Estou agora ouvindo Anima, grupo mineiro que toca com instrumentos baseados em instrumentos medievais. Especiarias é o nome do CD, e é o CD mais bonito que eu tenho. É praticamente um livro, e as músicas são belíssimas.

E porque ouvir tal beleza na madrugada? É para ler com calma o email meigo que a Carmela me mandou (e saber o porque da infinita tristeza que a Manu sentiu ao perder todos os emails que ela recebeu) depois de um show onde o ruído batia fundo no ouvido. E é pelo mero prazer de ouvir boa música.

Que seria da vida sem música? De todos os sentidos o que eu não quero perder é a audição. Nos outros eu dou um jeito, mas ficar sem ouvir esses sons que eu ouço no meu quarto quando desligo a luz, ou que serve de trilha sonora para quando estou programando no trabalho, ou que me pego cantarolando quando na rua eu acho que enlouqueceria. E lamento pelos surdos, que podem quando muito sentir a batida do grave contra o corpo, mas não sentir a sutileza fria do agudo percorrendo suas mentes…