Vi no blog do Bruno Galera a seguinte notícia:
Estadão – No vestibular, só português e matemática?
Não importa o curso, o vestibular abordaria somente português e matemática. Essa é a mais nova idéia do ministro da Educação, Cristovam Buarque, para tentar mudar o processo seletivo nas universidades e faculdades brasileiras. \”Quem souber matemática e português aprende qualquer coisa\”, disse Cristovam ontem em São Paulo. O ministro defenderá essa posição no dia 14, na reunião do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub).
Cristovam entende que, para cursar a universidade, o aluno \”não precisa saber tudo de biologia, química ou geografia\”. \”Isso ele aprende lá dentro.\”
Na opinião do ministro, dependendo do curso, a pontuação seria diferente nas provas de português e matemática. \”Para quem vai fazer Jornalismo é mais importante português, para quem vai fazer Física, matemática.\” A nova idéia seria incorporada ao projeto, também defendido pelo ministro, de uma avaliação ao fim de cada um dos três anos do ensino médio.
Atualmente, os vestibulares das maiores universidades do País exigem o conhecimento geral do aluno, o que inclui questões de todas as disciplinas do ensino médio. A prova de Redação é obrigatória. No entanto, outras avaliações educacionais, como o Sistema Nacional de Avalição da Educação Básica (Saeb), realizado pelo ministério, só testa os conhecimentos em português e matemática dos alunos.
As propostas do ministro serão apresentadas aos reitores, mas as universidades têm autonomia para escolher seu processo seletivo.
Creio que o que o Cristovam está fazendo é adotar o pragmatismo do ensino anglo-saxônico, o famoso \”reading, writing and arithmetic\”. Na visão dos caros ingleses e americanos o reading é para a pessoa aprender a se informar, o writing para aprender a se expressar e o arithmetic para aprender a pensar. Matérias como história, geografia, biologia, etc, entram como complemento.
E quer saber? Concordo plenamente com o cara. Até hoje me pergunto qual é a utilidade de saber quais são os afluentes do Rio Amazonas, quando foi a batalha dos Guararapes e qual é o elemento que vem depois do xenônio. É cultura? É, mas do jeito que está sendo dado hoje nas escolas não passa de decoreba pura e simples, não acrescentando nada de fato à vida da pessoa.
Hein? Os americanos por causa desse tipo de ensino não sabem nem onde fica o país deles no mapa mundi? Pode ser, pode ser, mas isso é coisa que qualquer pessoa que sabe ler bem e raciocinar de forma lógica aprende logo. O que não dá é ficar estimulando a pseudo-erudição ao mesmo tempo que a pessoa não sabe nem dizer as coisas direito (vide os erros cometidos pelos candidatos nas provas de vestibular, que tentam fazer uso de expressões e não param para pensar no que estão escrevendo).