente ficou sem ver o show que queria. E tudo isso por causa de um idiota. Um grande idiota…
Silenzio. No hay banda. No hay banda.