Ontem no Sarau Elétrico foi oferecido o novo livro da Cláudia Tajes para quem contasse alguma história sobre um velho safado. Ninguém foi. Como o nome do livro é Por isso eu sou vingativa, foi ofertado então o livro para quem contasse uma história sobre vingança. De novo ninguém foi. Aí ficou aquele impasse até que um baixinha loira foi lá e contou uma historinha de velho safado. Eu até tentei da minha parte lembrar de uma história sobre um dos assuntos, mas nada. Fui só lembrar mais tarde, quando já estava indo para casa, o que é uma pena… Enfim, para não esquecer mais, creio que vale a pena contar aqui, já que mistura velhos tarados E vingança:
Em Taquara havia um ponto no centro, ali na esquina da Júlio de Castilhos com a Rio Branco, onde os aposentados da cidade se encontravam para falar besteira. Era o tradicional “Já comi”, em homenagem à frase mais proferida pelos velhinhos que lá ficavam. Não podia passar um rabo de saia que fosse que invariavelmente um dos velhos safados se manifestava, expondo que em um momento passado houve momentos de desbunde e esbaldo com a rapariga. E isso era com todas as mulheres que passavam, não importando idade, cor, nada.
Bem, eu não testemunhei o ocorrido, mas sim um amigo, que me contou que um belo dia estava ele perto do grupo quando viu uma garota bem nova passando, sendo seguida do tradicional bordão. Nesse momento uma mulher que estava passando por perto saiu a desancar o grupo, chamando a todos de idiotas, que aquilo era uma pouca vergonha, que eles não podiam sair manchando a reputação das pessoas assim, que aquela guria até na igreja ia e por aí vai. Literalmente meteu a boca no pessoal. Então, no que ela foi embora, saiu o seguinte diálogo:
– Mas o que deu nessa mulher? – perguntou um, no que outro retrucou:
– Pois é, culpa minha…
– Como assim?
– É que já comi… – e completando com maldade na voz, lascou – E mal.