Estou no Big e me bate uma vontade de comprar um CD. Não um qualquer, mas um específico: Hail to the thief, do Radiohead. Vou ver lá e sim tem a venda. Pego e já ia começar a me dirigir para o caixa quando me lembro que é uma droga de um CD protegido. Lembro e boto o CD de volta na prateleira. Comprarei quando pararem de tratar o consumidor como um bandido e enquanto isso vou me resignando a ouvir o CD em MP3 mesmo…
Aliás que situação absurdamente contraditória essa: não posso comprar o CD por que ele não vai tocar no meu computador com o player que eu uso sempre (WinAMP). Vou ser obrigado a usar um player fajuto que tem no próprio CD. Ok, eu poderia instalar um programa que quebra essa proteção, mas daí é mais memória ocupada por conta de uma coisa absurda. Então lá vou eu para casa para continuar a ouvir no meu player favorito o CD que eu queria comprar em MP3, MP3 esse que foi copiado por alguém do CD original pois o mecanismo de proteção é absurdamente falho. É através da restrição da liberdade de escolha que a indústria fonográfica está dando um tiro enorme nos próprios pés. É nessa hora que tem que se tirar o chapéu para o pessoal da Elefant, que não só colocou no seu CD de estréia Sunlight Makes Me Paranoid arquivos MP3s de todas as músicas na área de dados como eles pedem para quem gostou da banda disponibilizar tais arquivos no seu programa P2P favorito. Ou seja: eles olham a troca de arquivos e vêem como instrumento de divulgação, apostando na idéia de que quem gostou da banda vai lá comprar o CD. E pelo que deu para ver no SoulSeek muita gente gostou.
Outra contradição: como pode o Thom Yorke apoiar esse tipo de coisa, justo ele que leva o No Logo da Naomi Klein tão a sério? Pelo menos é o que ele diz…