I don’t want to be buried in a Pet Sematary

Pois é, tá confirmado: morreu Joey Ramone. Apesar de não ser fã dos Ramones, e nem ter um único disco dos caras, fiquei chateado. Ramones é uma das poucas bandas punk que eu gosto, por causa do seu senso de humor e por causa dos clips toscos que eles faziam. E vamos ser sinceros: uma banda que serviu de inspiração pro The Clash merece ser respeitada.

Mas já que estamos falando de coisas punk, aí vai a notícia que saiu no jornal Panorama, de Taquara, sobre o encontro de motociclismo:

Moto Show atraiu dez mil pessoas
A quarta edição do Moto Show atraiu 10 mil pessoas ao November Park no fim-de-semana passado. O cálculo foi feito pelos organizadores, que também registraram o comparecimento de 1.600 motociclistas ao evento. A maior concentração de público ocorreu na tarde de sábado, quando muitos motociclistas “fritaram” os pneus numa arena especialmente montada para essa atividade.

Com a fumaça de borracha queimada no ar, foi a vez do grupo de São Paulo Arte e Equilíbrio entrar em cena. Protagonizando manobras radicais, os oito integrantes fizeram uma pirâmide humana em cima de uma das motos.

Depois, fizeram voltas pela pista em apenas uma roda como se estivessem dançando. No final, auxiliado por uma estrutura de aço armada em cima da motocicleta, um dos membros do grupo deu uma cambalhota. Em seguida, uma rampa foi montada e o motociclista saltou por cima de outras motos. Além disso, usando uma bicicleta, o membro do Arte Equilíbrio deu um salto mortal sobre uma rampa.

Paixão sem limites
Reunidos em grupos ou viajando solitários, eles não escondem a paixão pelas motocicletas. Além disso, quando estão montados em suas motos, estes “motoqueiros” revelam traços exóticos de personalidade. Como é o caso do funcionário público Mário Augusto Gorziza. Aos 37 anos, seis dos quais viajando pelas estradas em uma motocicleta Yamaha modelo Virago 535, ele se considera um verdadeiro abutre do asfalto. Conhecido como Feliz, sua cidade de origem, Gorziza tem o hábito de recolher objetos e até esqueletos de animais que encontra pela estrada. “Pelos locais por onde passo, procuro sempre levar alguma coisa comigo. Depois penduro na jaqueta, no capacete ou na moto”, revela.

Para o taxista de Porto Alegre Manoel dos Santos, 53, o motociclismo é uma paixão que tem de ser compartilhada com a família. Por isso ele transformou em triciclo um automóvel Fusca que possuiu durante 20 anos para levar consigo a mulher Sandra, 36 anos, e a filha Manoela, de 2. “Já viajamos até Santa Catarina com esta máquina sem nenhum problema”, conta Sílvia. Ele trabalhou durante oito meses na montagem e pintura do triciclo, que está equipado com um motor de 1600 cilindradas e atinge uma velocidade média de 100 quilômetros por hora.

E não, não pretendo comprar uma moto… Tá certo, eu não dispensaria uma Suzuki ou uma Harley (que pretensão!), mas eu só achei o clima da festa legal, só isso…

E uma rapidinha: a Viviane remodelou o Antropomorphica. Ficou bonito, como é de hábito nas páginas dela, mas pena que no Netscape (prá váriar…) não ficou legal. Mas tudo bem: usuários do Netscape como eu já estamos nos acostumando a ser vistos como dinossauros que não abandonam o browser querido.

É só imagem

Fui ver, sozinho infelizmente, Psicopata Americano. Sei que a minha namorada quer ver esse filme, e vou eu olhar esse filme de novo, sem problemas, me divertindo com certeza. O humor negro do filme é excelente (aliás, o filme é uma grande piada sobre a aparência), e as cenas violentas não são tão violentas assim (é gozado ver que os filmes mais polêmicos nesse sentido, que são esse e Hannibal, não são tão desconcertantes assim… sou eu que estou ficando insensível à carnificina ou o pessoal que critica que tá com um estômago delicado demais?). Mas o mais impressionante é que o filme me faz lembrar com perfeição de uma música dos Os Eles: “Essa menina é que nem um filme mudo: é só imagem”. É, não espere um psicopata “profundo” nesse filme, mas se divirta olhando a egolatria dele e a sua luta pelo cartão de apresentação mais bonito.

E ontem de noite foi a noite… Programa de índio puro e simples. De tarde fui no Big aqui de São Leopoldo comprar presentes de Páscoa para a minha família. Na hora de colocar os presentes na sacola, ou talvez depois, na rua, quando botei as sacolas no chão para descansar, ou talvez na casa da colega da minha namorada, quando fui buscar ela e coloquei as sacolas em cima da mesa, enfim, numa ocasião dessas, perdi o presente do meu sobrinho, o João. Putz, de todas as pessoas para quem eu estava comprando presente a única que não poderia ficar sem é justamente o meu sobrinho: um adulto entende que aconteça uma coisa dessas, mas uma criança? Assim, o jeito foi correr até o Sinos Shopping para ver se eu achava um presente legal para ele lá. Tive sorte e achei um livrinho muito legal 🙂 Só que a essas alturas ir para Porto Alegre para pegar o ônibus das 20 horas pra Taquara nem pensar. O jeito era ir e torcer para que tivesse um às 21 horas. Não, não tinha. Tivemos que esperar até as 23 horas para podermos ir pra Taquara. Pior, o ônibus era via São Leopoldo. Não bastasse a pagação de mico de pegar um ônibus que passava pela cidade de onde a gente saiu, ainda tivemos que jantar numa churrascaria lá na rodoviária, já que nenhum dos dois tinha dinheiro suficiente no bolso para poder sair e ir num lugar legal (a churrascaria aceitava cartão de crédito). Menos mal que a carne era boa, só fica a dica de não comerem o pão com alho no espeto de lá (muita margarina, o que transforma o troço numa pedra no estômago).

E a Pascoa? Foi legal. Almoço com a família reunida, trocas de caixas de bombom, muita conversa. E de tarde a minha namorada foi tomar café lá em casa e a minha mãe não ficou incomodando ela 🙂 Eu já estava com medo que ela fizesse alguma pergunta do tipo “Quais são as suas intenções com o meu menino?”. Quem conhece a Dona Marlene sabe que ela é bem capaz de me fazer uma sacanagem dessas, mas não, tudo correu direitinho, sem pagação de mico. Ufa!

Foi!

Pronto! Deu! Acabei de mandar o artigo sobre o Cocteau Twins para a MusicZine. Extrapolei um pouco o limite de 3500 caracteres, ficando o texto com 5200. Fazer o quê? São 14 anos de história e não dá pra ficar sem comentar a discografia do grupo. Mesmo assim, só citei os LPs, deixando os EPs de lado… Acho que ficou bom, no final das contas. Assim que o artigo for publicado boto uma cópia aqui no log pros interessados.

É claro que não fiquei só escrevendo esse artigo no feriado. Fiquei dormindo, descansando a cabeça, além de pegar um cineminha de noite: Traffic. Bom, mas muito bom. Roteiro inteligente, com uma fotografia inusitada (muito legal o uso de tons diferentes para cada uma das histórias paralelas). Sei não, mas algo me diz que Gladiador não era melhor que esse filme não…

E ontem, dia 13, se “comemorou” os 30 anos da censura a música “Apesar de você”, do Chico Buarque. Até onde eu sei, a censura só se tocou que a letra falava do presidente Médici quando um jornalista abriu a boca elogiando a crítica. Se tivesse ficado quietinho talvez os censores nunca teriam percebido…

E pelo que saiu no Notícia e Opinião, tai um jogo que periga eu acabar instalando no meu computador: Back & White.

Calma preguiçosa

Estou escrevendo o artigo sobre o Cocteau Twins para a MusicZine. A coisa simplesmente não rende.. Nao sei o que dizer, como dizer, já que não há o que ser dito. Simplesmente o Cocteau é uma das bandas mais belas de todos os tempos, com algumas das músicas mais belas de todos os tempos. Lazy Calm é algo que sempre me emociona e que sempre me faz sentir como que parado do lado de um riacho correndo no meio da mata. É incrível como eu sou transportado para outros lugares. Só que isso sou eu: não dá para dizer que é uma regra geral, que todos sentem a música da mesma forma. É simplesmente uma questão de gosto, e assim não tenho como botar no artigo o que eu sinto quando ouço eles. É, tô meio perdido. No fim das contas estou fazendo um apanhado histórico, torcendo para alguém ler aquilo e se sentir motivado para procurar as músicas deles no Napster.

E enquanto não consigo terminar o artigo (é para ser entregue ainda hoje), vou até a cozinha beber água, e na volta fico admirando aminha namorada na minha cama. O ar sereno dela, ali deitada, é simplesmente lindo. Tenho vontade de ficar parado ali, olhando ela respirando suavemente, parecendo uma menininha indefesa, durante horas e horas. Na verdade, fico me perguntando por que não deixo essa droga de artigo de lado e não me deito ali com ela, sentindo ela perto de mim. É bom sentir tal proximidade… Aliás, tenho que falar sobre onde almoçamos hoje: quem estiver em Porto Alegre não deixe de ir no Atelier de Massas. Fica na Riachuelo 1482. Simplesmente divino. Como são boas essas coisas: a companhia de uma pessoa que a gente gosta muito, um bom vinho, uma comida maravilhosa. Até voltar depois pra São Leopoldo de Trensurb levando sol na cara se torna algo agradável nessas horas.

Mas quer saber? Termino o artigo amanhã. Tenho uma caminha me esperando, com uma pessoa muito querida lá… Boa noite.

E o barquinho vai…

Ontem cheguei em casa e apaguei direto. Assim, atualizo agora:

Deu pau geral na minha estação NT. Foi necessário reformatar o HD e agora o pessoal do CPD do lugar onde trabalho tá lá, reinstalando o NT, Office, etc, etc, etc… Felizmente conseguimos recuperar os dados mais importantes, antes da formatação. Ufa! Mas mesmo perdi algumas coisas que, se não eram importantes profissionalmente falando, tinham lá o seu valor. Todos os meus emails particulares, por exemplo… Depois dessa eu já aprendi: ler aqui no trabalho até leio, mas mantendo cópia no servidor para poder baixar em casa também.

Mas a boa notícia de ontem é que a minha participação em projeto de pesquisa foi aprovada. Assim sendo, não vou precisar pagar a bolsa do mestrado que deu errado (outra hora eu explico…) e ainda participo de um projeto relacionado com a área que eu estava interessado, que é PNL (Processamento de Linguagem Natural). É claro que isso não substitui o mestrado, mas enfim: tô dentro da área, pesquisando sobre o assunto. O chato (e o bom ao mesmo tempo, já que o stress é menor) é que não tem dissertação nessa história. Por enquanto estou trabalhando na página do projeto, já que nessa fase do projeto não há muito para fazer. O meu trabalho começa mesmo é lá na segunda etapa. Quando a página do projeto estiver pronta isso vai ficar bem mais claro… Mas enfim, o importante é que estou dentro, e criando. Isso é muito bom.

E o artigo que eu era para entregar pro pessoal do MusicZine no dia 6 ainda não está pronto. Artigo com até 3500 caracteres… Putz, é muita coisa e eu não sou nenhum profissional das letras 😛 Ainda bem que eu não sou o único que está com o prazo estourado.

Mas deixa eu voltar pro trabalho. Me lembrei de uma coisinha que meu chefe pediu e que dá fazer na minha estação Linux sem problemas… Aliás, eu iria fazer essa coisinha na estação Linux de qualquer maneira hehehe

Um dia de cão

Caramba! Hoje foi o dia! Computador dando pau, não me deixando trabalhar o dia todo. Técnicos que nunca vinham para consertar a droga do NT (é brabo: por causa de uns funcionários filhos da p*** que fizeram pirataria as mídias de instalação/recuperação são recolhidas) e quando vem se descobre que o disquete de restauração estava desatualizado, o que complicou ainda mais a história toda. Felizmente teve um doido que conseguiu fazer um programa para ler drives NTFS, mas quem disse que esse programa não tem os seus bugs? Foi uma complicação para copiar os arquivos mais importantes para a rede, de forma que, se amanhã for necessário formatar o hd, o mais importante está garantido… E para completar, sabe-se lá o que eu fiz, mas consegui detonar com todos os meus emails. Menos mal que eu ia fazer uma limpeza e apagar quase tudo… Mas mesmo assim: que dia!

Menos mal que tem um bar novo aqui do lado de casa. O nome é “BR 3 Studio Bar”, se não me engano. Com som ao vivo, meio que levando pro jazz. O dono do bar toca bateria e canta, acompanhado de dois gurizões, um no baixo e outro na guitarra. Estava chegando em casa quando fui fisgado pelo ouvido com uma música muito boa. Quando vi, era do Paralamas. Logo em seguida o pessoal começou a tocar Diversão, dos Titãs, de um jeito que parecia “Marquee Moon”, do Television. Ficaram meia hora brincando em cima da música. Muito, mas muito legal. Deu pra ficar curtindo e relaxar. Ainda bem…

E duas dicas de site: a primeira foi tirada do Delícias Cremosas (é um blog muito legal, feito por grrrrls) que é sobre A arte do Pompoar. Para quem não sabe, pompoar é uma técnica antiga de fortalecimento dos músculos vaginais, bastante utilizada pelas praticantes de sexo tântrico. Bom para a saúde e para o prazer sexual da mulher (e do homem também, por tabela). E a outra dica foi mandada pelo meu amigo artista plástico Herbert Bender, que inclusive esse fim de semana está ministrando uma oficina de criatividade em artes plásticas lá na Faccat. O site é o Electric Sheep, com várias histórias muito legais. Merecem destaques “The guy I almost was” e “Saturnalia”, se bem que todas são boas. Aliás, nessa onda de bons sites ficarem fechando, tenho que me lembrar de fazer um mirror desse…

Born to be wild

Taquara definitivamente é uma cidade estranha. Esse fim de semana ela foi tomada por uma galera andando prá cá e prá lá de motocicleta. Achei estranho, muito estranho: de onde saiu tanta moto? E não era só as tradicionais “carrega gringo” (CG), mas também senhoras máquinas, do tipo prá fazer enduro dos mais radicais ou se meter em Tarumã a trocentos por hora. Isso sem contar com as Suzukis que, se não são uma Harley-Davidson, são muito bonitas, com aquele ar de Easy Rider. Logo descobri o porque de tanta máquina na cidade: na Sociedade Atiradores estava se realizando o IV MotoShow de Taquara. Tinha motociclista de tudo que é canto, além de clubes de motociclismo de todo o estado, com tudo que é tipo de moto imaginável (tinha até um carinha andando com uma bicicleta transformada em moto muito engraçada). Aliás, tinha um grupo que realmente chamou a atenção: o Moto Clube Os Mutantes, de Porto Alegre. Os caras pareciam verdadeiros Hell Angel‚s. Cada figura! Com cada moto! Tinha uma em especial, toda coberta de penduricalhos, decalques demoníacos, caveiras e placas indicando cidades visitadas, com o emplacamento feito na singela cidade de… Feliz (RS) ! Aliás, a máquina é tão interessante que já recebeu até troféu de destaque na 2° MotoFest de Jaguarão… Mas, além da máquinas em si, chamava a atenção a festa de confraternização. Quando a gente pára para pensar que ali é realizado A NovemberFest, com shows de coisas como Sandy & Júnior, e que o som que está rolando é rock-and-roll de primeira, vê que dá prá aproveitar muito bem aquele espaço e passar a reunir mais galeras interessantes.

E aproveitando que a irmã da minha namorada comprou um DVD olhamos dois filmes esse fim de semana, Tempestade de Gelo, de Ang Lee e Um domingo qualquer, de Oliver Stone. Os dois muito bons,sendo que o segundo consegue prender a atenção até de um cara que não gosta de esportes como eu… E o detalhe dos dois filmes: a trilha sonora. Em ambos esta é muito, mas muito boa. Aliás, já que estamos falando de filmes, o governo de um estado australiano proibiu a exibição do filme O Exorcista na Sexta-feira Santa (dia 13). Temem as autoridades que cristãos se sintam ofendidos com a exibição desse filme em um dia santo e protestem. Bem, não sou a favor da censura, mas em se tratando de um filme ruim desses, vê-se que foi proporcionado à população um belo presente de Páscoa. Afinal, outros filmes (bem melhores, com certeza) podem ser passados no cinema…

Whakaave me ta kotahitanga

Como não tenho TV em casa (nem pretendo ter tão cedo), devo ser uma das poucas pessoas que não enjoou da musica de abertura da novela “Uga Uga”. Sim, aquele mesmo com um vocal bem estranho sobre uma batida dance. Eu sempre ficava me perguntando de onde era aquela música, mas nunca me animava a procurar maiores informações. Assim, foi estranho dar de cara com o CD Oceania, de Jaz Coleman (do Killing Joke) e vocais de Hinewehi Mohi, num balaião de uma loja de CDs. Uma capa muito bonita, com uma garota (acredito que seja a própria Hinewehi) no meio de uma selva, e uma estrelinha ridícula no canto inferior esquerdo: “Incluindo melô do Uga Uga, tema de abertura da novela”. Melô do Uga Uga??? Mesmo desconfiado pedi para ouvir e lá estava ela, na segunda faixa do disco: Kotahitanga, que significa União na língua maori. Além do Jaz Coleman, o que já é um diferencial, ainda havia um nome e tanto na produção executiva do CD: Mr. Philip Glass em pessoa! Realmente não dá para entender como uma peça dessas vai parar na abertura de uma novela da Globo… Mas felizmente a turma do Bob Marine acertou em cheio nessa. Se bem que ainda não consegui entender porque essa música está na Trilha Sonora Nacional do Uga Uga, mas enfim…

Memória à deriva

Demorou, mas esse fim de semana acabei indo ver Náufrago. Se gostei? Bem, é um filme legal, bom, mas… O Tom Hanks fazendo o papel de sobrevivente não encaixa. Ok, ele pode ter perdido 20 quilos para fazer o personagem, mas isso é o mínimo que poderia se esperar para a história ser verossímel. Mas o fato é: Tom Hanks é limitado, muito limitado. Se você exigir uma carga maior de interpretação por parte dele, como é o caso das conversas com a bola de vôlei, o troço meio que desanda. Ah, e para finalizar: o filme estava tão bom, porque botaram aquele final hollywoodiano? Ainda bem que não chega a estragar todo o resto, como certos finais que se vêem por aí, mas que não precisava não precisava.

Mas falando em ilhas no Pacífico, estou acabando de ler A ilha dos daltônicos, de Oliver Sacks. São dois relatos centrados nas ilhas da Micronésia, um sobre uma comunidade onde um terço da população possuía uma forma aguda de miopia, de tal forma que elas não enxergavam as cores, e outra sobre uma doença neurodegenerativa que atacava inexplicavelmente membros de um grupo social específico. Além de descrever as doenças e seus problemas, o livro se destaca pelas anotações sobre a cultura das ilhas. É incrível parar para pensar e ver que são culturas extremamente antigas, com milhares e milhares de anos, e que hoje não tem quase nada da antiga glória. Mais interessante ainda é ver que são culturas predominantemente baseadas na tradição oral, e que o trabalho de coletar tais histórias para que elas não se percam é algo recente. Cabe aqui pensar o papel da tradição escrita na cultura em geral: em se registrando no papel, a tradição oral se consolida, não dando espaço para novos mitos, como é o caso da origem germânica do daltonismo (hmmmm, leia o livro para entender). O quem conta um conto aumenta um ponto se torna mais fraco, e assim a verdade sobre menos modificações. Se bem que às vezes o mito é mais belo que a verdade… Mas isso já é coisa para se pensar com mais calma outra hora.

E uma rapidinha: Cebion é para se colocar na água, não no leite. O Cebion simplesmente não efervesce, fica lá no fundo do copo se desmanchando de uma forma muito estranha. Sim, dá para tirar o comprimido do leite, lavar em água corrente, colocar na água e tomar depois de um ou dois minutos. Não, não dá para tomar o leite, que fica muito estranho. Pensando bem, vitamina C é um ácido (ascórbico) e leite é alcalino… Resumo da ópera: não inventa moda Charles, e toma o remedinho como todo mundo, guri!