Pois é, o leitor do meu blog que se apresentou hoje no ônibus poderia se apresentar? Eu confesso que fiquei tão surpreso com o fato que eu esqueci de perguntar o nome… E fica meu pedido de desculpas por essa grosseria da minha parte.
Author Archives: Charles Pilger
¿Qué Pasa, Bloglines?
Pois o meu leitor de feeds favorito deu para enlouquecer nos últimos tempos… Simplesmente ele inventou de mostrar posts antigos como não lidos. Por exemplo, o Bernabauer estava com uns 50 artigos não lidos. Fui ver e era um monte de coisa velha. Que tá acontecendo seo Bloglines? Será que vou ter que te trocar por outro leitor de RSS?
Update: só para sentirem o tamanho da engronha acabo de acessar o feed do blog Tá na Tela e qual foi primeiro post que me apareceu? Bem, foi um que dizia “E o Orkut, finalmente, foi traduzido para o português. Já era tempo.”. Pois é… Pois é…
Mas afinal de contas onde fica Aurangabad?
Pois é, a melhor coisa de procurar informações sobre o Google é que você se depara com algumas idéias que são simplesmente sensacionais. Imagine o seguinte: você lê um livro, vê que tem várias citações sobre locais e resolve procurar no Google Maps por esses locais. O procedimento normal seria esse, certo? Só que o pessoal do Google se puxou e fez um mashup do Google Maps com o Google Books.
Pena que esse mashup só está visivel para usuários que falam inglês. Assim sendo, para ver essa pequena maravilha vá primeiro na página inicial do Google e se aparecer o mesmo em português escolha a opção “Google.com in English”. Daí procure por um livro, de preferência um já velhinho, que tenha seus direitos autorais liberados. Por exemplo, vamos pegar o “Around the World in Eighty Days” do Julio Verne. Certo? Deve ter aparecido o link para Book results for Around the World in Eighty Days. Clique no link e no primeiro livro listado vá em About this book. Se você rolar a página para baixo vai dar de cara com esse mapa:
Sim, é o caminho feito pelo Phileas Fogg e seu fiel criado Passepartout ao redor do mundo. Outros livros que disponibilizam esse mapa são Miles from Nowhere: A Round the World Bicycle Adventure de Barbara Savage, War and Peace de Tolstoi, Slaughterhouse 5 de Kurt Vonnegut, The Travels of Marco Polo e Zen and the Art of Motorcycle Maintenance do Robert M. Pirsig, que aliás é um dos meus livros preferidos. E além desses há curiosidades que se destacam para nós brasileiros: Brazil: A Handbook, publicado pelo governo americano em 1891, e Thayer Expedition. Scientific Results of a Journey in Brazil, publicado pela universidade de Stanford em 1870.
E brincando brincando essa ferramenta aí dá outra cor às nossas leituras… 🙂 Afinal você nunca se perguntou onde ficavam no mapa os locais por onde passaram os personagens de Julio Verne (1, 2, 3, …) ?
Medo do EnvieAlegria
Pois é, agora quem é usuário da Claro vai poder enviar e receber scraps do Orkut via SMS. Tudo muito lindo e maravilhoso nessa história se não fosse o detalhe lindo de que para enviar o SMS se paga R$,031 e para receber R$0,10. Sim, você leu direito: você paga para receber scraps. Sim, aqueles scraps maravilhosos com desenhos em ASCII, com miguxês, com avisos sobre festas lá no outro lado do país. Agora imagine você pagando para receber isso no seu celular. Ainda não achei onde é que se faz esse envio, mas o que me assusta mesmo é o fato de que não encontro em lugar nenhum a opção “Desabilitar recebimento de SMS”.
Pô, quem foi o filho da mãe na Claro que inventou essa??? Bem, só sei que se alguém me enviar um recado inútil via SMS pro meu celular sai da minha lista de amigos na hora. Eu não vou ficar pagando para ficar recebendo spam!
Update 1: acabo de ver no Interney que para enviar e receber os SMS é necessário se cadastrar no site da Claro. Ufa, menos mal. Aqui ó que vou habilitar um serviço desses!
Update 2: estava falando com o Maurício, que foi quem escreveu a notícia sobre o acordo no Baguete, e ele soltou “dei uma mexida naquela noticia do orkut. tava induzindo à confusao”. Perguntei se foi por causa do meu post e ele confirmou 😀 Eitcha, tô servindo de feedback agora. 😀
Você investiria nessa empresa?
Imagine a cena: em 1975 uma empresa de software foi criada por dois amigos, que desenvolveram um interpretador Basic para computadores Altair 8800. O interpretador deu certo, a empresa começou a crescer, e 3 anos depois, em 1978, a vendas ultrapassaram pela primeira vez a marca de um milhão de dólares. Assim, para comemorar, foi tirada uma foto de toda a equipe e saiu essa coisa linda aqui:
Sim, você já deve ter recebido um email perguntando se você invistiria em tal empresa, certo? Afinal de contas quem iria imaginar que esse bando de nerds que parecem ter saído de um catálogo de bizarices dos anos 70 iriam se tornar a Microsoft? Esse email é um daqueles clássicos da Internet e é dificil alguém não ter recebido ele. Mas enfim, o caso é que realmente olhando para a lata das figuras não dava para imaginar que a coisa ia crescer tanto, mas cresceu. E dando uma olhada lá no blog AlphaCity Brasil dei de cara com a foto e fiquei com a pergunta na cabeça: tirando o Bill Gates ali no canto inferior esquerdo quem são e o que aconteceu com as pessoas da foto acima?
Ok, lá vamos nós com a ajuda da Wikipedia: no topo, da esquerda para a direita, estão Steve Wood, Bob Wallace e Jim Lane. Steve Wood foi um dos primeiros do grupo acima a deixar a Microsoft, em 1980, e atualmente ele é CEO da Dategrity Corp e tem uma fortuna de 15 milhões de dólares. Bob Wallace ficou conhecido na história da informática por ter criado em 1983 (o ano que ele deixou a Microsoft para criar a QuickSoft) o conceito de shareware para o seu PC-Write e por ser um defensor do uso de drogas psicodélicas. Ele faleceu em 2002 por causa de uma pneumonia, tendo na época uma fortuna de 5 milhões de dólares. E Jim Lane deixou a Microsoft em 1985, depois de ter sido o responsável pelo casamento Microsoft+Intel, tendo hoje uma fortuna de 20 milhões de dólares.
No centro estão Bob O’Rear, Bob Greenberg, Marc McDonald e Gordon Letwin. Bob O’Rear atualmente é um rancheiro no Texas, e certamente deve levar uma vida muito desgastante, pensando onde gastar os 100 milhões de dólares que tem na conta bancária dele. Bob Greenberg saiu da Microsoft, abriu uma fábrica de bonecas que se tornou extremamente popular e hoje desenvolve softwares para cursos de golfe, ficando com uma fortuna de 20 milhões de dólares. Marc McDonald foi o primeiro empregado contratado pela Microsoft (é dele o crachá número 00001) e ficou na empresa até 1984, quando saiu e fundou a Design Intelligence, que foi comprada pela Microsoft em 2000. É autor do livro The Practical Guide to Defect Prevention. Da turma toda ele foi o que se deu pior, já que a fortuna pessoal dele é de pouco mais de um milhão… E Gordon Letwin ficou um bom tempo trabalhando na Microsoft, tendo um papel bastante importante na confecção do OS/2. Ele deixou a empresa em 1993 e hoje se dedica a doar parte da fortuna pessoal dele de 20 milhões de dólares para causas ambientais.
Bem, e embaixo estão Bill Gates, Andrea Lewis, Marla Wood e Paul Allen. Do Bill Gates acho que não preciso falar: é só o homem mais rico do mundo, com uma fortuna de 53 bilhões de dólares, e se aposentou da Microsot para se dedicar exclusivamente a causas sociais. Andrea Lewis hoje é jornalista freelancer (ela trabalhava na Microsoft como escritora técnica) e tem na sua conta bancária uns 20 milhões de dólares, o que deve fazer dela a jornalista mais rica do mundo. Marla Wood é casada com Steve Wood e saiu da empresa em 1980 metendo na empresa um processo por discriminação sexual. E Paul Allen saiu da Microsoft em 1983 para se tratar de um tipo raro de câncer, o que fez com que ele não tivesse ficado tão rico quanto o Bill Gates, ficando com uma fortuna pessoal de apenas 22 bilhões de dólares.
Pois é, como direi, é dinheiro às pampas, não? Eu fico me perguntando quanto dessa fortuna aí que cada um tem é de papéis da Microsoft e quanto foi juntado depois. De qualquer maneira é interessante ver que alguém sai de uma empresa de software para abrir uma fábrica de bonecas, não? O normal é largar tudo para ir criar galinha no interior…
Forca
Estadão: Para combater o aquecimento global, Chile abole a gravata
SANTIAGO – Autoridades chilenas instruíram os funcionários públicos a não usar paletó e gravata, para que os escritórios possam poupar energia no ar condicionado. O governo espera que a iniciativa privada siga o exemplo, disse a vice-ministra da Economia, Ana Maria Correa. O Chile é um país de sociedade conservadora, onde os homens normalmente vestem-se de modo formal para trabalhar.
De acordo com o governo, 215.000 aparelhos de ar condicionado foram importados desde 1997 e, no verão, podem responder por até 60% do consumo de energia em locais de trabalho.
O plano contra a gravata e o paletó veio da Comissão de Eficiência Energética do governo.
“Recomendamos que os homens deixam de lado os paletós e gravatas”, disse o diretor do grupo, Nicola Borregaard. “Esperamos que todos os setores sigam a recomendação, para que se torne hábito nacional”.
O maior grupo privado do Chile, a Sociedade de Desenvolvimento Industrial, uniu-se à iniciativa. Depois de comunicar o fato, o presidente do grupo, Bruno Phillippi, tirou a gravata.
Pois é, aplausos pro Chile. Se lá, que é frio, já se consome um catatau de energia elétrica para tornar a roupa suportável é de se imaginar o quanto se gasta aqui no nosso Brasil varonil. Mas, enfim, o caso é que não é de hoje que se questiona o uso de tal tipo de traje pelos lados de cá. Talvez o questionamento mais radical foi o realizado pelo arquiteto Flávio de Carvalho, lá em 1954 na sua Experiência número 3:
A Experiência número 3 consistiu em um passeio pelo centro de São Paulo com uma roupa unissex, por ele concebida, pensando na elegância, comodidade e higiene do verão das grandes cidades. Ele criou este estilo de roupa por duas razões: primeiro, ele acreditava que era necessário criar uma moda unissex, como consequência do já existente nivelamento entre homens e mulheres; ambos deviam dividir o mesmo tipo de roupa. Segundo, ele acreditava que era necessário criar um tipo de roupa para executivo adequado para os trópicos. Ele estava convencido de que as roupas deles — ternos europeus de tecido de casimira inglesa ou brim — eram impróprios para o calor do verão, porque não tinham ventilação e eram portanto anti-higiênicos. Apesar da brutal diferença climática, a moda brasileira insistia em imitar o estilo dark europeu, adotando pesados casacos, chapéus de feltro, calças de lã e gravatas largas e compridas.
Assim Flávio de Carvalho criou um estilo de roupa com buracos na altura do sovaco que permitia a renovação do ar entre o corpo e o tecido e enquanto o movimento das pernas permitiam a renovação do ar entre a saia e as pernas. O colarinho devia ser largo e não devia obstruir a circulação do sangue. Sua existência era apenas para psicologicamente favorecer a quem sofria de complexo de inferioridade. As meias mais adequadas eram as do tipo arrastão que ele encontrou em uma loja de balé. Sua função era a de esconder as veias que certas pessoas têm. A jaqueta bem aberta tanto na cintura como no colarinho permitia a circulação vertical do ar dentro da roupa. Para a sandália, como não teve tempo de pensar em nada exclusivo, adotou um modelo comum.
A inusitada roupa de Flávio de Carvalho provocou choque e muita controvérsia em São Paulo. Desta vez não era a Igreja nem a Polícia que se sentiam agredidas por suas performances, mas os homens em geral. Ele deixou a própria imprensa perplexa com a sua proposta. Alguns acreditaram que ele era um louco, outros que era um homossexual exibicionista. Ele desfilou pelas ruas pelo menos duas vezes, como atestam duas fotos apresentando modelos de blusa ligeiramente diferentes, e em uma, ele exibe um chapéu branco. Na primeira, Flávio de Carvalho é seguido por uma multidão de homens curiosos, incrédulos e fascinados pela elegância do performer, que apesar da saia e da meia arrastão, não demonstra nenhuma feminilidade em seu andar. Numa das fotos, Flávio, de braços dados com um solidário motorista ou cobrador de bonde, atravessa a rua descontraidamente, também seguido por um número de inquietos e curiosos homens.
Pior é que a roupa, mesmo com os bons argumentos para se usar ela, foi feita realmente para chamar a atenção. Sejamos sinceros: você, seja homem ou mulher, sairia de casa com uma roupa dessas?
Como se pode perceber pelo jeito a intenção do cara era só chamar a atenção mesmo. Duvido que ele acreditava que alguém ia usar essa roupa feia de forma séria…
Bem, enfim, o caso é que não tinha gravata. 🙂
Bye bye Fórum Mundial Social
Pois é, deu no jornal O Globo de hoje que a partir do ano que vem não haverá mais Fórum Mundial Social, que o plano agora é espalhar pelo mundo protestos durante o Fórum Econômico de Davos. Ou seja: acabou o grande carnaval dos jovens de classe média que podem viajar pra lá e pra cá e se dizem de esquerda. Agora o que vamos ter são blocos espalhados por aí…
E se alguém acha que tô sendo ranzinza com o Fórum por favor me apontem uma solução real, com o pé no chão, para os problemas do mundo que tenha surgido a partir das discussões ali travadas. O povo que mais chegou perto de uma alternativa para a globalização capitalista, esse monstro que não é pior que um estado comunista, foi o pessoal do software livre. No mais o que se viu na maioria das vezes foram delírios sem pé nem cabeça.
RSSficado vive
Email divulgado pelo Pedro Paulo Vezzá Campos na lista Blogosfera:
Para quem não sabe eu montei um wiki com um pseudo-fork do Projeto RSSficado, o qual criativamente chamei de Projeto RSSficado 2.0 (Vejam as notas de lançamento neste link.) E hoje (ontem) terminei a parte mais crucial dele, que é exatamente a seção Iniciantes, dedicada àqueles que nunca tiveram contato com os feeds e acham que RSS é rir alto hehe.
Sabendo que esta lista concentra provavelmente o maior grupo de hard-users de RSS do Brasil eu gostaria que dessem suas opiniões sobre o Projeto, idéias ou qualquer pitaco que achem conveniente. Também estão todos convidados a fazer as edições que quiserem diretamente no wiki, todas as páginas estão com edições liberadas até a principal.
Creio que o convite do Pedro não é restrito aos membros do grupo, podendo ser repassado a todos que se interessam por feeds. Assim sendo, taí o aviso. Eu da minha parte já mandei para a lista uma mensagem dizendo que não vou dar pitacos, afinal de contas eu abandonei a criança, não? 🙂 Mas o caso é que torço pelo sucesso do Pedro e desejo toda a sorte do mundo para ele.
E se o Pedro precisava da minha benção para o projeto ele a tem.
Canta um trechinho aí
A Owl Multimedia colocou na rede um serviço online para lá de interessante, o Owl. Nesse serviço você abre um arquivo MP3 na sua máquina, seleciona um trecho e o site, analisando esse trecho, procura por músicas liberadas na rede sob alguma licença Creative Commons que sejam similares. É perfeito para aqueles casos em que você quer ouvir um tipo de música e não quer ficar se preocupando se a pessoa que categorizou ela inventou de dizer que ela é indie quando na verdade é emo e por aí vai… Uma maravilha!
Ah, sim, uma dica: primeiro se registre, depois faça a busca, senão tu vai ficar esperando ad infinitum. E mesmo registrado se prepara, que o site é lento…
O melhor do Brasil é o brasileiro
Saiu no Boing Boing um link para uma página mostrando uma série de avisos japoneses indicando que não-japoneses não tem acesso a determinados locais. O que chama a atenção na página é o fato de se ver ali no meio avisos especialmente voltados para brasileiros:
Sim, como se pode perceber é um tipo específico de não-japonês que tem o seu acesso vetado. É de se perguntar porque tal discriminação, porque tal preocupação, mas enfim, a solução para o mistério vem em outra imagem:
Pois é, pois é. Afinal, se o dono do estabelecimento se preocupou em traduzir especialmente o aviso para a lingua de Camões, é de se ficar se perguntando o que foi que o carinha que fala português fez. E não quero dizer nada, mas tenho a leve impressão de quem aprontou não foi um português não…
Update: a partir desse post aqui o Kenji montou uma lista de coisas interessantes sobre os comerciantes japoneses…