Toda revolução tem que ter alguém para dar o primeiro passo. E a revolução do computador como ferramenta acessível para a grande maioria das pessoas veio de Steve Jobs. Isso é um fato. Se ele pegou a idéia dos outros (no caso dos pesquisadores do Xerox PARC) e botou numa embalagem bonita para vender não interessa, o fato é que ele teve a coragem de fazer isso e, dessa maneira, ele recriou o mercado de computadores pessoais, mercado que ele ajudou a criar quando, 10 anos antes, ele passou vender micro-computadores pessoais já montados. Sim, antes computadores pessoais eram kits que tinham que ser soldados pelos compradores.
Eu devo a muitas pessoas o fato de ter me tornado um profissional da área de informática, muitas mesmo. Foi por conta do trabalho delas que hoje eu tenho aqui na minha frente uma das mais poderosas ferramentas já criadas pela humanidade. Não, não estou exagerando! É só parar e olhar o que era o mundo a 40 anos atrás para ver como os computadores mudaram esse planeta. E não foram computadores imensos, monolíticos, como os pensados por Asimov e Clarke que fizeram a mudança, mas sim computadores de todos os tamanhos, se comunicando entre si. E boa parte desses computadores seguiam um preceito: serem ferramentas para pessoas comuns, não para engenheiros. Preceito esse ditado por uma pessoa em especial, e que foi mais que copiado por seus concorrentes.
E é aí, nesse ponto, que digo que hoje morreu um dos meus heróis. Ele não foi o melhor programador do mundo (até porque ele não era), não foi o melhor designer do mundo (até porque ele não era), ele não foi o melhor engenheiro do mundo (até porque ele não era). Ele foi tão somente a pessoa que se cercou de algum dos melhores programadores, designers e engenheiros e deu a eles uma visão de um produto que podia mudar a vida das pessoas. E assim o fez.
Obrigado mais uma vez Steve. Muito obrigado mesmo. Descanse em paz.